Um país “apagado”

Iniciaremos nossas reflexões sobre o apagão de terça (10/11) com uma citação de um dos maiores filósofos de todos os tempos e que, sem dúvida alguma, deveria ser mais estudado por nossos governantes.

“Age de modo que consideres a humanidade tanto na tua pessoa quanto na de qualquer outro, e sempre como fim, nunca como simples meio.” (Immanuel Kant).

De acordo com matéria publicada na rede BBC Brasil nesta quarta (11/11):

“Apagão deixa várias cidades sem energia elétrica”.

“Um apagão deixou grandes extensões de vários Estados brasileiros sem energia elétrica desde a noite de terça-feira (10/11).

Por volta das 22h (horário de Brasília), o fornecimento de energia elétrica interrompido em grandes áreas dos Estados de Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso, Espírito Santo e Mato Grosso do Sul”. (Fonte: BBC Brasil).

Após mais de dez anos do que, na época, foi o maior blecaute que o país já enfrentou, tivemos mais uma demonstração do descaso de nossos governantes e, novamente, “ficamos no escuro”.

O pior é que nossas autoridades não sabem, ao certo, os motivos que levaram à falta de energia elétrica. Em 1999, o governo apontou como causa um raio que atingiu uma torre de distribuição em Bauru (SP). Já nesta semana, os motivos que levaram ao apagão de terça-feira ainda não foram esclarecidos. Inicialmente, o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann imputou culpa aos ventos e à chuva que afetaram as três linhas de transmissão que recebem energia da usina hidrelétrica de Itaipu. (Fonte: Globo.com).

Infelizmente, estamos em meio à “escuridão”. Como se já não nos bastasse o “apagão aéreo”, o “apagão do Senado”, o “apagão da educação”, o “apagão da saúde” e o “apagão da segurança pública” - teremos que conviver, novamente, com o apagão elétrico.

De acordo com a Secretária Municipal de Educação do Rio de janeiro, mais de 1,7 mil crianças ficaram sem aula. Três escolas e cinco creches municipais do Estado não funcionaram na manhã desta quarta-feira por falta de água, em consequência da queda de energia.

Evidentemente, a parte mais onerosa continua a ser da população. Porém, até quando? Até quando o cidadão, que paga uma das maiores cargas tributárias do mundo, vai ser tratado, por políticos inescrupulosos como meio e não como fim? Sendo lembrado - apenas, em época de eleições. Há pouco mais de um mês, esta mesma multidão, que agora sofre com todos os prejuízos causados pelo blecaute, comemorava a escolha da cidade do Rio de janeiro para sede das Olimpíadas de 2016. Os gastos para realização de tal evento “deverão ser de quase 25 bilhões de reais”. (Fonte: Revista Veja). Será que esse montante não deveria ser aplicado em programas realmente emergenciais para a população fluminense? Certamente que, nesta quarta-feira (11/11), haverá muito carioca concordando com isso.

Referências

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/11/091111_apagao_atualiza_np.shtm acessado em 12.11.2009l

http://g1.globo.com/Sites/Especiais/Noticias/0,,MUL1374820-17814,00-CONFIRA+RESPOSTAS+AS+PERGUNTAS+MAIS+FREQUENTES+DE+LEITORES+SOBRE+O+APAGAO.html acessado em 12.11.2009