Por que não receber Mahmoud Ahmadinejad?

Já manifestei por várias vezes o meu gosto pela política.Sempre procurei acompanhar os fatos políticos e nunca abri mão de manifestar a minha opinião, mesmo em assuntos tidos como delicados e/ou polêmicos.E no tocante à política e seus meandros, também nunca concordei com o pensamento de que é algo que não se deve discutir.Muito pelo contrário, acho que a discussão deve fazer parte do nosso dia-a-dia.E sempre devemos tentar aprimorar os nossos conhecimentos a respeito dos mais variados temas.Até porque se não atentarmos de forma acurada para os graves problemas de ordem política, mais lesados em nossos direitos seremos e pecaremos pela omissão que, a meu ver, é sempre o pior caminho. Mas deixemos de lado os rodeios e vamos ao que me levou a tocar no assunto do momento: A visita do presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad.Li nos vários jornais da internet e acompanhei pela televisão, as muitas manifestações de repúdio à sua presença em solo nacional.Também acompanhei as críticas contrárias à atitude do Governo , principalmente ao Presidente Lula ,por receber, com honras de Chefe de Estado, o colega iraniano.Muitos países se posicionaram contra o Brasil e até o mais recente agraciado pelo Prêmio Nobel da Paz, Barack Obama, não concordou com o nosso presidente, cuja tendência a ser afável com todos os representantes de todas os países vem incomodando muita gente.Mas em que sentido, na luta pela paz, podem os Estados Unidos dar lição ao mundo e principalmente ao Brasil? Eles se recusam a diminuir a emissão de gases poluentes porque não querem perder a supremacia que, embora cambiante, ainda sustentam.São os maiores patrocinadores de guerra do mundo e os maiores intervencionistas do planeta.E ainda por cima, na política interna de Honduras, estão mais por cima do muro que qualquer outro país sem nenhum peso político.Muitas promessas de campanha Obama já deixou de lado.Afinal, não é fácil governar a maior potência do mundo.Como também não é fácil governar o Brasil, com tantas distorções sociais e diversidade de todo tipo.Agora, criticar o governo por tentar dialogar com todos, indiscriminadamente, receber de forma respeitosa qualquer líder é, no mínimo, fazer a defesa de um pensamento que até aqui não deu certo e que contribuiu sobremaneira para as infindáveis guerras que assolam o mundo desde sempre.
Acho que o Presidente Lula está certo em tentar dialogar com todos, de buscar parcerias políticas e comerciais com todos, sem exceção.E se as políticas do "Apartheid", do isolamento e das sanções não funcionaram, quem sabe um novo modelo, do qual o nosso presidente é representante, pode fazer a diferença para melhor?
Se erros existem ( e creio que são muitos), acredito que não é na afabilidade de Lula que está o problema, mas sim, se o Governo abrir mão do Brasil, se não defender os interesses nacionais ou se compactuar com o sistema segregacionista perverso tão bem defendido pelos países ricos.
E se não estiver equivocada, pelo discurso do presidente na presença do líder iraniano, ele deixou bem claro que existem imensas diferenças que nos separam.E que o Brasil não compactua com o sentimento bélico e reducionista de nenhum outro país, seja ele Irã, Israel, Honduras, Colômbia ou os Estados Unidos.

Acho que somente através da cooperação mútua, do respeito à soberania de cada país, o mundo encontrará uma possibilidade de dias melhores.E neste ponto, por mais que muitos só vêem defeito em nosso presidente, acho que ele consegue sair na frente.
amarilia
Enviado por amarilia em 25/11/2009
Reeditado em 26/11/2013
Código do texto: T1943318
Classificação de conteúdo: seguro