A VERDADE DA VIDA - Poeta Thiago de Mello

Revista TC (Terceira Civilização)

Assunto de Capa: "Pura Poesia"

Outubro de 2008 no.482

Ensaio Especial - Páginas 12 e 13

www.bsgi.org.br

Tema: POESIA: A VERDADE DA VIDA

Por: THIAGO DE MELLO

Como toda arte, a criação poética, comove pela sua beleza. Mas, além de qualidade estética, a Poesia deve ter utilidade ética para melhor servir à Vida, com o poder da palavra que abraça o coração e a inteligência.

A Poesia funda a verdade. Planta a esperança. Ascende o caminho da luta contra tudo que ofende a dignidade da condição humana. Neste tempos turvos da vida da humanidade, o homem precisa da Poesia ao seu lado.

A Poesia me serve para a preservação da floresta amazônica, à integração cultural da América latina e a derrubada das cruéis colunas da injustiça social, causas às quais faz tempo consagro a minha vida. O poeta e o homem não podem ser separados.

Apreendo com os poetas que me acompanham e não me deixam que a flama se apague. Caminhando pela floresta, digo em voz alta versos que guardo desde menino. Manuel Bandeira me chama para descobrir os milagres da vida. "Faz a tua parte", me pede Neruda, na construção da alegria. Ai de mim se Camões não me tivesse ensinado que "mais do que amar é preciso aprender a saber amar". Drummond me ajudou a abrir a máquina do mundo. Aprendo com Pollyanna Furtado que, perante a circunstância escura, "nenhuma palavra, nada, e capaz de abraçar a verdade, se não a consciência profunda do estado de iluminação."

Quando li "Cantos do Meu Coração", de Daisaku Ikeda, cresci de perseverança. Aprendo com a vida do meu povo, que são os Povos da Terra. Os meus leitores, de tantos cantos do mundo, me confirmam que não canto em vão. Não os conheço, mas sei que participo da esperança deles. Li na parede do cárcere versos gravados por quem precisou deles para poder prosseguir: "Faz escuro, mas eu canto". Na praça portuguesa libertada ergueram-se verosos dos "Estatudos do Homem".

É bom dizer que não é só da palavra que chega a Luz da Poesia. Vem também na música, na pintura, na dança, na imagem, nos silêncios das esculturas, está na canção popular, "para que rimar amor e dor", nasce do concerto sinfônico que prescinde da razão para o chamado da bondade humana.

As vozes ardentes emudecem. As armas se enferrujam. Ações de rebeldia generosas murcham, algumas apagam. Mas o poema perdura no tempo, deixa papel, atravessa a treva, perfura o muro opressor e pousa no peito dolorido. As tiranias fuzilam poemas, queimam livros. Mas o poder da Poesia perdura na canção do poeta, avisando "que esperar não é saber, quem sabe faz a hora, não espera acontecer...".

Sem a Poesia não se contrói uma sociedade humana solidária. Ela está nos alicerces da paz que a humanidade carece. Resiste e singela sobrevive com seu poder de revelação: iluminando a mente e abrindo o coração dos homens.

Floresta Amazônica - Primavera 2008

OS ESTATUTOS DO HOMEM (edição bilíngue)

O poema "Os Estatudos do Homem" se consagrou como um dos mais famosos da literatura brasileira Pablo Neruda, profundamente comovido pelos Estatutos, traduziu-os de maneira única e maravilhosa. Este poema é uma afirmação dos valores eternos do homem, da fé no amanhã da alegria, da vocação pela paz.

Tradução para o Espanhol: Pablo Neruda

Editora: Vergara & Riba

Gêbero: Literatura

Páginas: 104

Brasília 14.01.2010 às 18:30