Pensamento linguístico na Grécia

Desde o século V a.C. os gregos já se questionavam a respeito da linguagem. Qual a relação entre as palavras e aquilo que elas denotam? Essa relação é guiada pela natureza ou pela convenção? Essas foram algumas das questões que impulsionaram os estudos lingüísticos na Grécia.

Uma das preocupações dos gregos era com a palavra. Devido a isso, as classificaram em “partes dos discursos” e identificaram os seus modelos flexionais.

Esses foram divididos em três períodos: pré-socrático, estóico e alexandrino.

Os pré- socráticos seguidos por Sócrates, Platão e Aristóteles possuíam uma visão mais filosófica dos fatos da linguagem. Devido a isso, as contribuições desses pensadores para as “partes do discurso”, em especial Platão e Aristóteles de quem se tem mais conhecimento, encontravam-se misturados a suas obras filosóficas.

Platão dividiu a oração em duas partes: sujeito e predicado como hoje conhecemos. Já Aristóteles manteve a classificação de Platão e acrescentou uma nova classe, a conjunção.

Posterior a esse período temos os estóicos. Eles estudaram a língua em obras independentes e a viam como expressão do pensamento. Dividiram as palavras em quatro classes: nome que foram subdivididos em próprios e comuns, verbo, conjunção e artigo. São evidentes as especulações que existiam nesse período sobre a linguagem, no entanto não foi concretizada nenhuma obra gramatical.

No período alexandrino a preocupação com a linguagem passou a ser literária. Foi nesse período que se originou a gramática com suas características prescritivas e pedagógicas.

Os alexandrinos Dionísio de Trácio e Apolônio Díscolo também deram suas contribuições para as “partes do discurso”. O primeiro produziu a primeira gramática do grego. Essa possuía uma apresentação dos sons do grego, noção de sílaba e das “partes do discurso”, que segundo Dionísio de Trácio se dividia em oito partes: artigo, advérbio, conjunção, preposição, particípio, pronome, substantivo e verbo. O segundo manteve as oito “partes do discurso”, porém apresentou novas definições a algumas dessas classes em termos filosóficos. Baseando sua descrição nas relações sintáticas.

Várias foram às contribuições dadas pelos gregos para o desenvolvimento do pensamento lingüístico. A ênfase que os gregos deram ao significado é notória nos critérios semânticos, usado para especificar as “partes do discurso” do enunciado e não nos aspectos formais.

Sirlane Silva
Enviado por Sirlane Silva em 14/04/2010
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