O Diagnóstico de um Serial Killer

São perguntas polêmicas e praticamente sem respostas para muitos, mas graças a evolução da ciência pode-se fazer diagnósticos direcionados aos sentimentos e reações humanas, tendo assim um bom resultado para que se possa estudar esses indivíduos.

O grupo social se agita em movimento contra a criminalidade, a cada dia que passa a escala da delinquência só aumenta, pior é que os bandidos estão cada vez mais frios e cruéis do que nunca, não temos como dizer de certeza o porquê de tanta tranquilidade, mas seus métodos sanguinários ficam cada vez pior para toda a sociedade e nesse caso só diagnósticos precisos é que podem dizer a situação do perfil de cada criminoso.

Para os propósitos deste estudo, o termo serial killer será usado para se referir somente a indivíduos que cometeram três ou mais homicídios sexuais em série, separados por intervalos variados de tempo. Existem outras formas de serial killer, como assassinatos praticados por profissionais de saúde (enfermeiros, médicos etc.) que envenenam pacientes em hospitais ou mesmo em suas residências, ou ainda homicídios praticados por mulheres, onde geralmente não existe um elemento sexual. Existem vários fatores biológicos, psicológicos e sociológicos relevantes para o homicídio sexual seriado.

O portador de personalidade esquizóide (falta de interesse em relações sociais, tendência ao isolamento, à introspecção e frieza emocional) pode refletir uma predisposição hereditária. A personalidade sádica é mais apropriada surgindo com os resultados das agressões severas na infância (física, sexual ou verbal). Ao longo do desenvolvimento, o sadismo surge como um "antídoto" contra a vivência de ter sido abusado, sendo que a vítima no passado se transforma em um adulto vitimizador.

Entretanto, existem alguns seres de tendência decididamente perversa, sem que tenham história de sofrimento de abuso na infância. O seu caminho para o sadismo não é claro, embora possa ser uma combinação entre um extremo narcisismo (descreve a característica de personalidade de paixão por si mesmo) e uma configuração cerebral o que levaria o homicida a uma total indiferença ao sofrimento de suas vítimas. Entre os mais cruéis dos seriais killers, existem vários que experimentaram grande violência e humilhação nas mãos de um ou de ambos os pais, embora existam também aqueles que não vivenciaram este tipo de experiência violenta.

Quanto à possibilidade de tratamento, a maioria dos seriais killers revela-se psicopata. Eles possuem um poder de manipulação como poucos muitos enganam as pretensas vítimas e as seduzem para áreas onde elas não tenham recursos de resistência. Quando presos, eles enganam os funcionários penitenciários, bem como profissionais de saúde mental, fazendo-os pensar, após certo período de tempo, que eles "aprenderam a lição" e que estariam prontos para serem re-inseridos na sociedade. Tais decisões conduzem a erros tão graves que custam à vida de novas vítimas, eles podem tentar exercer um controle sobre sua própria fala durante a perícia, simular, dissimular, enfim, manipular suas respostas ao que lhe for perguntado. Os testes psicológicos dificultam tal manipulação e fornecem elementos diagnósticos complementares.

Além do perigo de soltar esses sanguinários na comunidade, que já praticaram concretamente homicídios sádicos sexuais, existe a necessidade do cuidado com relação aos sentimentos do público. A liberação de homicidas com esse grau de risco de novo comportamento violento seria de difícil tolerância para a sociedade. Uma vez que se chegou a uma conclusão de se tratar de um serial killer e identificou-se que ele é um inimigo irremediável para as pessoas, a separação permanente da comunidade pela via da prisão parece ser a única alternativa prudente.

Os transtornos de personalidade, sobretudo o tipo anti-social, representam verdadeiros desafios para a psiquiatria forense. Não tanto pela dificuldade em identificá-los, mas sim, para auxiliar a Justiça sobre o lugar mais apropriado para colocar esses pacientes (cruéis e frios) e como tratá-los. Os pacientes que revelam comportamento psicótico e cometem homicídios seriados necessitam de atenção especial, devido à elevada probabilidade de reincidência criminal, sendo ainda necessário sensibilizar os órgãos governamentais a construir estabelecimentos apropriados para a custódia destes sujeitos. Enfim é um trabalho extremamente complexo e que necessita de todo um grupo de profissionais capacitados para que possam deter esses indivíduos e para que a justiça possa ser feita.

Alidiney Aguiar Borges, estudante de Direito.

Aracaju-SE.

lili.aguiar@hotmail.com

Alidiney Aguiar
Enviado por Alidiney Aguiar em 04/04/2010
Reeditado em 11/02/2014
Código do texto: T2177146
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