PAIS SEPARAM, FILHOS NÃO!

Interessante observar como um dilema antes detectado apenas do ponto de vista dos filhos passou a fazer parte do cotidiano também, dos pais na atualidade.

Trata-se entre outros, do constrangimento de trazer o(a) namorado(a) para dormir na cada da família, agora virou problema para pais e mães separados quando decidem iniciar uma nova relação.

Como lidar com a sensibilidade dos filhos, principalmente aqueles mais novos e imaturos?
Afinal, é justo que todos tenhamos o direito a buscar de novo a felicidade a dois ao nos separarmos!

Um momento de grande desorientação para muitos pais; e agora como proceder, que atitude e decisão tomar quanto aos filhos? Manter uma posição mais conservadora ou encarar a situação com certa liberaridade? Vemos de tudo um pouco principalmente, com amigos próximos...

Muitos pais vão em busca de profissionais especializados para serem orientados melhor; outros preferem uma boa leitura de auto ajuda e/ou ainda, têm aqueles que preferem uma boa conversa com um amigo próximo.

Enfim, tudo vai variar e depender mesmo, da faixa etária dos filhos, a sensibilidade e capacidade que esses filhos lidam com a situação em questão - a separação dos pais.

Fazendo uma observação a parte, hoje em dia, com frequência algumas pessoas dão grande importância às suas próprias razões e desejos e acabam por deixar passar desapercebido "aquela pessoinha - filho".
São estes tipos de pais absorvidos por suas próprias carências que geralmente estão sujeitos a não perceberem que a ruptura de uma separação, atinge também, o(s) filho(s) muito mais que eles possam pensar.

É importante nesse momento ter cuidado com o coração desses seres, o zelo e a segurança com este "ser" que faz parte, que está em volta e entre o casal - o(s) filho(s).

A pergunta é:
Convém aguardar algum tempo, pelo menos o suficiente para ver se o novo relacionamento tem ou não consistência?

Por vezes, esse troca-troca de parceiro tende a mexer muito com a cabeça das crianças, traz confusão para elas, e isso acontece justamente num momento de construção de identidade e caráter. Será que custa tanto, portanto, evitar situações mais íntimas com o(a) nova parceiro(a), até que este relacionamento caminhe para uma certa estabilidade?

Os entendidos no assunto dizem que a princípio é bom observar como vai evoluindo a aceitação do filho(s) quanto a nova presença na casa, na família que agora falta um pai ou uma mãe. Isso, certamente ajuda a evitar constrangimentos, culpas e desentendimentos. Vale mencionar o famoso limite que ensinamos aos filhos. Façamos uso dele agora...

De fato, não é necessário uma atitutde resignada e altruísta que alguns pais e mães costumam adotar, de nem tentar outros relacionamentos, unicamente para preservar seus filhos. Este tipo de atitude vai apenas ocultar uma desculpa com intuito de proteger as inquietações inerentes às novas situações de possíveis novos relacionamentos.

Uma separação, a retomada de uma vida a dois é um direito tanto do pai quanto da mãe. A questão não é essa, e sim, a forma criteriosa usada para evitar futuros sentimentos de culpa, alguns irreversíveis e outros trágicos.

Eis uma responsabilidade que deve ser adotada por pais e mães que pensem em encarar um novo relacionamento, lembrando sempre que quanto mais novos, os filhos mais, vulneráveis ficarão esses seres. Uma coisa é certa numa separação a grande confusão que acaba acontecendona cabecinha dos filhos é quando os adultos misturam a figura de marido e mulher com  a de pais e mães. Por isso, é bom refletir a relação; ela pode não durar muito tempo, enquantos os filhos, estes são para sempre...

DF, 28/08/2009