CORTIÇO

O cortiço da rua das Almas, abrigou bem umas famílias, me lembro bem de Sr. Criolo e D. Pretona famílias vindas de outras regiões, D. Joaquina, viuva e seus filhos, Sr. Raimundo e D. Mariana e D. Miguelina e Sr. Joaquinzão, tempo bom, vivíamos em perfeita harmonia, esperando a vida melhorar algum dia. E melhorou!!! Pois o filho de D. Miguelina tornou-se vereador, os de Sr. Criolo não sei que rumo levou, mas espero que tenham virado doutor, o de D. Joaquina Secretário de educação e eu, tornei-me professor, tadim de mim, mas está muito bom assim.
Nesse cortiço era muito bom, o banheiro sanitário era entre uma cerca e o muro da casa de D. Madalena, e o de tomar banho era mesmo na bacia, a água tinha...que buscar no rio; rio das Almas, igual a rua que ficava o cortiço. Todos nós ainda menores de idade trabalhávamos fora para ajudar a família, eu trabalhava em uma olaria de tijolos, tinha trinta minutos, para sair do trabalho e
chegar na escola...fiquei muitas vezes de fora porque não tinha sapatos, e este fazia parte do uniforme, ô tempo bom.Minha irmã também trabalhou, fora, trabalhou até na casa de um dos cantores do 14 BIS...como empregado doméstica, ô trem assanhado sô...rs. Não sei se era assanhamento ou precisão...
Depois da escola voltava para o cortiço para mais uma noite, a espera que um dia a vida melhoraria e melhorou, hoje em comparação àqueles dias estamos no paraíso...
Este cortiço no qual me refiro meu Deus era o grupo velho que abrigou muitas famílias enquanto ficou de pé.
Luizz
Enviado por Luizz em 29/03/2011
Reeditado em 12/06/2011
Código do texto: T2877740
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