"AI DE TI, POBRE HAITI !"

Ai de ti, pobre Haiti!

O Haiti já foi uma rica colônia francesa do século XVIII. Maior produtor de açúcar da época, exportava, também, rum e algodão. A maioria de sua população escravizada descendia de africanos. Foi, ainda, o primeiro país deste continente a acabar com a escravidão. Infelizmente, os exploradores das terras, senhores dos engenhos, preferiram queimar os canaviais a ter que deixá-los para os verdadeiros donos daquelas terras, os escravos revolucionários. De lá para cá, muitos líderes se sucederam. Alguns depostos e condenados por exploração e corrupção. Depois aconteceram as ditaduras, solidificando uma economia totalmente arrasada, neste que viria a se tornar o país mais pobre das Américas.

Posteriormente, ocorreram mudanças, com as forças de segurança da ONU, lideradas, inclusive, militarmente, pelo Brasil, apoiando e colaborando para tentar reerguer aquela nação. Entretanto, um terremoto devastador interrompeu tudo.

Pobre Haiti! Pobre população, desfigurada pela pobreza extrema e pelas agruras da vida, chora seus mortos. Eis que de repente uma furiosa e possante força da natureza emerge das profundezas, sacode e chacoalha toda a superfície da terra, deixando um rastro de destruição e dor. A população aniquilada e atônita, perambula sem saber por onde ir, sobre um cenário triste de pós-guerra. Flagelo total. Medo e um pavor aterrorizante tomaram conta de vez daquele país. Desdita terra! Excomungada ou amaldiçoada? Desgraça satânica que atormenta e castiga aquela nação.

E neste triste cenário de agonia e gemidos de dor, me lembro do grande poeta Castro Alves, com seu indescritível lamento:

Vozes D’África

Deus, ó Deus, onde estás que não respondes?

Em que mundo, em que estrela tu te escondes,

Embuçado nos céus?

Nota: Embuçado – De rosto coberto, disfarçado