O Pátio do Colégio: uma Construção Colonial do século XX

A fundação do Colégio de São Paulo de Piratininga ocorreu em 25 de janeiro de 1554, com o objetivo de catequizar os índios. O Colégio ficava a meia légua de Piratininga e a três léguas da Vila de Santo André da Borda do Campo.

A primeira missa foi celebrada pelo padre Manuel de Paiva e os irmãos Anchieta e Diogo Jácome. Durante três anos, os jesuítas construíram a igreja e o colégio e foram ajudados pelos cacique Marin Afonso Tibiriçá.

A segunda igreja foi inaugurada em 1556 e durante o período da expulsão dos jesuítas do Brasil, de 1640 a 1653, ficou abandonada. Com retorno dos jesuítas, iniciou-se a construção da terceira igreja, cuja torre levou um século para ser concluída. Para tal , foram usadas taipas, pedras e telhado ´de duas águas.

Ali funcionaram diversos cursos até 1760, quando os jesuítas foram expulsos definitivamente do país. O Pátio do Colégio passou então a ser a sede da província de São Paulo.

O edifício chegou a ser residência de uma centena de governadores, entre os quais três bispos diocesanos, além de funcionar como sede da Academia Paulistas de Letras.

Em 1896, durante o governo de Jorge Tibiriçá, a torre e parte da igreja ruíram, e durante cinco anos teve lugar uma larga disputa na Justiça, entre a Cúria e o governo , sendo que, a Cúria defendia para que o prédio não fosse destruído, e o governo, justamente o contrário. Mas o tempo acabou por fazê-lo.

Em 1954, quatrocentos anos depois de sua fundação, começou um movimento para a sua “reconstrução”. Foram utilizados para tal, documentos iconográficos , como quadros , fotos, e outros documentos, na tentativa de uma reconstrução do Pátio do Colégio.

Depois de muita polêmica, em 21 de janeiro de 1954 o terreno foi devolvido aos jesuítas para a reconstrução da igreja e do colégio.

Em 1970 foi lançada a pedra fundamental da nova igreja que seguiu a cópia fiel das fotos da terceira igreja.

Hoje o Pátio do Colégio é um imponente edifício colonial, construído em pleno século XX, como um 'retrato' vivo da lembrança do início da atual metrópole paulista. O prédio abriga uma igreja e o Museu do Anchieta.

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KALMAN, Regina D. – “O Pátio do Colégio: uma Construção do Séc. XX” in

XIII –XIII Encontro Regional de História: Percursos Históricos e Historiográficos”, org. ANPUH ( Associação Nacional de História/SP) , FCL da

UNESP/Assis/SP, de 2 a 5 /09/1996, p. 85.