MUNICIPALIZAÇÃO NA CIDADE DE JANDIRA DEVE SER FEITA A TOQUE DE CAIXA: EDUCAÇÃO É COISA SÉRIA

Antes uma reflexão e uma analogia da política em Jandira

Matéria publicada no Jornal Jandira News dá conta de que foram 17 anos de desmonte do próprio promovido no governo de revezamento entre Braz e de Piteri, que governaram a cidade de 1983 a 2000. (Fonte: Jornal Jandira News. Janeiro 08, 2009 - http://jandiranews.blogspot.com/2009/01/braz-paschoalinnovo-ou-velho-prefeito.html)

Se em 17 anos, não foi possível fazer de Jandira a cidade dos sonhos de todos nós, que moral tem agora a gestão atual para criticar a anterior, que ficou apenas metade do tempo que governou a administração passada, pelo acordo da "chamada" política do "café-com-pinga”?

Consta nos anais da História que houve um período triste na História do Brasil em que o nosso país era comandado pelos coronéis produtores de café e criadores de gado. Era a chamada República Velha de 1889 a 1930. Pra quem nãso sabe, ela começou com um Golpe de Estado, onde o Exército, liderado por Deodoro da Fonseca (nosso primeiro presidente) e Floreano Peixoto (vice) coloca D. Pedro II para correr. Os canhões apontados para o Palácio do Governo fez com que o rei saísse correndo com as calças na mão, no assalto ao poder a ordem era: “Área, e nem olhe para trás!”. Atendendo à palavra de ordem, D. Pedro vai se exilar em Paris, em 17 de novembro de 1889, onde morre aos 66 anos. Foi assim que os coronéis fizeram a República que eles queriam para se perpetuarem no poder. A partir daí, o Brasil passou a ser governado por uma aliança entre dois Estados mais ricos chamada “Política do café-com-leite”. Pois é, é assim que Minas Gerias produtora de gado e São Paulo, produtor de café passam a comandar sozinhos a política nacional. A toca troca de governo entre os coronéis mais ricos do país foi até 1930, porém, acho que ela ainda existe, especialmente em nosso município só que com nome diferente política do “café-com-pinga”. É claro que é só uma brincadeira que faço para demonstrar a insatisfação de muitos jandirenses, entretanto, essa indignação se faz jus a medida em que se percebe que foram 17 anos de revezamento entre 1983 à 2001 de uma mesmice que colocou Jandira entre uma das mais violentas cidades da região e onde o direito à saúde e a educação foram completamente ignorados nas gestões anteriores, isso sem falar em saneamento básico e segurança. Não dá para criticar a gestão anterior tendo ocupado o poder por 17 anos, agora veremos o que será feito nos próximos 4 anos da volta do velho governo. Dizem que o povo tem memória curta. Será? Tem hora que não quero acreditar nisso, mas quando vejo a volta do que é velho no governo, fico na dúvida. Repetir o erro um vez é compreensível, mas errar mais de duas vezes é burrice! Por que não experimentar novas personalidades? Por que não apostar em novos candidatos? Por que não apostar na representatividade feminina no poder desbancando os machistas? Por que não escolher uma mulher nas próximas eleições? Quem sabe não apareça um candidato que não tem o “rabo preso”, nem é um viciado político para que Jandira tenha esperança? Os políticos atuais já estão todos viciados, talvez seja até necessário, que se crie uma “casa de recuperação” só para políticos, como se faz com os toxicômanos hoje. Só que para esse tipo de viciado não há recuperação, em o que resta é fazer como na Antiga Grécia: condená-los ao ostracismo!

Pena que o povo esquece rápido dos fatos negativos do passado, principalmente se estiver de barriga vazia ou doente. Um quilo de feião, um remédio, um socorro particular faz a cabeça de quem tem mesmo a memória curta. É por isso que os corruptos se perpetuam no poder! Eles envelhecem e morrem no governo, depois os seus filhos os substituem, pois já se encontram em algum setor da repartição pública sendo treinados para serem os herdeiros do trono, em caso do filho ser incompetente na arte de enganar, prepara-se um amigo mais próximo.

Jandira não foi governada, foi mesmo sucateada. Não se investiu em educação. Creches e Pré-escolas ficaram para segundo plano. Agora eles voltaram com tudo. Querem passar por cima de tudo como um furação, querem fazer as coisas a “toque de caixa” como afirmou o Secretário na reunião com representantes do sindicato a APEOESP no dia 17/09/09 realizada na Secretaria de Educação Municipal. A toque de caixa por quê? Por que o que não fizeram há 17 anos atrás, querem fazer agora. Não priorizaram a educação infantil no passado, não priorizaram as Pré-escolas, não construíram prédios para atender a demanda escolar infantil. Tudo isso por quê? Porque, só pensaram no voto, em, ganhar as eleições, tanto vereadores como prefeitos. Não olharam para o nosso município. Olharam para o próprio interesse quando lotearam os espaços ociosos barganhando-os por favores politiqueiros, trocando-os em por títulos de eleitor transferidos de outros municípios. Resultado? Jandira não tem mais espaço físico para construir escolas nem hospital, e se quiser, vai ter que conversar e negociar as áreas ocupadas para poder desapropriar para construir qualquer coisa. Quem cometeu o crime de não investir em educação? O crime não é dos professores nem de alunos. Como agora querem responsabilizar todo mundo? Não, isso não pode, não é democrático nem ético. É por isso que os professores devem ficar atentos às medidas a toque de caixa que estão sendo articuladas nos gabinetes e na surdina. Eles não vão mexer só com professores municipais, mas com os professores do Estado também. O propósito é COMPARTILHAR cerca de 9 ESCOPLAS ESTADUAIS, porém, os nomes não são publicados em nenhum jornal para que se saiba quais são estas escolas, porém, estão na mesa do Secretário, que em suas palavras, nem sabe se isso será mesmo aprovado, porém, cá pra nós, se o interesse maior é VERBA, vão fazer de tudo para que isso aconteça de fato.

Indagado sobre o que deverá ser feito, o Secretário respondeu:

Educação: “A primeira coisa a ser feita é reduzir o déficit de vagas nas escolas. Hoje faltam 1.800 vagas e nossas creches são depósitos de crianças”

Essa foi a fala do Secretário de Educação de Jandira, Paulo Edson de Paiva dada em entrevista ao Jornal Diário da Região que está na internet para quem quiser ver. Trechos do conteúdo da entrevista merece a atenção de professores e diretores que se encontram na rede municipal. Ao responder outra pergunta “Quais serão as prioridades na educação da cidade?” Disse o Secretário:

“A primeira coisa a ser feita é fazer com que a cidade possua o maior número de vagas possíveis, já que encontramos uma deficiência na administração. É uma deficiência de aproximadamente 1.800 vagas em creches e na educação básica.

Jandira conta com muitos problemas em termos de infra-estrutura de creches, certo? O que deverá ser feito a respeito de melhorias nas creches especificamente?

Devemos mobiliar todas as creches, montar um programa adequado, porque hoje na cidade existem creches que servem como depósitos de crianças, ou seja, há um número matriculado maior do que deveria, isso não deve existir mais. Para que isso não ocorra, estamos buscando um local apropriado que comporte a quantidade de alunos.”

A crítica do Secretário à administração anterior (2001-2008) nos reporta a administrações passadas.

È preciso reativar a memória adormecida daqueles que hoje atuam no governo, foram 17 anos do vai e vem entre o prefeito Brás e Piteri. Que análise se pode fazer disso? Que conclusões podemos tirar?

Juntos estes senhores governaram Jandira por 17 anos, e nesse período Jandira foi ocupada, há vereadores que ganha em todas as eleições. Qual vereador tem o mandato mais antigo na Câmara Municipal? Precisamos saber, pois desde que mudei para Jandira em 1978 que ouço falar nos mesmos nomes. E como chegaram lá? O que fizeram esse tempo todo? A culpa de a EDUCAÇÃO ESTAR ABANDONADA É DE MUITA GENTE, gente graúda mês caros! Agora querem jogar pra cima dos professores e diretores, querem jogar a sujeira para debaixo do tapete. A grande pergunta é: quem vai pagar o pato? Eles precisam agora de um bode expiatório para justificar o crime que cometeram no passado. Você vai aceitar isso? Trocar diretores é a solução? Trocar professores sob que critérios? Uma pessoa afirmou que recebeu uma avaliação como professora, só que ela estava como diretora e o julgamento de quem a avaliou foi que ela não consegue dominar a classe. Como ela ficou o tempo todo como diretora? Advinha o que vai acontecer: exoneração! É claro que a professora entrou com recurso.

“O que será feito para melhorar essa situação?” Olha a resposta:

“Será necessário construir creches e escolas. Nos últimos oito anos não foi construída nenhuma unidade escolar. Foram feitos ‘puxadinhos’, estica aqui e ali, por isso há essa deficiência de vagas na rede.” O Secretário só se lembra dos últimos oito anos, ele não recorda os 17 anos passados, parece nem se dar conta das ocupações irregulares, parece nem se dar conta do sucateamento de nossa cidade nos 17 anos passados. Se a solução é construir, então que faça isso primeiro para depois municipalizar o ensino. Sem estrutura a municipalização é inviável. Só que eles não dizem às claras para todos os professores saberem de que maneira eles querem solucionar o problema da falta de infra-estrutura. Advinha como querem fazer isso... Querem fazer isso COMPARTILHANDO ESCOLAS ESTADUAIS, sim senhores, é isso mesmo, até construir o que tem que ser construído. Daí o termo “A toque de caixa” usado na última reunião.

A MELHORIA

Já existe algum plano para sanar emergencialmente esse problema?

Estamos realizando alguns projetos, contando com a ajuda do prefeito e do deputado João Caramez (PSDB). Recebemos uma verba de R$ 240 mil para construir uma creche que atenderá 200 crianças no bairro de Ouro Verde.

Isso quer dizer que 1.600 ficarão sem ter onde estudar?

Com certeza. O compromisso da secretaria é que nesses dois anos sejam construídas mais unidades para atender esse número. Esse é um compromisso da secretaria para esse ano.

Quantos alunos a rede vai atender em 2009?

Hoje a rede atende 9.840 alunos matriculados.

Quanto à pergunta: “Há previsão de ampliação da rede para este ano?”

O secretário responde...

“Estamos caminhando para essa ampliação. Por exemplo, no bairro Sagrado Coração, existe o chamado ‘Turno da Fome’, um período intermediário, onde os alunos entram às 11h e saem às 14h. Esse horário não pode existir. Pretendemos, nesses dois anos, construir escolas. Não há outra forma para resolver esse problema.

Muitas escolas contam hoje com conselhos que tem a participação de pais, alunos, funcionários e da comunidade em geral nas decisões sobre a vida escolar.”

“Com a criação desses conselhos, quais serão os principais resultados obtidos na visão do senhor?” Em resposta a essa pergunta disse o Secretário:

“Melhoria de ensino, esse é o objetivo. Devemos mudar a estrutura das escolas já que faltam vagas para os alunos. Existe um conselho educacional, porém nem todos funcionam adequadamente. Precisamos mudar toda a estrutura da escola. É necessário um espaço para receber adequadamente a família dentro da escola, já que para um bom ensino a presença desta [família] é fundamental.

A MELHORIA: TROCAR TODAS AS DIRETORAS...

“Como deve ser feito o processo de implementação do conselho?”

“A primeira coisa a ser feita é melhorar as escolas, trocar todas as diretoras, vice-diretoras e coordenação de todas as unidades. Estamos trabalhando em um projeto para que o conselho atue de forma adequada.”

A retórica é a mesma. O velho dilema da comparação ainda é usado para tentar nos convencer que...

os fins justificam os meios

“Algumas cidades da região, como Barueri e Santana de Parnaíba, já municipalizaram integralmente o Ensino Fundamental.”

Em Jandira, a municipalização também será completa? Existe prazo para isso?, pergunta o Jornal:

“Não posso garantir isso, em Jandira não temos escolas municipalizadas.”

Ora se não temos escolas municipalizadas, teremos então o quê? Escolas compartilhadas..., é claro!

A maioria dos trechos foram extraídos do Jornal Diário da Região. Edição: Sábado, 26 de setembro de 2009. http://www.webdiario.com.br/?din=view_noticias&id=31274&search=