A maior riqueza amazônica

A Amazônia é de fato riquíssima, todavia sua riqueza maior não está tão somente – e já seria o suficiente – em sua biodiversidade presente na natureza. O foco em reportagens e centenas de documentários já produzidos sobre essa região está ligado a fauna e flora como se fossem o bem mais importante do Brasil e do mundo. Contudo existe um outro dom divino situado em meio a floresta que há séculos com ela convive e continua desde tempos, mesmo depois da promulgação da Constituição brasileira, ameaçada. Os índios presentes em toda a Amazônia continental (que compreende outros países da América do Sul, o norte/oeste do Brasil e mais alguns estados brasileiros) é a população dotada de características exclusivas e específicas tão importantes para esta nação quanto para o mundo. E muito pouco ainda está sendo feito por eles.

É possível que nem a União, nem as diversas ONG’s defensora dos povos tradicionais dessas terras ou a própria Igreja Católicas que há séculos vem convivendo com essa realidade desafiadora para a causa do Evangelho, sequer ainda tenham aprendido a trabalhar com esses povos. Vale salientar que quando falamos de índios, não estamos discorrendo apenas de um povo, de um conglomerado de pessoas com seus costumes e línguas próprias, mas de centenas de etnias, de grupos de pessoas cada qual distinto um do outro, com sua cultura, língua, organização sociais distintas e desenvolvida por milhares de anos antes mesmo da colonização portuguesa e espanhola.

Diante da escravidão, da subordinação dos povos indígenas em todos os níveis de sua vida, algo já foi realizado. Muito corretamente políticas de iniciativa religiosa, governamental e não-governamental foram positivas e obtiveram êxito. Entretanto se faz alarmante as ações pelas quais necessitam ser corrigidas, aperfeiçoadas, reavaliadas e mais ainda, a implementação de novos planos de defesa e florescimento desses amazônidas (toda a população que vive em terras da Amazônia continental), tem que ser produzidos para enfim abrir a possibilidade de vencer o combate presente nesse polivalente “pedaço de chão”. Provavelmente essa é uma “guerra” que nunca vai cessar, mas as vitórias das sucessivas batalhas darão impulso para quem está na defesa não seja abalado pelo muito que ainda será preciso lutar. E as derrotas que ora ou outra assolam o bem de milhares de índios, plantas, animais e rios, possam significar a dimensão do trabalho que precisa ser desempenhado com amor e compromisso, buscando no sorriso espontâneo e puro de nossos irmãos e irmãos indígenas a alegria de seguir em frente.

Na medida em que se compreende a dimensão da diversidade sistematicamente ameaçada de um grupo cada vez mais reduzido de humanos detentores de uma riqueza material e principalmente imaterial, chega-se a conclusão de que o bem de toda a humanidade está em jogo. Agora não se trata mais da pluralidade das características peculiares dessa região, as quais já seriam imensamente significativas, mas e também dos valores humanos necessários para a sobrevivência de qualquer realidade e contexto inserindo seja quem for.

Urge propagar o grito por vezes silencioso e silenciado de nossos irmãos e irmãs amazonenses, muitas vezes desprovidos da própria Justiça e dos Direitos Humanos fundamentais.