“Pão e Circo para o meu egoísmo”
Sabemos que a tão almejada, e levianamente buscada mudança, independe de um tucano a mais ou um petista a menos no governo.
A mudança só virá, quando antes ela chegar à consciência brasileira.
Um povo, que quando tem a oportunidade de mudar sua sorte, reelege figurões que causam calafrios até no mais temível dos bandidos.
Eu não tenho estômago pra dizer que o problema do brasileiro é sua memória curta, dizer que o fato de termos novamente no cenário político alguns Maluf's, Collor's... depois de toda lona que já desenrolou, querer armar o circo novamente, isso é ter memória curta?
E ter uns Clodovil's neste "novo" ato, o que tem haver com memória? Absolutamente nada.
Tem haver com a displicência com que o brasileiro lida com seu futuro, com aquilo que é seu por direito.
O brasileiro quer ver o "bicho pegar", quer ver "pegar fogo" as disputas do game "Rouba mais um". Tudo é um grande espetáculo, é isso o que o brasileiro quer: "Pão e circo para o seu egoísmo”.
Um povo de tantas qualidades, um povo privilegiado geograficamente, climaticamente, etimologicamente, espiritualmente, ser tão mesquinho com relação ao controle de suas vidas.
E o pior de tudo, e também o que mais me embrulha o estômago, o brasileiro ainda se acha no direito de reclamar, de estar insatisfeito com sua realidade, de apontar o dedo para o planalto e com toda a prepotência dizer: Quero que você cumpra o que nos prometeu!
É cômico se não fosse lastimável, depois das eleições,
o brasileiro aparece dizendo que foi enganado, ludibriado,
que não sabia que fulano não daria a mínima a algo além
da atmosfera do seu próprio umbigo.
Que se sente lesado, e conseqüentemente no DIREITO de cobrar algo.
É vergonhosa a dissimulação brasileira...
...ah, se ao menos um terço deste vigor prepotente e dissimulado, fosse manifestado nas épocas pré-eleitorais... ao menos algumas centelhas de mudanças vislumbraríamos... sem sombra de dúvida.