A MULHER CHEGA AO GENERALATO


"Nas horas graves as mulheres se impõem pela sensibilidade, paixão e iniciativa, superiores às dos homens".
                               Jules Michelet


Na Escola de Comando e Estado Maior do Exército onde só adentram por concurso entre os oficiais de carreira, este ano tiveram aprovadas três oficiais do denominado segmento feminino do Exército.

São elas oficiais do Serviço de Saúde do Exército (Médicas) que vão cursar, neste ano de 2011 a EsCEME - Escola de Comando e Estado Maior do Exército.

Depois de serem aprovadas em Processo Institucional e de concurso realizado pela Escola, habilitando-se assim a ocupar os cargos da Direção de Organização de Saúde, passam a ser habilitadas a concorrer ao Quadro de Oficiais Generais, vislumbrando assim serem as primeiras Oficiais do segmento feminino a alcançarem o Generalato.


São três majores aprovadas no concurso:


Major Carla – Nascida em Curitiba, fez Medicina na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Paraná onde fez 3 anos de Residência Médica em Cirurgia Geral. Trabalhou em Guajará- Mirim quando acompanhava o marido que foi Comandar o 6º Batalhão de Infantaria de Selva. Ao voltar para Curitiba especializou-se em Cardiologia Clinica. Ingressou no Exército como Oficial Temporária, permaneceu em Curitiba onde trabalhou na UTI do Hospital Geral de Curitiba. Fez concurso público e como oficial de carreira especializou-se em Medicina Esportiva, no Centro de Capacitação Física do Exército, e em Terapia Intensiva na Bélgica. É a primeira colocada em sua turma, aí já incluindo toda a turma e inclusive o segmento masculino. Possui a Medalha Marechal Hermes, que é concedida aos que se destacam nos Estudos e são primeiros em sua turma.


Major Regina Rangel – Nascida no Rio de Janeiro (Botafogo), cursou medicina na Faculdade Souza Marques, foi Generalista por 5 anos, depois fez especialização em Cardiologia e algum tempo depois Medicina do Esporte voltada para Cardiologia Desportiva.


Major Schendel – Nascida no Rio de Janeiro, mas precisamente no Hospital Central do Exército por ser filha de militar. Cursou medicina na Faculdade Souza Marques. Após o fim do curso foi aprovada no concurso de Residência Médica em Oncologia, no Instituto Nacional do Câncer - INCA, de onde surgiu uma oportunidade de estudar no exterior. No Canadá frequentou um serviço de Transplantes duplos (pulmões e coração) no “Toronto General Hospital”. Fez especialização em Cardiologia, que exerce até hoje.


Dentre as missões que mais chamaram atenção das oficiais elas destacam:

A major Carla diz que sua principal experiência foi na missão de paz da ONU no Haiti, onde permaneceu um ano, comandou o resgate de quatro crianças haitianas de 6 anos que haviam ficado presas nos escombros da Escola Promèsse, que desabou em Porto Príncipe em 2008. Foi uma das maiores emoções como médica e militar.

A major Regina Rangel diz que foram os dois anos que passou na Amazônia, para ser mais preciso, em São Gabriel da Cachoeira. Um aprendizado de superação. Lá a população se espalha uma extensa área e em geral quando chegam com a enfermidade, já esta bem avançada. Esteve também por quase um mês destacada no Pelotão Especial de Fronteiras de Querai, local ainda mais remoto e com poucos recursos.

A major Scendel diz que durante o tempo em que serviu no Hospital Geral de Manaus realizou o estágio de resgate na selva e participou de diversas Ações Cívico Sociais - ACISO,  cuja missão dentre outras é levar o atendimento médico e assistencial aos lugares mais afastados.


Hoje a mulher no Exército, vem conseguindo espaços graças a sua luta e a sua capacidade, participam das diversas modalidades esportivas, inclusive orientação; participam de atividades na área da Brigada Paraquedista e estão adquirindo espaço junto aos guerreiros de selva. Participaram de diversas missões de paz inclusive em Timor Leste e Haiti.


Sem querer igualar-se ao segmento masculino no quesito força, onde houver possibilidade do uso da inteligência e da competência queremos estar junto deles, afirmam as militares. No entanto  nota-se pelas missões cumpridas que o tratamendo entre  os dois segmentos  masculino e feminino não foram muito diferenciadas.
Os militares em geral sejam do segmento masculino ou do feminino, em geral seguem a máxima abaixo:

“Não perguntes o que o teu país pode fazer por ti, pergunta antes o que podes fazer pelo teu país”.
                                                      Kennedy
 
                              
 


NOTA: O artigo  é baseado em entrevista realizada  com as aprovadas  por  Revista  especializada em assuntos militares.











Ruy Silva Barbosa
Enviado por Ruy Silva Barbosa em 14/02/2011
Código do texto: T2790886
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