O Esporte Club Savoia foi um dos primeiros times de futebol (senão o primeiro) que surgiu no Brasil.

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O Esporte Club Savoia foi um dos primeiros times de futebol (senão o primeiro) que surgiu no Brasil. Fundado em 1º de janeiro de 1900, era formado pela colônia italiana que lhe deu o nome da cidade italiana e somente mudo para Clube Atlético Votorantim em 1944, por ocasião da II Guerra Mundial, quando as entidades formadas por italianos foram obrigadas a alterar seus nomes e distintivos, a exemplo do que aconteceu com o Palestra Itália, hoje Palmeiras e o Cruzeiro de Belo Horizonte.

O Savoia foi no seu tempo um dos melhores times de futebol do Brasil, era imbatível, ganhava todos os jogos, sendo devido a isso denominado e conhecido como “Esquadrão de Ferro”. Todos que o enfrentavam sempre amargavam uma derrota e, na maioria das vezes, de goleada. A tabela era de 4 gols por partida.

A Portuguesa de Desportos que aqui jogou, levou uma sonora goleada de 9 a 2. O clube conquistou durante sua existência mais de duzentas taças e troféus, pois como não existiam campeonatos do interior, eram realizados torneios e amistosos contra fortes equipes da região e da capital. Nem mesmo os monstros do futebol da época, como o lendário Artur Friedenreich, Leônidas da Silva (o “inventor” do gol de bicicleta), Domingos da Guia, Oberdan Cattani e outros famosos não conseguiram empanar o brilho e a trajetória vitoriosa do Savoia.

No início, o time era formado pelos técnicos italianos e ingleses que vieram trabalhar na montagem de máquinas da fábrica de tecidos Votorantim. Nos finais de semana, como lazer, praticavam esportes, dando origem ao Savoia.

Com o retorno desses técnicos as suas cidades de origem, o Savoia foi, durante muito tempo, formado por duas famílias tradicionais de Votorantim: os Ferreiras e os Imparatos (os irmãos Fazolin e Umbé Imparato) chegaram a jogar no Palestra Itália. Porém, em 1924, um jogador viria a integrar ao timaço do Savoia, seu nome: Angelo José Dal Bom, o popular “Votorantim”. Seu futebol se destacava dos demais companheiros de equipe.

Começou a jogar quando foi morar na capital, no bairro do Belenzinho, num time de nome Flor de Belém, que disputava um torneio de times de bairros. Foi lá que um dia, para completar o time, alguém sugeriu: “coloca o cara de Votorantim”. Ele entrou no time, foi campeão em 1924 e ganhou o apelido que ficaria conhecido durante toda a sua vida. Votorantim estreou no Savoia em 1924 como zagueiro central, jogando junto com Paulo Pereira Inácio, um centro-avante, filho do comendador Pereira Inácio, proprietário da indústria Votorantim.

Ficou no Savoia até 1944, quando foi contratado pelo São Bento da capital, time onde ganhou muito dinheiro. Por ocasião de seu casamento, o clube arcou com toda a despesa e ainda deu de presente o valor de três contos de réis, uma fortuna na época. Considerado um dos melhores zagueiros da época, ao lado de Domingos da Guia, Votorantim foi convocado para integrar a seleção paulista de 1932, substituindo o famoso Jaú.

Jogou ainda no Fluminense do Rio de Janeiro, onde foi vice-campeão em 1934. Contou que recebia um conto de réis por mês, livre das despesas, motivando-o a comprar oito ternos de casemira Aurora por dois contos de réis. Sempre dizia que o futebol de seu tempo era feito de muita garra e aventura e os craques jogavam com o coração nas chuteiras e eram verdadeiros artistas da bola. Votorantim encerrou sua brilhante carreira jogando pelo São Bento de Sorocaba.

Ao parar com o futebol, Votorantim ficou morando entre nós e como era pessoa de confiança do comendador Pereira Inácio, este o nomeou fiscal das vilas operárias (Barra Funda e Chave), que diariamente percorria para saber se alguma família estava necessitando de alimentos ou assistência médica.

Em caso positivo, comunicava o comendador, que de imediato providenciava o atendimento, de forma gratuita. Por exercer essa função, Votorantim ficou muito conhecido, ganhando a consideração e estima dos moradores. Pessoa íntegra, atleta exemplar e cidadão atuante, Angelo José Dal Bom, nosso “Votorantim”, escreveu de maneira brilhante uma das páginas mais importantes da vida esportiva de nossa cidade.

Faleceu em 1986, aos 81 anos de idade. Infelizmente seu nome foi esquecido pelas autoridades quando da denominação do nosso estádio municipal, que seria uma justa homenagem àquele que foi, em sua época, nosso maior “embaixador”.

PROF. JESUS RODRIGUES FILHO - http://www.cruzeirodosul.inf.br/materia.phl?editoria=47&id=221586

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Seria Votorantim o berço do futebol brasileiro? - João dos Santos Júnior

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Douglas Lara
Enviado por Douglas Lara em 22/09/2009
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