Quer emagrecer ?!

Emagrecimento!

Quase todo mundo já ouviu alguém dizer que enfrenta dificuldade para

emagrecer ou manter o peso porque tem o "metabolismo lento". Pode ser verdade ou é balela? Melhor apostar na alternativa B.

Antes de qualquer coisa, é bom saber que até a Bela Adormecida em seu estado letárgico consome calorias. Isso porque, mesmo dormindo, o corpo humano queima energia calórica, a chamada taxa basal metabólica para manter as funções vitais em funcionamento sem comprometimento de nenhuma delas.

O mesmo processo ganha outro nome quando o indivíduo está acordado, deitado na cama: metabolismo de repouso.

A variação entre um e outro é muito pequena, um o determinado metabolismo basal consome durante o sono cerca de 1.100 calorias, enquanto o em repouso vai precisar de pouco mais de 1.200 calorias.

Além desse "consumidor" primário, o corpo também requer energia na

termogênese alimentar (gasto calórico de todo o processo digestivo, desde a secreção de enzimas até a mastigação e o armazenamento dos nutrientes) e todos os movimentos humanos, seja piscar, virar o pescoço, correr na esteira ou nadar. O senso comum acredita que estas últimas representem o principal gasto calórico do organismo. Nem sempre.

No caso dos sedentários, por exemplo, o metabolismo de repouso pode

significar a maior parte da queima calórica, de acordo com o

endocrinologista Márcio Corrêa Mancini, do grupo de obesidade do Hospital das Clínicas. A termogênese leva outra pequena parte, cerca de 10%. O que foi consumido, além disso, deve ser gasto nas atividades diárias - ou vai virar quilos extras e pneuzinhos.

Variáveis pessoais:

A energia consumida pelo metabolismo basal e a termogênese é

determinada geneticamente, e varia de pessoa para pessoa, mas os fatores externos podem alterar tanto um como outro.

Idade, por exemplo. A tendência é que as necessidades calóricas essenciais declinem cerca de 10% ao longo da vida. Isso significa que, aos 50 anos, o consumo será menor e, se a pessoa continuar comendo a mesma quantidade, a tendência é engordar.

Gênero é outra variável. Em geral, o gasto calórico basal masculino é mais alto que o feminino, mas por uma questão estrutural e não propriamente pela condição do gênero. Homens têm normalmente

mais massa muscular, e os músculos são os tecidos que mais consome energia no organismo, já que têm de sustentar o corpo. Quanto mais massa muscular, mais calorias o organismo queima em repouso.

Atividade física é a terceira variável capaz de provocar mudanças significativas: as atividades físicas, que aumentam a massa muscular e, por conseqüência, o metabolismo de repouso.

Disfunções na tireóide (hipertireoidismo ou hipotireoidismo) também

podem modificar o metabolismo basal. Nesses casos, é necessário tratamento médico.

Na termogênese, a variação é menor e depende da alimentação. Dietas ricas em gorduras promovem menos gasto energético, porque carboidratos e proteínas cobram um "pedágio" maior para se transformar em tecido adiposo: 25% das calorias do carboidrato são perdidas na termogênese, contra apenas 2% da gordura. "Por isso, quanto mais gordura no corpo, mais lenta será a queima calórica", diz a endocrinologista Zuleika Halpern, da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade.

Gordura vilã

O metabolismo de repouso pode ser medido de duas formas. A leitura mais precisa é feita com um aparelho chamado calorímetro, disponível

em alguns hospitais, que avalia o consumo de oxigênio e a produção de gás carbônico para calcular a taxa metabólica em repouso.

A outra maneira, mais comum, é adotada na maioria dos consultórios, em algumas academias e spas: a bioempedância. Nela, transdutores são colocados nos pés e nas mãos e disparam uma corrente elétrica de um ponto a outro do corpo. A resistência oferecida pelos tecidos define o percentual de massa magra ou gorda e calcula o consumo aproximado da energia exigida pelo metabolismo de repouso. "A gordura é um isolante e dificulta a passagem da corrente, enquanto o músculo é rico em água que é uma boa condutora", explica Zuleika.

A informação faz diferença se a dieta for do tipo restritiva. Em geral, as dietas são prescritas de acordo com o balanço alimentar do paciente: o médico faz uma média da quantidade de calorias ingeridas nos últimos três dias e subtrai de 600 a 1.000 calorias. Se a média for de 2.500 calorias, o médico recomendará o consumo máximo de 1.500 ou 1.900 calorias, dependendo de quanto é preciso emagrecer e em quanto tempo. Quando essa regra não dá resultados - considerando que a pessoa seguiu a dieta corretamente -, a análise do metabolismo de repouso ajuda a nortear uma redução maior. "É possível viver com um consumo calórico menor que o exigido pelo metabolismo basal. É o que acontece em spas, por exemplo. O organismo passa a usar como energia a reserva de gordura. Mas isso não deve ser feito por muito tempo nem sem acompanhamento médico", diz Márcio Mancini.

O ideal, segundo os médicos, é usar essa tática para o pontapé inicial e depois seguir com uma dieta de reeducação alimentar com baixo valor calórico e exercícios físicos. Moral da história: a dobradinha alimentação saudável e exercícios é o que realmente faz queimar os excessos calóricos!

Ai vão alguns parâmetros de gastos calóricos: Queima de calorias/hora* Metabolismo basal (e de repouso): batimento cardíaco e respiração 41 kcal; dormir 60 kcal; ficar parado em pé 120 kcal.

Gasto energético da atividade física não-voluntárias: escovar os dentes (5 min.) 6 kcal; tomar banho 99 kcal; lavar roupa 282 kcal; cozinhar 210 kcal.

Voluntárias: aeróbica moderada 566 kcal; bicicleta fixa 377 kcal/h;corrida 10 km/h 638 kcal; caminhada 5 km/h 222 kcal; subir escadas 900 Kcal/h; atividade sexual 450 Kcal/h.

De sempre preferência aos métodos da educação alimentar e física. Evitar ao máximo os métodos invasivos tipos lipoaspiração, cirurgia plásticas e bariátricas. Lembre-se que esses métodos por mais corriqueiros que sejam são sempre cirúrgicos e, haverá sempre o risco de ocorrer complicações que podem levar ao óbito. Existem estatísticas que em 5% dos casos ocorrem complicações e em 50% destes ocorrem óbitos ou algum tipo de sequelas que vão inutilizar o indivíduo para o resto da vida. Você não vai querer fazer parte dessa estatística? E para ficar longe dela é fácil. É só pensar aonde queremos chegar com nossa vaidade dentro de nossas vidas!

(Fábio Omena)

Ohhdin
Enviado por Ohhdin em 27/01/2010
Reeditado em 27/01/2010
Código do texto: T2053599