Sonhos

Como um certo escritor disse: sonho porque vivo, e vivo porque sonho! Sonhar deveria ser uma coisa sempre boa. Claro se não fosse seu contra ponto a realidade, certamente seria. Principalmente quando o sonho está muito perto de ser concretizado, sonhar significa exercitar o que temos de mais precioso, nossa imaginação, pois de tudo que podemos realizar, seja física ou intelectualmente, talvez o simples ato de imaginar seja a melhor parte, pois é lá que tudo se torna completamente possível.

O sonhar nos impulsiona, fascina nosso imaginário, torna tudo mais agradável ou tolerável, é a chama cujo calor serve de inspiração para projetarmos e liberarmos a transpiração! A ação que torna tudo real ou pelo menos deveria ser isso. Qual entre nós nunca ficou com o olhar perdido imaginando milhares de possibilidades, com uma única sílaba como base para o ato de sonhar sustentável, uma palavra tão pequena, mas de grandes feitos, e se...

È, e se não sonhássemos? E se não almejássemos? E se, e se, e se... Ufa! Já imaginou? Sonhar é um ato simples, divertido e muito caro, penoso, dolorido porque tem sempre um momento em que a realidade toma de assalto, e sem o menor aviso, derruba todo o castelo de sonhos e areias ao qual gentilmente e cuidadosamente construímos, assim como as vítimas do Palace II o sonho que desabou em realidade.

A cada sonho não realizado contém um turbilhão de emoções tais como a decepção, a tristeza, magoa, a frustração tem coisa pior que se sentir um nada? Não um nada qualquer, e sim, um nada na pura essência do nada! No melhor estilo de: -Poxa nem isso da certo! Ou algo nesse sentido.

É quando percebemos a realidade, que deixamos a fantasia, ou melhor, que mergulhamos na magia porque era tudo que queríamos e nem era carnaval ou se era, também não faz a menor diferença nesse momento! Deixamos as nossas mentes vagarem, nós acreditamos no engodo de não ter custo algum para sonhar, pois na nossa ingênua mocidade independente não calculamos os custos e nem os benefícios Viajamos para os braços do infinito onde tudo é mais bonito, nesse mundo de ilusão.

Temos que assumir o fardo por nossa visão Shakespeareana da vida com seu simples morrer, dormir, talvez sonhar. É claro que eu poderia ficar falando sobre esse assunto por inúmeras laudas, mas aí, não teria a menor graça, porque estaria privando você de sonhar seus próprios sonhos. Esse é um pequeno aperitivo, deguste-o com cuidado, pois os sonhos são somente isso, sonhos... Se deixarmos o mundo da lua se povoado, estaremos correndo um sério risco de cairmos no faz de conta, na fuga alucinada, sermos pantaleões referência ao personagem de Chico Anysio.

Francisco Gimenes Junior

Jornalista