PÊSAMES, CHUVAS E MORTES

Pêsames, chuvas e mortes

Francisco de Paula Melo Aguiar

Educador e Advogado

"Mas eu sempre terei esperança e te louvarei cada vez mais." (Salmos 71: 14)

A fé é a única esperança do povo pobre brasileiro, pois, somente diante de uma catástrofe como esta que está ocorrendo no Estado do Rio de Janeiro é que as autoridades federais, estaduais e municipais, por incrível que pareçam, todas constituídas por este mesmo povo através do compromisso do voto obrigatório em cada eleição federal, estadual e municipal. São eleições que não acabam mais, porém os compromissos de campanha se acabam antes de tomarem posse... e o povo fica para depois... na próxima campanha...

Desta feita, somente a fé e a esperança, na afirmação do salmista é realmente certa afirmação poderosa! O dito popular já afirma a séculos de que só quem tem poder é Deus e o resto é o resto. O povo esquecido, diante de tamanha catástrofe advinda de obra da Natureza, passa pelo sofrimento a entender de que o voto tem mais valor do uma feira de véspera de eleições, pois, se as autoridades do Rio de Janeiro tivessem criado o PAC moradia dos sem tetos urbanos e rurais, eles não teriam construído suas casas em cima de um monte que não é rocha. Pelo esquecimento das autoridades a Natureza clama que as mesmas façam o dinheiro que vem do povo voltar para o povo em moradias, escolas, hospitais, creches, empregos, segurança pública, comidas, etc,... Depois de o salmista falar para Deus sobre tudo o que estava passando e sentindo, ele faz essa afirmação como quem diz: "Tudo bem, Senhor. As coisas não estão tão bem agora, mas eu não deixarei de crer; não deixarei de ter esperança. E, além disso, vou te louvar ainda mais". Nosso coração fica mais tranquilo quando dá esse passo de fé e confia em Jesus Cristo, o único senhor dos senhores que conhecemos. Ninguém disse que é fácil ter esperança sempre, porém, para os desabrigados de tudo e de todos, principalmente para os parentes dos que morreram em Niterói, Rio de Janeiro e em outras partes do Brasil e do mundo, em situações iguais ou semelhantes, por confiar e esperar que as autoridades constituídas resolvessem seus problemas de ordem material, segundo “São Promessa”, nas vésperas das eleições. O povo deve lutar, critica e exigir das autoridades soluções emergentes presente e futuras, porque do passado só ficam os mortos e suas histórias. Mas, como diz a tradução de uma canção cristã, "porque Ele vive, posso enfrentar o amanhã; porque Ele vive, não há mais temor; porque eu sei que o futuro está em suas mãos, e que a vida vale a pena viver só porque Ele está vivo" (Deborah Stafussi). A firmeza de nossos ideais é sempre a esperança de todos que acreditam sempre no Senhor dono do céu, do mar e da terra.

Em suma, se as autoridades brasileiras não atenderem as políticas públicas e ou as necessidades prementes do povo pobre e esquecido, todo este segmento da sociedade dos sem tudo..., que não acordou ainda para a valorização do direito de votar e de ser votado em cada pleito federal, estadual e municipal, os deslizamentos dos morros de Niterói, Rio de Janeiro, Santa Catarina, etc,... continuará matando gente mais que na guerra propriamente dita pelo Brasil a fora.