UM TESOURO NO CÉU

Verdadeiramente, o ser humano sempre se preocupou e se preocupa hoje em acumular tesouros nesta terra, quer sejam bens imóveis, jóias e outros objetos, em possuir, que seja um pequeno tesouro nesta terra. O dinheiro ainda é motivo de muita discórdia e, por que não dizer, de muita desgraça na vida de alguns. Dizer-se que o dinheiro é um mal, não é correto, o dinheiro é solução para e em muitas situações. Se bem adquirido, é uma bênção, mas não pode ocupar o primeiro lugar em nossa vida.

A ambição toma conta de grande parte da humanidade e destrói não apenas os bons sentimentos, mas pode levar à perda da espiritualidade e, por último, da alma do ser humano.

Muitas vezes, uma herança que foi ajuntada com tanto sacrifício, com honestidade e labor, por ocasião da partilha, faz com que a discórdia se instale entre os herdeiros e muitas amizades se transformam em desamor. Isso é triste, mas acontece.

É importante lembrar a história contida na bíblia, onde um senhor de posses conseguiu naquele ano abarrotar o celeiro e, satisfeito com a colheita, disse que estaria tranqüilo por muitos anos... Mal sabia ele que naquela noite Deus iria chamá-lo. “Ele abarrotou seus celeiros de víveres e disse à sua alma: "Descansa, come, bebe e regala-te" (Luc 12,19); ao que Deus lhe disse: "Insensato! “Nesta noite ainda exigirão de ti a tua alma” (Luc 12,20). Só o amor; a caridade, o oposto do egoísmo, podem nos levar a compreender a verdadeira dimensão da vida e a necessidade da efemeridade terrena.

A vida é transitória, por isso, de que adianta acumular bens e esquecer que a verdadeira riqueza é aquela que acrescenta virtudes ao ser humano, que o transforma para melhor, que o faz participante da obra de Deus, não apenas um expectador nesta vida.

Precisamos aprender com a exortação do Apóstolo Paulo quando ele diz: "Sei estar abatido e sei também ter abundância; em toda a maneira e em todas as coisas, estou instruído, tanto a ter fartura como ter fome, tanto ter abundância como a padecer necessidades" (Flp.4:12e 13). Nesses casos, nada melhor do que ter a certeza da presença de Deus em nossas vidas (Is 57:15).

Devemos colocar Deus no seu devido lugar de excelência, se pusermos qualquer coisa, sentimento ou pessoa acima dEle, estaremos transgredindo o primeiro e mais importante mandamento de Sua Lei, qual seja, “amar a Deus sobre todas as coisas...”. Prova da importância de se amar a Deus da forma correta é que, no coração de todo ser humano há um espaço que é reservado para Ele. Enquanto a pessoa não se converte por inteiro e O aceita com toda sua alma, tem por companhia um vazio que não se preenche nunca, o que lhe causa uma angústia sem medida. É como se houvesse um buraco no peito que, por mais que se tente preenchê-lo com as boas coisas deste mundo, jamais será ocupado.

Quando lemos o salmo de Davi número 23: “O Senhor é o meu Pastor, nada me faltará...”, somos tentados a crer que nada vai nos faltar no campo material, mas, na verdade, quem está em Cristo e é guiado por Ele, não sente nenhuma falta, em qualquer que seja a situação, pois “a Sua graça nos basta”.

Assim, não precisamos de muito nesta vida para ser feliz, o nosso erro é acreditar que as pessoas afortunadas é que o são, muito embora haja pessoas felizes abastadas ou não, isso não depende dos bens que elas possuem.

Acumulamos tesouros no céu, também quando adoramos e obedemos a Deus, quando nos aplicamos no crescimento espiritual, buscando em primeiro lugar o Seu Reino e a sua justiça, ou seja, ter como prioridade em nossas vidas conhecer e viver para servir ao Senhor, confiando em Deus com respeito ao nosso futuro, certos de que Ele proverá tudo o de que precisamos.

Em Mateus cap. 6, 19-29: “... mas ajuntai para vós tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem os consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam. Porque onde estiver o teu tesouro aí estará também o teu coração.”