PRESIDENTE LULA, O PAI DA OLIMPÍADA RIO-2016

Sérgio Martins PANDOLFO*

"Sim, nós podemos"

Presidente Lula redizendo o dístico eleitoral de Barack Obama

Sem ponta de dúvida o fator primordial, eloquente, terminativo para a escolha do Rio de Janeiro como Cidade-Sede da Olimpíada de 2016 nesta histórica sexta feira, 2 de outubro de 2009, em Copenhague, na Dinamarca, foi a apresentação feita aos membros-eleitores do Comitê Olímpico Internacional - COI pelo presidente Lula do Rio de Janeiro, do Brasil e até da América do Sul. Rio, “Cidade Maravilhosa”, que já está escolhido como sede da Copa do Mundo de Futebol em 2014. Foi uma fala apaixonada, emotiva, extremamente bem concatenada, arrimada em argumentação robusta, insofismável, irretorquível, irreprochável, que foi num crescendo avassalador e culminou, com a voz já meio embargada e os olhos marejados, pelo convencimento dos membros da comissão julgadora. Após o resultado, o Rio escolhido por ampla maioria dos votantes, o presidente cedeu à emoção e chorou livre e copiosamente. “Hoje é um dia sagrado”, disse ele. “Os outros países apresentaram uma proposta, nós apresentamos o coração”, acrescentou. Foi um choro que emocionou a todos os presentes, a todo o povo brasileiro. O presidente Lula da Silva “deu um show de carisma, liderança, prestígio e simpatia”, a redizer o jornalista parauara Pierre Beltrand. Coisa “nunca antes vista ‘nesse’ país”, com todo o respeito.

Algum tempo atrás o presidente, ao apresentar uma das obras do Plano de Aceleração do Crescimento disse, no seu jeitão franco e popular, que a ministra Dilma Rousseff era “a mãe do PAC”. Dito e assentado. Pois desta vez - toda justiça lhe seja feita -, esse predestinado, determinado e destemido dirigente máximo da nação brasileira, a quem o comandante da mais poderosa nação do mundo, Barack Obama, cordialmente chamou de “o cara”, num afetivo reconhecimento de seus inegáveis méritos, deve ser publicamente aclamado como o “pai da Olimpíada Rio-2016”. O presidente esteve presente e à frente de todos os passos e ações que levaram a esse feliz resultado.

Foi uma vitória retumbante para o Brasil e para a América do Sul, que nunca houvera antes sediado uma Olimpíada. É também uma efetiva e vigorizante ação de alçaprema sobre a autoestima do povo brasileiro, que Nelson Rodrigues certa feita disse ter “complexo de vira-latas”. O próprio Lula há pouco fez alusão a isso, referindo que o Brasil deixou de ser um país de segunda ou terceira linha e tornou-se uma nação de ponta. “Deixou de ser um país receptor para ser um país doador”. E com toda a propriedade. Ganhamos foros de potência económica emergente e o respeito mundial em todos os níveis. Nosso gigante verde e amarelo situa-se hoje entre as dez maiores economias do mundo e detém a primazia em vários campos da atuação científica e cultural, além do futebol, é claro, título que todas as nações perseguem e exultam quando conseguem ganhar uma copa (já ganhamos cinco e logo teremos a sexta), e do Carnaval, que os países ditos do Primeiro Mundo criaram e nós transformamos no “Maior espetáculo da Terra”. Isso é mérito, não demérito.

Vamos, assim, ter uma Copa Mundial de Futebol, em 2014, e uma Olimpíada, em 2016, em que o Brasil será o fulcro da atenção de bilhões de assistentes das disputas esportivas espalhados pelos quatro cantos deste “rotundo globo”. Teremos, assinale-se, duas importantíssimas rodadas de competições esportivas múltiplas, dois megaeventos de âmbito mundial, em que a Língua Portuguesa vicejará, soberana, mostrando aos povos de todos os cantos, sua beleza, grandeza e préstimos.

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(*)Médico e Escritor. ABRAMES/SOBRAMES

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Sérgio Pandolfo
Enviado por Sérgio Pandolfo em 03/10/2009
Reeditado em 13/10/2009
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