Filosofia do Racismo

É certo que antigamente as pessoas negras foram sacrificadas, humilhadas, escravizadas e excluídas da sociedade nos quatro cantos do mundo. É certo também, que o tempo passou, as mudanças vieram. Manifestações, e cabum! A libertação da escravatura.

Assim também, como continuaram, ainda que por muitos longos anos, a mesma situação.

Mas então de vez isso foi liberto. Os negros começaram a estudar em escolas juntos com outros e se integraram na sociedade.

Sim, é certo que ainda há, em alguns lugares, no Brasil, em empresas, ou particularmente por pessoas, o preconceito.

Mas tenho a impressão que muita gente se aproveita desse passado para se fazer de vítima. O querer tirar de vez esse preconceito acabou trazendo leis e atitudes ridiculozamente aproveitadoras e até injustas.

Cotas em faculdade pra pessoas negras ou descendentes. Isso sim é uma exclusão. Todas as pessoas que estudam em escolas públicas são carentes de ensino, independentemente da sua cor. Isso sim é egoísmo. Qual é! “Sou negro, sou burro, tenho que ter cota?” Patético. Qual a relação cor/estudo? Francamente, há pessoas que se matam de estudar, façam todos isso, sem cota alguma pra ninguém. É somente aceitável àqueles portadores de deficiência. Esses sim são especiais. Querem igualdade, mas os negros tem preferência na hora do vestibular? Quanto por cento eu adquiro na prova pelo meu cabelo loiro? “Sou loira, sou burra, qual minha cota?”

Por falar em loiras burras, há também a questão das piadas. Acho que há diferentes tipos de piadas e interpretações. Fazemos piadas com loiras, com portugueses, com japoneses, com gordos, com magros, mas não podemos fazer com negros. Acho que aí vai do senso de humor e ética das pessoas. Tanto para àqueles que fazem a piada, quanto àqueles que “recebem” a piada. Não me sinto ofendida quando fazem piadas sobre a burrice das loiras. Mesmo porque, não é isso que me faz mais inteligente ou não. Mas assim, como levo numa boa, temos que saber diferenciar as piadas maliciosas e pejorativas com as piadas que são apenas sátiras. Certas piadas são sim preconceituosas, mas outras não. Outras são iguais as que fazemos com portugueses, por exemplo. Temos, todos nós, que medir as coisas. Já vi muitos amigos negros meus, rindo das próprias piadas de negro. Se for engraçado, por que não rir?

Acho que a evolução nesse quesito cresceu muito. Hoje, assim como eu, a sociedade já está mista. As crianças crescem nas escolas misturadas com brancos, negros, japoneses, mestiços. Por que tocar tanto nesse assunto com elas, inocentes? Falar para aquela criança loirinha que ela tem que respeitar a cor do outro coleguinha só irá deixá-la confusa. E aí vem a pergunta: o que ele tem de diferente de mim? Por que ela está dizendo isso? Eu achei que ele já fosse igual a mim. As crianças não tem essa malícia (principalmente quando dentro de casa não se cultiva o racismo). As crianças vão à escola e já se enturmam. Acho que seria interessante orientar a criança, a partir de quando partir dela uma menosprezação com o outro. E aí mostrar: olha, você não pode falar assim do seu amiguinho porque é feio.

A tendência é o preconceito ir se desfazendo ao longo dos anos, e das novas gerações que já lidam com a mistura de etnias.

Tem que haver, também, compreensão em certas ocasiões. Sabemos que, infelizmente, ainda há muitas empresas que escolhem aquele que é branco do que aquele que é negro para trabalhar, não importando com o conteúdo do currículo. Mas temos que lembrar que nem sempre é a questão de cor. Um restaurante japonês não combinaria com funcionários africanos de 2m de altura. Assim como um restaurante de comida tipicamente de negros/africanos e etc, não combinaria com funcionários alemães.

Às vezes uma pessoa diz: não namoraria uma negra. E as pessoas olham torto. Depende muito. Eu não namoraria um japonês, porque não é do meu gosto. Assim como aquele negro não sente atração, por exemplo, por uma pessoa muito magra. Como aquele que prefere as magrinhas do que as gordas. Os homens que gostam de loiras altas. As loiras que adoram um negão, mas não vêem a menor graça num loiro de olho azul. Um negão que gosta de uma loira, mas não namoraria com uma se ela fosse muito baixinha. É aí que entra o gosto pessoal do tipo físico.

Parece complexo, mas não. É todo um mundo fazendo tempestade em copo d’água. Quanto menos falar disso, me parece mais conveniente que somos todos iguais perante a qualquer coisa.

Carolina Hanke
Enviado por Carolina Hanke em 17/09/2009
Reeditado em 26/07/2012
Código do texto: T1815993
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