Idéias centrais de algumas escolas da Administração

Idéias centrais de algumas escolas da Administração

Autoria: Liana Márcia Costa Vieira Marinho

Uma ciência se faz, entre outros fatores, com a união de várias teorias. A administração destacou-se com várias escolas como a Clássica, Relações Humanas, Behaviorista, Teoria dos Sistemas, Cultura Organizacional, entre outras. Mas é importante ressaltar que as escolas podem ter acontecido em momentos diferentes, mas nas organizações, os administradores e empregados podem estar “incorporando” o pensamento e idéias de escolas antigas, contemporâneas e atuais, ou fazendo um “mix” delas.

A escola Clássica, que foi de 1900 a 1930, teve origem com a revolução Industrial e a contribuição dos Economistas Clássicos. Tinha como idéias centrais: o Homo Economicus, a produção-padrão e a divisão do trabalho. Gerencialmente deu ênfase ao POC(planejamento, organização e controle) e a organizar o trabalho dos indivíduos. Nesta escola destacou-se Taylor com uma abordagem de baixo para cima, onde cada empregado era visto como um átomo, mostrando que para as organizações terem melhores resultados teriam que conhecer a ciência do trabalho (lógica da eficiência) , treinar empregados, manter uma conexão e cooperação entre gerentes e empregados. Weber se destacou aqui no momento em que cria a burocratização, despersonalizando o trabalho.

A escola das Relações Humanas, que foi de 1930 a 1950, teve origem com a experiência de Hawthorne, com a crise de 1929 e o desenvolvimento das ciências comportamentais. Tinha como idéia central o Homo Social e a crescente importância dos grupos sociais. Gerencialmente deu ênfase a administar os grupos informais e a humanizar o ambiente das organizações. Nessa escola destacou-se Elton Mayo, contribuindo com seus estudos feitos em três fases, concluindo que a organização informal existe dentro das empresas e alimentando os estudos de como a cooperação natural poderia ser conseguida dentro das organizações.

A escola Behaviorista, que foi de 1957 a 1970, teve origem na tentativa de síntese das teorias clássicas e de relações humanas. Gerencialmente foi dada ênfase ao aperfeiçoamento do processo de tomada de decisão, ao surgimento das tipologias e estilos gerenciais, e a premissa de que os gerentes devem se antecipar às mudanças. Destacaram-se: MacGregor, Herzberg, Argyris e Likert. Linkert caracterizou a gestão em quatro sistemas: o tipo autoritário explorador; o tipo autoritário benevolente, o tipo autoritário consultivo; e de gerência participativa. McGregor ficou conhecido com a análise da teoria X e da teoria Y. Ambos tinham como conceito que para a eficácia das organizações modernas era necessário um relacionamento de apoio mútuo entre os grupos de pessoas. Argyris mostrou com as teorias I(do Uso) e a II(da aprendizagem organizacional) como o desenvolvimento individual dos empregados é afetado pelo tipo de situação em que trabalha. Herzberg destacou-se no estudo sobre motivação, onde concluiu que satisfação e insatisfação no trabalho associam-se a dois conjuntos de necessidades humanas.

A Teoria dos sistemas, que foi de 1951 a 1980, teve origem na necessidade de se integrar os diversos campos do conhecimento científico. Teve como idéias centrais o homem funcional, a organização como um sistema aberto e os incentivos mistos. Gerencialmente deu ênfase a administrar conflitos e a fluir as relações entre as pessoas que eram olhadas como extremamente complexas. Foram nomes dessa escola:Katz,Kahn,Trist,Rosenthal.

A escola da Cultura Organizacional, de 1980 a 1995, teve origem na descoberta do sucesso da administração japonesa e no fracasso das estratégias de gestão anteriores. Tinha como idéia central a organização como uma unidade cultural e deu ênfase a gerenciar a cultura da empresa (estimulava mudança sem ferir os aspectos imutáveis) e nas subculturas. Schein e Fleury são grandes nomes dessa escola. Destacou-se Schein estudando a motivação e contínuo processo de ajustamento entre o indivíduo e a organização.

Outras escolas surgiram, como a Reengenharia(1990-1998), muitas vezes tendo sido criticada como modismo. Atualmente, muito se fala da Responsabilidade Social Empresarial. Poderá mesmo a RSE ser considerada mais uma escola da administração?

Referência Bibliográficas

RIBEIRO, Eleazar de C.;PADILHA, Edílson Nery de M.”Gerência do ser humano”.CTEC: Fortaleza,1998.

PUGH, D.; HICKSON, D. Os teóricos das Organizações. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2004.

Liana Márcia