Sede de justiça
Finalmente um dos julgamentos mais esperados pela sociedade aconteceu.Depois de dois anos de expectativa, o casal Nardoni foi a júri popular e a promotoria conseguiu ratificar o que o povo já havia sentenciado: a culpabilidade dos réus.Para quem, como eu, aguardava com ansiedade pelo veredito, foi praticamente impossível desviar a atenção para um outro ponto, além da TV.Durante a semana,todas as emissoras exploraram à exaustão tudo o que estava relacionado ao caso aviltante que chocou o país.Na minha análise , alguns programas tevisivos tiveram a competência necessária na abordagem do caso, outros, mais sensacionalistas, nem tanto.Mas o que se torna relevante mesmo é que toda a grita popular, todo o "circo" (como alguns chamaram ao conjunto de manifestações à porta do fórum de Santana) teve seu apogeu, sua catarse no instante em que o Juiz que presidiu o júri leu a sentença.Aplausos, gritos, fogos de artifício, histeria coletiva, tudo isso, ao meu ver, mais que uma prova de ignorância popular, ou falta do que fazer, ou até mesmo vontade de aparecer na mídia, é uma prova inconteste da sede por justiça que há muito nos sufoca e nos solapa a cidadania.O caso Isabella virou um ícone.A garotinha perversamente assassinada é a síntese ou a representação de tantos outros inocentes que fazem parte da trágica estatística do nosso país,que foram e continuam sendo imolados a cada dia.Muitos sequer entram nesta conta macabra, como os bebês ou crianças jogados nas lixeiras, nas lagoas, atirados pelas janelas, estuprados.É tudo horripilante demais.E quando vejo especialistas chamarem de "circo" toda aquela manifestação em frente ao fórum, deixo uma pergunta: O que resta ao povo, principalmente à parcela menos favorecida , do que à sua maneira, gritar por justiça? Se absurdos ocorreram, como o ataque ao advogado de defesa e outros episódios que não vêm ao caso mencionar, creio que devemos aplaudir a coragem, a determinação daqueles que passaram noites ao relento, que saíram de suas cidades ( a senhorinha com a blusa verde e amarela, de Salvador; o mineiro qua postou-se diante do fórum amarrado à cruz, entre outros).Bizarrice? Loucura? Pode até ser.Mas consigo enxergar mais além.Estamos todos sedentos, famintos de justiça.
Oxalá a partir de agora, outros julgamentos possam contar com a pressão popular.Tomara também que os veículos de comunicação, principalmente a televisão ,possam contribuir cada vez mais para dirimir a ignorância daqueles que, infelizmente ,não têm acesso a uma educação de qualidade, fazendo um contraponto a tantas baboseiras de baixo nível que obtusam o pensamento e alienam o cidadão.Afinal ,é esse povo brasileiro tão aviltado em sua miséria, motivo de deboche para quem se julga uma elite pensante ou burguesa ,que realmente tem em suas mãos o poder de transformação.Seja para o bem ou para o mal.Já passou da hora de dar ao povo o que lhe foi negado em séculos de exploração e de abandono.
Que o caso Isabella nunca seja esquecido para que o direito à vida possa ser de todos, sem exceção.
Finalmente um dos julgamentos mais esperados pela sociedade aconteceu.Depois de dois anos de expectativa, o casal Nardoni foi a júri popular e a promotoria conseguiu ratificar o que o povo já havia sentenciado: a culpabilidade dos réus.Para quem, como eu, aguardava com ansiedade pelo veredito, foi praticamente impossível desviar a atenção para um outro ponto, além da TV.Durante a semana,todas as emissoras exploraram à exaustão tudo o que estava relacionado ao caso aviltante que chocou o país.Na minha análise , alguns programas tevisivos tiveram a competência necessária na abordagem do caso, outros, mais sensacionalistas, nem tanto.Mas o que se torna relevante mesmo é que toda a grita popular, todo o "circo" (como alguns chamaram ao conjunto de manifestações à porta do fórum de Santana) teve seu apogeu, sua catarse no instante em que o Juiz que presidiu o júri leu a sentença.Aplausos, gritos, fogos de artifício, histeria coletiva, tudo isso, ao meu ver, mais que uma prova de ignorância popular, ou falta do que fazer, ou até mesmo vontade de aparecer na mídia, é uma prova inconteste da sede por justiça que há muito nos sufoca e nos solapa a cidadania.O caso Isabella virou um ícone.A garotinha perversamente assassinada é a síntese ou a representação de tantos outros inocentes que fazem parte da trágica estatística do nosso país,que foram e continuam sendo imolados a cada dia.Muitos sequer entram nesta conta macabra, como os bebês ou crianças jogados nas lixeiras, nas lagoas, atirados pelas janelas, estuprados.É tudo horripilante demais.E quando vejo especialistas chamarem de "circo" toda aquela manifestação em frente ao fórum, deixo uma pergunta: O que resta ao povo, principalmente à parcela menos favorecida , do que à sua maneira, gritar por justiça? Se absurdos ocorreram, como o ataque ao advogado de defesa e outros episódios que não vêm ao caso mencionar, creio que devemos aplaudir a coragem, a determinação daqueles que passaram noites ao relento, que saíram de suas cidades ( a senhorinha com a blusa verde e amarela, de Salvador; o mineiro qua postou-se diante do fórum amarrado à cruz, entre outros).Bizarrice? Loucura? Pode até ser.Mas consigo enxergar mais além.Estamos todos sedentos, famintos de justiça.
Oxalá a partir de agora, outros julgamentos possam contar com a pressão popular.Tomara também que os veículos de comunicação, principalmente a televisão ,possam contribuir cada vez mais para dirimir a ignorância daqueles que, infelizmente ,não têm acesso a uma educação de qualidade, fazendo um contraponto a tantas baboseiras de baixo nível que obtusam o pensamento e alienam o cidadão.Afinal ,é esse povo brasileiro tão aviltado em sua miséria, motivo de deboche para quem se julga uma elite pensante ou burguesa ,que realmente tem em suas mãos o poder de transformação.Seja para o bem ou para o mal.Já passou da hora de dar ao povo o que lhe foi negado em séculos de exploração e de abandono.
Que o caso Isabella nunca seja esquecido para que o direito à vida possa ser de todos, sem exceção.