Condomínio Espiritual (Umbanda)

A expressão “Condomínio espiritual” tem sido utilizada dentro do Espiritismo por autores diversos, e que a ciência oficial diagnostica como um distúrbio psíquico denominado “Personalidades Múltiplas”, condenando por certo muitas pessoas a pesados tratamentos, mesmo internações em hospitais psiquiátricos. Foi muito comentado na década de 60, devido ao filme “As três faces de Eva”, e anos depois, na década de 80, Hermínio Miranda se aprofundou mais, nos livros “Condomínio Espiritual” e “Diversidade dos carismas” (I e II), onde relata a mediunidade de Rita, desde seus primeiros passos, com as dificuldades, suas experiências, evolução e esclarecimentos.

Significa que o médium, por algum motivo, permite abrigar uma variedade de espíritos desencarnados, ou dá a eles passividade inconsciente. O fato é considerado uma obsessão complexa, em muitos casos, difícil de ser resolvida, pois se aproxima da possessão, onde o encarnado que vivencia o processo, altera alternadamente de comportamento, mudando seu jeito de ser, sua personalidade, o que prejudica sua vida cotidiana. Diz-se então que são numerosos seus obsessores, e que eles devem ser afastados da pessoa o quanto antes, e hoje grandes escritores sob o tema obsessão têm escrito, entre eles Robson Pinheiro, abordando o fato que são instalados aparelhos no perispírito do médium, aparelhos estes cada vez mais sofisticados, chegando em alguns casos, não ser mais possível desatrelar espírito e encarnado, sob risco de morte para este último.

Não são poucos os casos, e na verdade, dificilmente um ser humano encarnado no nosso orbe, tão cheio de miasmas e poluição mental, não está cercado de obsessores, assediado a todo instante por desvios e interferências várias.

Porém, se observarmos sob o viés da Umbanda, vemos médiuns iniciando seus passos, trazendo em sua coroa, não obsessores, mas espíritos desalinhados com a atualidade, caboclos do fundo da mata, exus sofredores começando sua caminhada de Luz, orientais pouco afeitos a nossa linguagem, espíritos familiares ainda sofrendo as saudades... Não podem absolutamente ser considerados obsessores, não querem mal algum ao médium. São humanos como nós, prosseguindo na caminhada, despidos de seus envoltórios físicos. Que podem não ter tanto esclarecimento quanto outros, já no Saber e na Luz, e que vão caminhar ao caminharmos, vão cair quando cairmos, vão nos sustentar na dor, mas precisarão também ser sustentados. Serão amigos, nunca inimigos, ás vezes com ações parvas, no início, rudes, talvez, mas com orientação e nossa atenção e esmero, prosseguirão, mesmo nos superando por estarem mais libertos.

Devemos então estar atentos, pois o joio nem sempre será joio, nem o trigo será sempre trigo. Precisamos nos conhecer profundamente, reconhecer sinais de perigo, influências, imposições, desvencilharmo-nos quando houver tentativa de engano e perturbação, reposicionando nossos pensamentos. Se temos conosco, em nossa coroa, aqueles que ainda precisam de equilíbrio, não é esconjurando e exorcizando que conseguiremos ajudá-los. Não é tendo medo, aversão, fingindo que não existem, pois ele se manifestarão de qualquer modo, em condições melhores ou piores. Temos de assumir a responsabilidade, buscar o equilíbrio. O equilíbrio não é estar parado, imóvel, é ser flexível, buscando sempre novos pontos de apoio, num eterno movimento ao galgar a enorme montanha da evolução.

Para finalizar, um pensamento da grande espiritualista que foi Annie Besant

“Quem quer que se determine a levar uma vida espiritual, tem que dedicar diariamente algum tempo a meditação. Antes, se poderia manter a vida física sem alimento do que a espiritual sem meditação. Os que não possam dispor de meia hora por dia durante a qual se abstenham do mundo e sua mente receba uma corrente de vida dos planos espirituais, estão incapacitados para levar uma vida espiritual “.

Alex de Oxóssi

Rio Bonito - RJ

http://povodearuanda.wordpress.com/

Alex de Oxóssi
Enviado por Alex de Oxóssi em 28/02/2011
Reeditado em 28/02/2011
Código do texto: T2820858
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.