Investimentos públicos no Rio de Janeiro - Escolhas...

Investimentos públicos no Rio de Janeiro - Escolhas...

Há poucos dias, os bandidos de um morro carioca derrubaram um helicóptero da Polícia, numa demonstração inequívoca de poder de fogo e, resistência - um duro recado às autoridades do Estado, sobre o que se pode esperar dos confrontos entre as forças destinadas à manutenção da Lei e da ordem e, o banditismo da cidade, encastelado nas favelas da cidade.

Como se sabe, o que acontece hoje no Rio de Janeiro, em parte é fruto da covardia em relação ao combate ao crime e, à sua estruturação em nível hierárquico. Mas, também se trata da atitude criminosa de alguns governantes, que chegaram a negociar tréguas com bandidos - especialmente os traficantes de droga, como foi o caso de Leonel Brizola, numa atitude devastadora, que implicou o afastamento do Estado de sua oberigações e, o consequente afastamento da Polícia do local onde era necessária e, requisitada.

Deu, no que deu - a população de muitos bairros e, regiões submetidas ao controle diuturno de quadrilhas e bandos de facínoras, debaixo do nariz das autoridades. Comunidades inteiras sob o jugo de selvagens que não tremem na hora de submetê-las às suas próprias e, estúpidas leis - até mesmo com a submissão de gente à caricatura de tribunais de exceção, onde o resultado é sempre a aplicação da pena de assassinato qualificado pela violência e, torpeza. Prédios públicos (como é o caso dos "Brizolões") utilizados como local de abrigo e, operação de traficantes de drogas.

O atual governador do Rio de Janeiro parece um homem de tutano e, disposto a enfrentar o caos na segurança pública e, enfrentar com os recursos de que dispõe, o poderio de fogo e, pressão da bandidagem carioca, que, ao contrário das forças do governo, conta com ampla simpatia de parte da imprensa, de organizações sociais e, associações de bairro, para não falar de uma parte do poder político local e, principalmente dos consumidores de droga, que são a ponta da pirâmide de uma imensa cadeia criminosa que começa nos países da vizinhança e, chega até ali.

Ao que parece, o governo fluminense não é mais capaz de vencer sozinho esta guerra, por que ela estrapola os contornos do Estado do Rio de Janeiro, pois se estende aos confins de países vizinhos, pois dali não vem só as drogas, mas também o farto e, pesado armamento que potencializa e, multiplica o poder dos violentos grupos ligados ao narcotráfico.

Não faz muito tempo, inclusive, armas de grosso calibre das forças armadas bolivianas foram pegas na mão de traficantes, em favelas cariocas.

Quer dizer: sem que o governo federal assuma na íntegra o seu papel de patrular fronteiras e, controlar a entrada de armas e, drogas, debalde será o esforço e o gasto espendido pelo governo do Rio de Janeiro, pois, o fluxo do tráfico de armas e, drogas continurá intacto, enquanto ele enfrenta um dos estágios da cadeia desse setor criminoso.

No campo institucional, as notícias são desesperantes: como já se sabe, o consumidor de drogas não pode mais ser apenado no Brasil. Pelo contrário, deve ser solto e, o Estado ainda é obrigado a bancar o seu tratamento. Vale dizer: sabendo das consequências, alguém escolhe egoisticamente cair na farra das drogas e vai indo. No dia em que a coisa foge do controle, porém, o Estado tem de comparecer com os recursos para sua recuperação.

Mas, a novidade é que, agora, querem aprovar um projeto de lei que isenta os pequenos traficantes de pena, como se o pequeno traficante, aqueleque faz o varejo daquilo que o grande, o "atacadista" distribui, não estivesse na ponta de uma cadeia de crime e violência, onde estão barões e, exércitos do crime (como é o caso das FARC), noves fora políticos poderosos e até governantes, como é o caso de Evo Morales - que defende o cultivo da variedade de coca que produz o alcalóide da cocaina e, Hugo Chavez, que dá guarida e, fornece armamento pesado às FARC!

Disse tudo isso, apenas para questionar o seguinte: será que, depois dos Jogos Panamericanos, o investimento mais certo a ser feito no Rio de Janeiro é o investimento destinado à promoção de eventos como a Copa do Mundo e, as Olimpíadas?

Sim, porque essa história de "parceria com a iniciativa privada nos investimentos" é lorota, como ficou provado na organização dos Jogos Panamericanos, onde só a Viúva compareceu com a grana para bancar a festa (cujas obras, dizem, foram capitaneadas, não pelo COB, mas pela família Luzmann - essa gente linguaruda!...

Sempre fui contra a promoção de tais eventos, no país, porque acredito que ainda temos um longo caminho a percorrer na estruturação e, desenvolvimento do nosso país, antes de entrar nesse tipo de jogada - sinceramente, acho que, antes da promoção de eventos festeiros - ou, como queiram, festa para turista, ainda temos um dever a cumprir com nosso pais e nossa gente.

As festas, entendo, podem esperar - até porque, nunca vai faltar oportunidade e, porque já temos um bom número de festas e eventos nacionais e, regionais que não deixam nada a desejar aos festeiros (este articulista, inclusive)...

Mas, aí está!, o Brasil candidatou-se à promoção da caríssima Copa do Mundo e, das Olimpíadas, ambas com sede no Rio de Janeiro, o que vai exigir uma fábula de investimentos em estrutura de eventos, hospedagem e, esportes.

Agora, pergunto: se o crime organizado no Rio de Janeiro já chegou ao ponto de dominar e impor a lei marcial dos bandidos em bairros e, regiões inteiras e, de abater aeronaves da Polícia, em que pé estará, lá por volta de 2014, se alguma atitude efetiva não for tomada?

Qual é a imagem que queremos ter para nós mesmos e, não para o mundo, para o turista? Em outras palavras: o crontole da matança e, a violência derivada do crime no Rio é menos importante do que a promoção de eventos pra turistas? A divulgação de notícias de continuas escaramuças da polícia com traficantes - não gera prejuízo para o país, em sentido moral e econômico?

Quanto custa enfrentar o crime? Quanto custa cada vida de policiais e gente inocente envolvida nas refregas diárias? O que nos importa mais: um país onde impera a lei e, a ordem ou, as festas cuja promoção custarão uma incrível soma de recursos públicos?

Antes de fazer festa, temos o dever de fazer a lição de casa. Antes de fazer festa pra turista, temos que restabelecer a segurança nos bairros e, a confiança na população, enquadrando o crime organizado e, seus defensores. Depois disso, tudo bem, vamos aplicar o dinheiro dos contribuintes em em tais eventos e, colher a publicidade decorrente.

O volume de recursos dos investimentos necessários para fazer espetáculo para turista é incrível. Com 10 por cento deles, coragem e, honestidade e, inteligência, imagino, se promove uma ação que apaziguará a sociedade que é sacudida diariamente pelo espetáculo da violência - desde que, cada elo envolvido no combate faça sua parte, União, Estado, Município e, população. Os outros 90 por cento poderão ser aplicados em obras de infra-estrutura no país…

…Para festas, há sempre tempo e, oportunidade. Para o combate ao crime, nem sempre. Para a preservação de vidas humanas, então, nem se fala.

No exterior, quando se fala em Brasil, a referência imediata é o Rio de Janeiro. Por isso mesmo, acho que a luta pela imposição da lei e, da ordem na cidade importa a todos os brasileiros...

Menos festa, mais juizo e, valorização da vida, talvez não seja uma má pedida, por enquanto.