PASSARINHOS PRISIONEIROS

“Quando eu tinha cinco anos, eu já me martirizava em ver na casa vizinha, cinco ou seis gaiolas, contendo cada uma, um canario cantador!

Meus visinhos tinham a mania de aprisionar as pobres aves, o que eu achava inadmissível, contudo eu não tinha força e nem poder para contrariá-los.

Meus sentimentos de poeta, viam na natureza, uma verdadeira orquestração, cuja regência era vinda de Deus, e por conseguinte eu me quedava em pensar que as nossas manias indesejáveis eram desarranjos rítmicos, da bela música da vida.

Em minhas divagações, eu achava que a música haveria de ter seus aperfeiçoamentos, mas…até hoje ela continua com seus movimentos fora de uma autêntica regência.

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Penso que se eu tiver o gosto por apreender aves, mesmo essas que dizem estarem registradas nos órgãos governamentais fundados para tal fim, devo ter em mente, que a cada pássaro aprisionado, adquiro um ANÁTEMA!

Os anátemas, mais cedo ou mais tarde me trarão resultados negativos, inesperados e prejudiciais.

Devo imaginar um ser humano preso! Quantos pensamentos de ódio, de desespero, de revolta, enfim, outros mais, seu cérebro irradia contra seus captores! Tais irradiações também são emitidas pelos passarinhos presos, se transformando em energias negativas, que percebidas por Deus as farão recair sobre os passarinheiros!