Usina Bel Monte - montanha de confusão

Usina Belo Monte - montanha de confusão

A licitação da usina Belo Monte - projetada para a calha do rio Xingú, não sai do noticiário atual, pois está carregada de xabus.

O problema, dizia o governo, era a licença ambiental. Mas, estava sendo modesto.

A verdadeira questão é que o governo petista, capitaneado por Dilma Russeff, alterarou as regras do jogo e, as grandes empresas começaram a achar empreendimentos assim pouco compensatórios - senão, arriscados, em relação as incentivos e riscos envolvidos.

Sabem como é: empresas, ao contrário dos governos, vivem para a obtenção de lucro...

Dos grupos empresariais que apresentaram interesse inicial, somente um se mantem na disputa, liderado pela empresa Andrade Gutierrez.

Diante do virtual fracasso da licitação, o governo resolveu juntar a CHESF (estatal), a Queiroz Galvão e fundos de pensões num outro consórcio, para criar condições de disputa do objeto da licitação.

Em Brasília, dizem que o negócio já está combinado o consórcio liderado pela Andrade Gutierrez leva a licitação, e recebe 80% (oitenta por cento) de investimento do BNDS.

Tecnicamente, o que o governo está fazendo é, ele mesmo, fraudar uma licitação, pois está criando artificialmente a competividade que inexiste, não por deficiência do mercado, mas por causa dos regulamentos estabelecidos.

Como resolver? Aplicar ao caso o Art. 37, caput da Constituição Cidadã, c/c Art. 3º, da Lei Federal nº 8.666/93 (Lei das Licitações).

O caso é de um ataque frontal ao princípio da moralidade.

Izefiní!

"Belo Monte". É do vocabulário da petezada. Diz tudo, sem mais. Fico pensando no belo monte de grana que está rolando ou sendo prometido nos bastidores dessa licitação.

Belo Monte. Com licença do trocadilho, leitor, mas a solução para o caso pode ser um Serra (se houver tempo).

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Reinaldo Azevedo (Veja) diz que os petistas são a "nova burguesia do capital alheio", e não há como discordar. Mas, dá para acrescentar: inclusive o capital dos trabalhadores!

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Leio aqui que índios de diversas etnias querem invadir a área onde será erigida a usina hidrelétrica em questão.

E pergunto: o que é que essa galera tem com geração de energia elétrica?

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Voltei às 16:15 h: no site do UOL, encontro a informação de que, contrariando as expectativas (e gossips brasilienses), o consórcio liderado pela Queiroz Galvão foi declarado vencedor da licitação, depois que a Andrade Gutierrez ganhou e, logo em seguida - muito estranho - desistiu, oferecendo deságio de 6% sobre o valor do megawatt gerado.

Anotem. Porque este contrato vai ser um abacaxi para o próximo governo.