Ser seminarista, o que era?

O tempo, é senhor da razão!

Sábado, 26 de Setembro de 2009

Ser seminarista, o que era?

O tempo, é senhor da razão!

 





Esta pergunta foi feita pela minha neta de 5 anos.

Escutou que o avô, Laércio, é assim, pelo motivo de ter sido seminarista.

E ela indagou:

- Vô Lalá, o que é ser seminarista?


Expliquei a ela a origem da palavra, a sua raiz, a base, o sentido deste termo português.

Seminário | s. m.

s. m.1. Estabelecimento onde recebem instrução os jovens que se destinam à carreira eclesiástica.
2. Congresso científico ou cultural.
3. P. us. Viveiro de plantas.
4. Fig. Viveiro, centro de criação.

Disse a ela que muitos meninos, muitos jovens, quando o seu avó Laércio era pequeno, iam estudar com os padres em colégios que eram denominados seminários.

Lá, haviam muitas pessoas que viviam com o objetivo maior de serem religiosos seguindo os ritos do catolicismo de Roma - Itália.
Estudei em Ascurra, SC, Brasil e na época de 1959, haviam 350 seminaristas que estudavam no Colégio São Paulo.

Lá, no seminário, estudavam, rezavam, praticavam muitos esportes e tinham como objetivo maior fazer a faculdade de Teologia, que é o estudo de Deus.

Antes disto tinham que passar muitos anos estudando e sendo testados e analisados pois seus superiores religiosos observavam seus comportamentos e decidiam se este jovem tinha fé, pois iriam, no futuro, fazer
votos perpétuos de obediência, pobreza e castidade.


Obediência aos ritos e aos conceitos da Doutrina católica de Roma, Castidade em relação ao não casamento e prática sexual e Pobreza pelo motivo que esta ordem religiosa não permitia que seus membros possuíssem bens materiais em seu nome.

Ela então me perguntou:


- Pois vô, se o senhor ficasse lá não teria casado com a vó e eu não teria nascido?


Isto mesmo, Pietra, esta família dos Beckhauser que tem como patriarca o Laércio estava fadada a não existir, pois os votos de castidade, se obedecidos, não permitiriam, consoante o Direito canônico de Roma, o meu casamento, não nasceriam os meus filhos, e o teu pai não teria nascido.


- É vô, ainda bem que o senhor saiu de lá...


Dei um sorriso e um abraço nesta linda e esperta menina de cinco anos.

Respondi para satisfazê-la:

Você tem razão, pois se eu lá tivesse ficado, você não teria nascido e nós não estaríamos aqui falando sobre este assunto.

Contudo, Pietra, estes ensinamentos que o avô teve no seminário serviu para solidificar uma cultura que estava em vigor, que estava inserida em muitas famílias ocidentais e era usada em por muitos, na época que o avó tinha a sua idade.

Nos dias de hoje, os conceitos, as formas de pensar e agir, mudaram.

Tudo, tudo tem o seu tempo e temos que agradecer os ensinamentos de nossos antepassados pois eles acreditavam que aquela esta era a melhor forma de educar e transmitir os conhecimentos vigentes naquela ocasião e naqueles dias.

Quanto mais conhecimento temos, mais difícil de fazermos uma análise e mais difícil de tomarmos uma decisão, pois com muitas alternativas e sem a certeza absoluta das
respostas e dos caminhos, a incerteza reinará em nossas vidas.

E o tempo, é o senhor da razão!
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