A MORTE DE UM HERÓI.


“ Os heróis inspiram, motivam (...).Eles nos ajudam a distinguir o certo do errado e a compreender os méritos morais da nossa causa.”
                                           Paul Johnson


Os comentários de Johnson trazem à minha memória a vida de um HERÓI cuja morte aconteceu no último dia 29 de maio. Em Taquaritinga, interior de São Paulo, quem era este herói quase desconhecido no Brasil? Ele era um lutador contra a maldição do vício das drogas. Seu nome LEO DE OLIVEIRA, diretor da comunidade Terapêutica Horto de Deus.

Leo lutou de forma brava contra um câncer devastador e totalmente sem controle. Fragilizado por com sua imunologia e em situação crítica, veio a sucumbir a uma infecção oportunista, uma pneumonia. Nunca se queixou e depois de uma última visita ao seu oncologista disse: "não existe outra alternativa, só uma cirurgia". Era um novo tumor por traz do coração."Nada que Deus não possa resolver” disse Leo.


Nunca pensou em si mesmo, faltava tempo para isto. Teve sua vida dedicada inteiramente aos seus “meninos", aos dependentes de drogas que durante três décadas encontraram nele um braço de pai e um coração de mãe. Mais de mil jovens recuperaram a dignidade e a esperança. Seu sepultamento no dia 29 de maio, impressionou aos presentes. Centenas de jovens recuperados, vindos de todo Brasil, desembaçaram na pequena Taquaritinga. As lágrimas eram na verdade um grito de agradecimento, uma despedida daquele que lhes devolveu a vida.


             

A comunidade terapêutica fundada por Leo Oliveira e por sua esposa Suzana Lemos de Oliveira tem um clima mágico. Trata-se de um pequeno sítio sem muros e sem grades. Os internos estão lá voluntariamente. Aliais, o desejo explícito de deixar as drogas é um pré-requisito para ingressar na comunidade.

As internações compulsórias, em clínicas caras e sofisticadas, frequentemente acabam na amargura da recaída, porque falta o essencial - QUERER. Pavilhões simples, limpos e arejados. Sente-se no ar a alegria que contrasta com a história material e moral. Ali reencontram a chama da esperança.


Em geral tenho lido a campanha que se desenvolve para liberação das drogas, algumas lideradas por autoridades respeitáveis como é o caso do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Assim como não existe meio gravidez, não existe meio dependência, raramente se encontra um consumidor ocasional. O que existe é usuário iniciante, mas que muito cedo se transforma em dependente crônico. Afinal, a compulsão é a principal característica da pessoa viciada.


Um cigarro da inofensiva maconha, a mais preconizada pelos defensores da liberação, normalmente é o passaporte para uma overdose de cocaína. As drogas estão destruindo nossa juventude, a dependência química não admite ingenuidade, mas ações firmes e investimentos na recuperação dos dependentes.

Leo de Oliveira morreu pobre. Nunca ocupou as manchetes de jornais e revistas. Mas foi um autêntico HERÓI. Os dependentes recuperados pelo seu eficiente trabalho encontraram nele um exemplo de dedicação e carinho. Temos a certeza que sua presença se perpetuará na transparência dos olhos de centenas jovens.

“Não se drogue por não ser capaz de suportar sua própria dor. Eu estive em todos os lugares e só me encontrei em mim mesmo”.
                                         
John Lennon
   
ANGELICA GOUVEA
L utei, não foi vão
É fruto da boa ação
O caminho para a salvação

D eixei o meu legado
E spero que todos sejam amados

O cupei um bom espaço
L á pude dar sempre um abraço
I ndicando novos caminhos
V i muitos se libertando de espinhos
E assim a vida do dependente, nele
I mplantei nova semente
R etirando um grande vazio
A vida deixou de estar por um fio. .


 
Ruy Silva Barbosa
Enviado por Ruy Silva Barbosa em 13/07/2011
Reeditado em 13/07/2011
Código do texto: T3091948
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