trecho do livro O mapa de sangue

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Em um Hospital qualquer de uma grande cidade mais um paciente lutava pela vida, mas os primeiros diagnósticos não são nada animadores e apontam para uma morte iminente.

A vitima: um senhor que aparentava ter uns sessenta anos ou mais.

Suas roupas eram velhas, ele usava sapatos maiores que seus pés além de terem tonalidades diferentes, sua aparência era de um homem pobre, ele era magro,alto,tinha cabelos brancos e longos,usava um cavanhaque mau feito e aparentemente não possuía nada de valor consigo na hora do incidente nada que o caracterizasse como vitima de um assalto.

Foi socorrido por um catador de papelão que passava pela mesma rua naquele fatídico momento.

Bendito catador de papelão que rapidamente acionou a ambulância e foi um anjo nas mãos de Deus.

Se sobrevivesse certamente o velho iria procura-lo não para recompensa-lo pois ele não tinha grana, mas para agradecer-lhe pelo ato de amor e bravura.

Não havia algo mais nobre e gratificante do que salvar uma vida e ao longo do tempo a vida traria a sua recompensa.

Ele estava inconsciente e sangrava muito na região da cabeça.

Meia hora depois de ser encontrado caído no chão foi levado de ambulância por uma equipe de primeiro socorros para o hospital mais próximo.

Sessenta minutos depois dava entrada na sala de emergências, este era o problema das grandes cidades,carros demais, engarrafamento, poluição e cada segundo poderia ser decisivo na tentativa de salvar uma vida.

A equipe médica se esforçava para estancar o sangue que escorria sem parar da cabeça do paciente.

U.T.I, onze e meia da noite de uma nublada e fria sexta-feira.

Ano:2011.

Dia oito do mês de Abril.

Depois de controlada a situação foi constatado a causa do sangramento: um tiro na região frontal da cabeça.

_Uma maldade contra um senhor indefeso_ diziam as enfermeiras que cuidavam dele_ este mundo está mesmo perdido,como pode alguém atirar a sangue frio na cabeça de um pobre velho?_ concluíam elas.

O calibre da arma seria descoberto pela polícia e o mais importante do que o calibre usado no crime ou na tentativa de homicídio: o autor do disparo.

Quem seria ele?

Ou eles?

Quais as motivações?

Teria sido uma tentativa frustrada de assalto ou uma bala perdida que fatalmente acertou a sua cabeça?

Ou seria uma tentativa de suicídio?

O que estava por trás daquele crime?

Todas as hipóteses seriam cuidadosamente analisadas e nenhuma poderia ser descartada.

A função da polícia era descobrir.

Descobrir o assassino era uma questão de honra para a polícia e para o Estado, o crime deveria ser combatido,não poderia jamais ficar impune.

A prisão serviria para os outros meliantes de exemplo.

Cada bandido preso ou morto era uma estrela a mais no peito da corporação da polícia e votos a mais para o prefeito da cidade que naquele ano buscava a reeleição.

_Foi um grande milagre ou uma obra da sorte este homem estar vivo depois de um ferimento como este_ observou o jovem médico Carlos Silveira que fizera a cirurgia parabenizando toda a equipe pela brilhante atuação em equipe.

Além de uma carteira de cigarros baratos que estava pela metade havia algo na jaqueta velha que ele usava.

Um pequeno pedaço de papel amarelado contendo um nome e um telefone.

O nome era de um homem que se chamava William.

Não era possível saber de quem se tratava pois não havia sobrenome e nem um endereço, não havia também documentos pessoais com a vitíma do disparo o que dificultava ainda mais a sua identificação e o contato com algum membro da família.

Havia apenas um nome e um número que foi rapidamente entregue nas mãos do investigador encarregado do caso o policial Lucas Castro.

Que ligação poderia haver entre este tal de William e o velho atingido pela bala?

Era isso que o investigador Lucas queria saber.

vandovidaluz
Enviado por vandovidaluz em 29/05/2011
Código do texto: T3000881
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