FELIZ NATAL "EM NOME DO SENHOR JESUS"

FELIZ NATAL “EM NOME DO SENHOR JESUS”

José Arnaldo Lisboa Martins

Num passado não muito distante, quando alguma pessoa pronunciava o nome de Jesus, o fazia com grande respeito. Nos cabarés, nas mesas de bar e nos palcos, não se ouvia falar Nele. Jesus era um nome próprio para ambientes calmos, onde o pecado não estava presente, como no silêncio das igrejas. As coisas santas não perambulavam pelos palcos com fumaçinhas e trejeitos impulsionados pelas drogas. Hoje em dia, os boletos bancários são mostrados no lugar da Bíblia e as igrejas que viviam de pequenas espórtulas espontâneas, viraram loterias. O nome de Jesus servia, apenas, para que os padres nos abençoassem, benzessem imagens, quadros, terços, medalhas ou escapulários. Jesus era um nome “vip” que não fazia parte de cultos “axangozados”, de reuniões barulhentas, onde os fiéis de braços para cima, fazem caretas, possuídos por satanás. Os hinos das igrejas falavam num Jesus de respeito, com mensagens bonitas de louvor e que não serviam para enriquecimentos de cantores desafinados, que hoje usam Jesus, para venda dos seus CDs, em shows caça níqueis, como os circos de lonas rasgadas. Hoje fazem de Jesus, um motivo para venda de camisas, livros e viagens turísticas pelos países com lugares santos. Para muitas igrejas chamadas de evangélicas e que não são tradicionais e sérias, Jesus é o chamariz de dinheiro para construção de templos suntuosos ou para as mansões dos dirigentes. Tomara que as igrejas tradicionais, como a Presbiteriana, a Assembléia de Deus, a Adventista, e a Pentecostal, não partam para o shows em palcos, aplaudidos por drogados “em nome do Senhor Jesus.

Até a minha querida Igreja Católica Apostólica Romana, aqui-acolá tem um dos seus padres prometendo milagres instantâneos, em palcos com “quartetos”, fumaças e iluminação feérica. Eu ainda prefiro um Jesus fora dos CDs vendidos com hinos apelativos. Gostaria que a minha igreja continuasse pregando um Cristo que fez milagres sérios e importantes e não o Cristo que só cura diarréias, dor de dente e que distribui fortuna com seus seguidores dizimistas. Nas capitais, nas grandes cidades, nos distritos e nos povoados, já não sobram prédios para vendas ou aluguéis, pois, todos são comprados ou alugados para igrejas, das mais de 300 denominações. O povo que antes era evangelizado para conseguir o reino do céu, hoje é evangelizado pra dar dinheiro, livre do imposto de renda. Certa vez eu assisti ao “testemunho” de uma senhora, dizendo que estava devendo R$ 300.000,00 e que já tinha pensado em suicídio, quando uma sua amiga a convidou para ir ao culto de uma das igrejas milionárias. Com a maior cara lisa, contou que com poucos meses, pagou os trezentos mil reais que devia e que hoje possui uma empresa com filial e duzentos empregados. Disse ter comprado um bom apartamento, com vagas para seus 3 carros importados, tudo “em nome do Senhor Jesus”. A liberdade de crença, permitida pela Constituição Brasileira, criou a “demoniocracia”, onde as drogas dançam, cantam e animam. Neste Natal de Jesus, vamos pedir a Ele que não mais permita tantos “vendilhões do templo”, se aproveitarem na venda de saúde, prosperidade, fortuna, CDs, DVDs e muita ilusão.

Em tempo- Desejo a todos que me lêem, aos que não gostam dos meus artigos e, também, aos que não me lêem, um FELIZ NATAL E UM ANO NOVO, dos melhores que já tiveram em suas vidas. Tudo, AUTORIZADO E EM NOME DO MENINO JESUS.

José Arnaldo Lisboa Martins
Enviado por José Arnaldo Lisboa Martins em 24/12/2010
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