Deus é a verdade?

Você gosta de desenhar ou pintar, amigo leitor?

Suponhamos que você seja um artista famoso e fez um belíssimo quadro, sua obra-prima. Neste quadro, você expôs um significado íntimo, uma verdade, a sua verdade. Talvez muitos tentem entender o que você quis dizer, mas somente você poderá determinar o real significado do quadro, não é? Mesmo que façam teses de doutorado sobre seu desenho ou alguém ganhe um prêmio Nobel por apresentar uma interpretação dele, ainda assim, o real significado de seu quadro será aquilo que VOCÊ disser. Afinal, foi você quem o fez, era algo íntimo que apenas a você pertencia. Assim, somente o seu conhecimento sobre aquilo será pleno, total.

Seu conhecimento sobre o quadro é total e a verdade nele contida é apenas sua, certo? Então, você pode dizer que seu desenho contém uma verdade absoluta, pois essa verdade foi você quem a delimitou e definiu, você mesmo determinou seu significado. É sua criação.

Faria sentido se aplicássemos esse princípio à nossa realidade?

Nós não temos o conhecimento total sobre a vida ou sobre a realidade que vivemos, logo, determinar verdades é algo muito difícil de fazer, mas isso não significa que elas não existam, nós apenas não as conhecemos e nem temos uma mente poderosa o suficiente para compreendê-las em sua totalidade. Nós não somos do tamanho do universo, logo, se alguém disser que conhece a Verdade absolutamente, estará sendo arrogante (e mentiroso), mas se alguém negar que a Verdade exista, também estará sendo arrogante (e mentiroso), não é? Afinal, somos pequenos demais para negá-la ou confirmá-la. Mas se tivéssemos um conhecimento total da criação (como você tem de seu quadro), então poderíamos conhecer a Verdade Absoluta.

Será, então, amigo leitor, nossa realidade o quadro de alguém? A obra-prima de outro?

Acredito que nossa realidade é o quadro de Deus, a verdade íntima dele, pois ele a criou, delimitou e definiu suas formas. Assim, Deus conhece a verdade.

Mas quem é Deus?

O universo com certeza é uma imensa engrenagem, sua complexidade é inegável e pode funcionar em diversos padrões e formas, pois existe inteligência em sua estrutura e funcionamento: Quando atiramos uma pedra para o alto ela cairá, não é? Foi assim ontem, é assim hoje e será assim sempre. A gravidade é uma lei precisa, inteligente, bem elaborada e IMPOSTA.

Muitos negam que haja inteligência na criação ou planejamento consciente, mas a natureza, sendo ela irracional e sem consciência própria (como muitos dizem), poderia impor algo a alguém, impor algo necessário para a sobrevivência de alguém e ainda determinar seu funcionamento de forma infalível? Uma natureza irracional poderia criar uma lei e a ela sujeitar tudo logicamente?

Uma mente irracional e sem consciência poderia legislar? Crias leis e ainda fazê-las se cumprir?

Alguém decidiu assim, apenas um ser consciente e inteligente pode decidir.

Assim, pensar em Deus como a mente por trás de tudo faz mais sentido.

Eu enxergo o mundo a partir deste princípio: existem verdades incontestáveis, Deus conhece todas e nos revelou apenas algumas. Por exemplo, sabemos que existe uma realidade física que podemos perceber e tocar, a matéria faz parte dela. O mundo natural é a realidade física. Mas há também a realidade espiritual (que nem todos conhecem), nela existem anjos e demônios, e é acessível ao espírito humano também, o espírito que há em nós.

O nosso espírito, a nossa alma imortal que, como diz o apóstolo Paulo, está presa neste corpo físico, pode acessar essa outra realidade. As realidades física e espiritual são co-existentes, não são auto-excludentes, mas são, sem sombra de dúvida, independentes. Por isso, a lógica de uma não se aplica à outra. Essas são verdades possíveis de serem conhecidas e confirmadas.

Diante disso, faz sentido Deus exigir “perfeição” de nós? A perfeição é restrita apenas a quem tem o conhecimento do todo, da Verdade Absoluta. Só Deus tem esse conhecimento, logo, só Deus pode ser perfeito.

Sendo Deus o criador de tudo (e o “tudo” é bem grande), então não faz sentido Deus esperar perfeição de nós ou escravizar-nos, não é?

É por isso existe o livre-arbítrio.

Se alguém quiser dar um tiro na própria cabeça, com certeza, Deus não o impedirá, se alguém quiser roubar, matar e destruir, Deus também não impedirá, por isso, nosso mundo é o caos que é.

Mas Deus é o culpado?

Imagine uma festa, você, amigo leitor, está nesta festa. Aí chega alguém que não gosta de você, mas você não o viu chegar, entretanto essa pessoa viu você. Infelizmente, porém, ela resolve lhe fazer uma malvadeza: pega um copo com sua bebida favorita e põe veneno. Obviamente, se essa pessoa for levar a bebida até você, você não a aceitará, afinal, você sabe que ela é uma pessoa de má índole, certo? Essa pessoa, então, bola outro plano: ela chama uma terceira pessoa, uma pessoa que não sabe do desentendimento entre vocês, um cúmplice inocente. Essa pessoa má pede a esse cúmplice que leve a bebida até você, mas diz a ele para não lhe dizer quem mandou a bebida, pois alegou que queria apenas lhe fazer uma surpresa com sua bebida favorita. Esse cúmplice inocente acreditou na mentira e levou a bebida até você. Você aceita o copo, bebe e morre.

Moral da história: outra pessoa decidiu seu futuro sem que você soubesse. Você foi manipulado, enganado.

Deus dá o livre-arbítrio, mas é o homem quem o tira.

Seres espirituais malignos também fazem isso.

Apenas Deus não engana.

É isso.

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