Vitral 21-05-2006
21-05-2006

Alô, Basílio Bonini!

Alô, José Miguel Neto!

Alô, Olímpia Salete Rodrigues!

Cortinas deste Vitral se abrem com vocês meus queridos amigos, 
com você querida amiguinha.

Marulha, minha cidade!

Cortinas deste Vitral se abrem com luzes da amizade, da saudade.

Torrinha, minha cidade, cidadezinha.

Torrinha cidadezinha do Basílio Bonini.

Sítio da família Bonini, recanto risonho daquela risonha cidadezinha.

Sua estrada, pequenina estrada, caminho, pequenino caminho, da porteira velha, do cavalo, do burro, da carrocinha.

Riacho murmurante, lagoa do peixinho Lambari, campina verde da frutinha Cambuí.

Marília, minha Marília!

Amigos, meus amigos!

Torrinha risonha, sítio dos Bonini, poeira, poeira, poeira do tempo.

Marília, minha cidade!

Amigos, meus velhos amigos!

Vitral deixando o risonho outrora de nossas vidas se depara com o tristonho agora de nossos dias.

Morreu Basílio Bonini, morreu José Miguel Neto, morreu Olímpia Salete Rodrigues, tristeza, tristeza, tristeza.

Basílio Bonini meu companheiro na redação do Jornal Correio de Marília, este Jornal.

Basílio Bonini, jornalista repórter, jornalista opinativo, seriedade, repórter Basílio presença nas ruas, nas avenidas, nas praças, presença buliçosa, fiscalizadora.

Um dia, amistoso prefeito Teobaldo de Oliveira Lírio disse, repórter Basílio Bonini fiscaliza mais que os fiscais da prefeitura.

Jornalista Basílio Bonini repórter da alegria, da festa, repórter do lamento, do choro, da tristeza dos velórios.

Marília, minha cidade!

Gente, minha gente!

Tristeza, tristeza, tristeza.

José Miguel Neto morreu.

José Miguel Neto ressurge na minha janela do tempo.

Vitral conta um pouco, um pouquinho de sua história, de sua vida.

Um dia, microfone da Rádio Clube, locutor, simplesmente locutor.

Um dia, diretor da Rádio Dirceu, grande emissora que surgiu sob seu comando.

José Miguel Neto liderança, crença, perseverança, grandes momentos, memoráveis eventos.

Marília cidade alegre, Marília cidade de gente feliz, Marília cidade beleza.

Microfones da Rádio Dirceu, emissora do José Miguel Neto, microfones sempre abertos para a beleza de sua cidade, para a alegria de sua gente.

Grandiosos momentos, memoráveis eventos, inspiração, criatividade do José Miguel Neto, alvissareiro comunicador da emissora Rádio Dirceu, beleza, beleza, beleza, alvíssaras, alvíssaras, alvíssaras, do amor, da felicidade.

Marília, minha cidade!

Gente, minha gente!
Vitral domingueiro, buliçoso, amistoso, abre espaço para momento de dor, para momento de ternura.

Morreu Olímpia Salete Rodrigues, menina moça buliçosa, guerreira menina moça.

Presença nas artes, presença no espaço cultural de sua Marília.

Salete gordinha, baixinha, manquitola, manquitolinha, não se mostrava bela, não se mostrava feia, seu sorriso, sua alegria, sua beleza.

Mocinha Salete criatura guerreira, vivendo em solidão na sua casinha, localizada no centro da cidade, enfrentou problemas com vizinhanças, enfrentou problemas com a justiça, que mandavam desfizesse ela de seus cachorrinhos.

Olímpia, mocinha guerreira, brigou, brigou e brigou, briga com vizinhos, briga com a justiça, causa pôr ela perdida, perdida, perdida.

Seus cachorrinhos, seus amiguinhos seriam aprisionados, seriam levados embora.

Marília, minha cidade!

Essa história, historiazinha conta um pouco, um pouquinho mais.

Mocinha Salete, mocinha guerreira, vendeu sua casa, mudou-se para longe, levando consigo seus cachorrinhos, seus amiguinhos que ladrando, ladrando afugentavam mal feitores, e mais, e mais, e mais, mandavam que a solidão atormentadora da mocinha Salete fosse acampar no outro lado da montanha, montanha, montanha.

Marília, minha cidade!

Amigos, meus velhos amigos!

Ventou, trovejou, o trovão ribombou, e choveu, e choveu, e choveu, e estamos nós pôr aqui, pôr ali, pôr acolá.

Alô, Bastião, Sebastião Carvalho Leme (89)!

Alô, Barreto, Barretinho (89)!

Alô, Doutor Mendes (92)!

Até quando, até quando, até quando estaremos nós pôr aqui?

Marília, minha Marília!

Amigos, meus velhos amigos!

Vitral buliçoso, amistoso abriu suas cortinas com Torrinha, cidadezinha do Basílio Bonini.

Marília, minha Marília!

Amigos, meus velhos amigos!

Vitral buliçoso, amistoso encerra suas cortinas com aquele sobradão da Sampaio Vidal, onde nasceu a Olímpia Salete Rodrigues.

Sobradão do Hotel São Bento, da família Faria, do patriarca Benedito Mendes Faria, avô da mocinha Salete, nome de rua da Nova Marília.

Família Faria, do menino Rui, do mocinho Milton, da mocinha Meire, da gordinha Bigui mãezinha da Salete.

Amigos, meus amigos!

Tempo passando.

Vida se esvaindo.

Alô, Zeca, Zequinha Ursílio (quarentão)!

Alô, Rogério, Rogerinho Martinez (quarentão)!

Alô, Cardoso, Cardosão (quarentão)!

Alô, meninos, meninãos!

Não deixem a peteca cair, desejo ouvir explosão de rojão, desejo, desejo, desejo.


Penaforte
penafortevitral2005 

www.diariodemarilia.com.br/ver_noticia.php?noticia=39368


O Poeta e Amigo JORGE SALES,
acabou de me passar por telefone.
Angela Lara
Enviado por Angela Lara em 25/06/2006
Código do texto: T181963
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