A CENSURA DO LIVRO DIDÁTICO A HISTÓRIA CRÍTICA DO BRASIL E A CENSURA DO ESTADÃO

Depois de ouvir falar que o jornal de grande circulação O Estado de São Paulo, famoso “Estadão” está sob censura, fui procurar informações na internet, e o que encontrei?

Veja bem quem está mandando no Brasil. A Rede Globo.

Como pode um único senhor de nome estrangeiro Ali Kamel (ou seria Ali Camelo?) determinar o que deve ou não ser ensinado nas escolas? E a Globo, o que ensina as nossas crianças? Cenas de sexo? Vingança? Traição? Estratégias de como roubar um banco? É isso que vemos nos filmes e novelas... Veja o que fez Ali Kamel, responsável pelas redações da Globo:

“Livro é usado por mais de 50 mil professores no Brasil, diz editor”

O editor Arnaldo Saraiva, diretor da Nova Geração, argumentou que quem seleciona os livros que integram a lista do MEC são especialistas de universidades e que quem escolhe o livro adotado em sala de aula é o próprio professor. De acordo com Arnaldo Saraiva, mais de 50 mil professores do Brasil "analisaram as dezenas de coleções de História disponíveis e escolheram livremente a coleção Nova História Crítica como a melhor coleção de história". Os volumes escritos pelo professor Mário Schmidt, segundo ele, são "um sucesso ainda maior no mercado particular, ou seja, nas escolas privadas".

Na resposta da editora encaminhada por e-mail ao GLOBO, em resposta ao artigo do jornalista Ali Kamel, Arnaldo Saraiva ironiza: "Terão errado todos estes 50 mil professores? Saberá o senhor Ali Kamel escolher melhor que eles? O que devemos fazer com estes milhares de professores que preferem a obra do professor Mario Schmidt às demais? Demitimos? Reeducamos ideologicamente?"

Ali Kamel nega que existe o racismo no Brasil e ignora, refuta veementemente as políticas de ações afirmativas e as chamam de “irracionais”. Veja o que ele diz:

“Não Somos Racistas (Nova Fronteira; 144 páginas; 22 reais) demonstra que as chamadas "ações afirmativas" são uma resposta irracional para um problema fictício – o racismo institucional, que não vigora no Brasil. Um só autor basta para provar que 330 estão errados.”

A epígrafe do livro “A Cor da Pele” de Ali Kamel afirma: “na sociedade racista brasileira o normal é ser branco”.

Como o cara diz, que não existe racismo no Brasi?l Então esse senhor praticamente chama todos os que lutam contra o racismo, e inclusive o antropólogo Darcy Ribeiro, autor de o Povo Brasileiro, de idiotas. Todos somos idiotas e não existe racismo no Brasil, os autores renomados que afirmam que a miscigenação brasileira foi incentivada para que ocorresse o embranquecimento da raça brasileira estão todos errados, só Ali Kamel está coberto de razão. Sobre esse senhor, veja o que diz o Secretário da Justiça e Direitos Humanos da Bahia Almiro Sena:

¨... o discurso da negação termina por reforçar a existência do racismo, pois além de obstar a sua desconstrução ideológica entre o grupo discriminador, tem efeito, peculiarmente perverso, de dificultar, mais ainda uma conquista da igualdade material por parte do grupon discriminado, já que contesta qualquer medida concreta de redução de desigualdade entre ambos. Novamente, avilta à dignidade dos que são historicamente ofendidos pelo racismo, transformando-os, aos olhos dos incautos, nos ‘verdadeiros racistas’.”

Como se vê, esse zé ruela da ditador da Globo pensa que ele sozinho é capaz de definir o que é certo ou errado, bom ou ruim para o nosso país. Não bastou negar o racismo e ofender a todos os negros que lutam pela igualdade em todos os campos, agora esse canalha da Globo se acha melhor que todos os professores do país. Depois de algumas analises fora do contexto de trechos do livro História Crítica do Brasil, o senhor Kamel chegou à conclusão sozinho de que o MEC e o governo deveriam censurar o livro de Mario Schimdt. Alegação: “Nossas crianças estão sendo enganadas, a cabeça delas vem sendo trabalhada, e o efeito disso será sentido em poucos anos. É isso o que deseja o MEC? Se não for, algo precisa ser feito, pelo ministério, pelo congresso, por alguém”, conclui o jornalista, que é diretor-executivo da Central Globo de Jornalismo.

Sehor sabe tudo Ali Kamelo (desculpe Kamel), nossas crianças estão sendo enganadas há muito tempo, não por obra de um simples livro didático que ousou ser mais crítico, mas pelas programações mentirosas e mensagens subliminares que vemos sendo exibidas em programas infantis como Xuxa, as idiotices do Faustão, as mentiras por trás das reportagens filtradas, na repetição alienante do plim plim. A maldade está em vossos desenhos, nas novelas, nos filmes de holyood exibidos e em toda a propaganda com forte teor pornográfico da Globo. As nossas crianças sempre foram enganadas pelas cartilhas da ditadura que a Globo apoiou e nos livros didáticos que mostravam a família tradicional sempre papai, mamãe e filhinho como um modelo único, é interessante que todos apareciam sempre alegres e sorridentes nas ilustrações, a ideia de “Deus, Pátria e Família” presente nos livros de OSPB e Educação Moral e Cívica tradicionais (com exceção do livro de Frei Beto), todos sempre divulgaram imagens mentirosas e fizeram a lavagem cerebral da criançada, mentiram com apoio dessa poderosa e mentirosa mídia intitulada Globo, essa emissora porta voz da canalhice sempre apoiou o Golpe de 1964 e esteve ao lado dos piores ditadores e durante os 21 anos de ditadura a Globo fez questão de mostrar um pais de mentira através de suas telenovelas. A censura estava dentro da própria redação da Globo, e lá está até hoje, e o maior censor hoje se chama Ali Kamel.

As mentiras que os livros tradicionais ensinam: Tiradentes foi o herói da Inconfidência. Detalhe: Você sabia que até a Proclamação da República Joaquim José da Silva Xavier, vulgo Tiradentes, era considerado bandido e esquecido pelas elites? Por que só então em 1889 os generais do Exército juntamente com intelectuais da elite econômica decidiram eleger Tiradentes o herói e Patrono Cívico da República? Quer saber por quê? Simplesmente porque a elite abastada e os generais precisavam de alguém que fosse um símbolo nacional. Tiradentes tornou-se um mito do patriotismo porque havia um interesse em atrair o povo muito dependente e carente de um ídolo que lhe servisse de referencial. A elite e os militares brasileiros sabiam que um povo sem identidade sempre será carente de ídolos, e é nisto que eles sempre apostam para se manterem no poder. Portanto, enquanto a elite e os militares quiseram eles mantiveram Tiradentes como bandido, um rebelde, ignorado pelos livros de História, posteriormente ovacionado como herói quase divino como uma representação do próprio Cristo que sacrificaria a sua vida pelo povo, é assim que passaram a apresentar Tiradentes às nossas crianças inocentes. Quem a elite quer vira bandido, e quem ela quer vira herói, e assim nossos personagens, dependendo do ponto de vista, vão se transformando em anjos ou demônios.

Da mesma maneira mesma maneira que Tiradentes, outros heróis do povo foram ignorados e continuam até hoje: Frei Caneca, Olga Benário, Antônio Conselheiro, Lampião, quem hoje ouve falar de Chico Mendes?

Os heróis dos livros didáticos que sempre foram ensinados às crianças nunca foram heróis do povo, mas gente da elite. Dom Pedro de Alcântara aparece no quadro da independência junto à diligência que o acompanhava à Santos quando ia visitar sua amante Domitila de Castro e Melo a quem o imperador deu o título nobre de Marquesa de Santos. Era da orgia que Dom Pedro voltava quando deu o Grito do Ipiranga, e o povo jamais estivera presente.

Outros heróis como os da Proclamação presentes nos quadros são sempre homens do Exército com medalhas no peito, não se vê ninguém do povo nestes quadros, basta observá-los e fazer uma releitura dos fatos. Quando se fala da abolição dos escravos, quem geralmente se visualiza? Com certeza não é Zumbí dos Palmares, mas Princesa Isabel. Tudo que vem do povo sempre foi esquecido e sufocado propositalmente, assim, ocultando a verdade histórica dos fatos o povo não se liberta da opressão e a estrutura é mantida sem que nada mude concretamente. Enquanto outros países da América do Sul implantavam a República, no Brasil se fazia apenas uma independência política mantendo a dependência econômica com a instituição da Monarquia, e quando a República veio, ela aconteceu conforme os interesses elitistas, logo não foi uma República popular. Enquanto nossos heróis são da elite. Nem se comparam aos heróis mais lembrados por nossos Hermanos: José Marti, Simon Bolívar e outros que revolucionaram a história de nossos vizinhos.

Com tantas mentiras e mitos, o povo brasileiro tornou-se tão alienado que se chega a ter vergonha de ser brasileiro. Um povo passivo, e não pacífico. Um povo medroso e covarde, e não ousado. Um povo que se curva aos caprichos dos Estados Unidos e só falta lamber as botas sujas de cantores e artistas da Disney, qualquer estrangeiro de merda faz grande sucesso neste país, basta ver o delírio dos adolescentes mais alienados que seus pais que foram assistir Justin Bieber. Garotas passaram dias na fila, passaram fome, gritavam, choravam e desmaiavam, enquanto isso, no Congresso os parlamentares aprovam leis que prejudicam o povo. Isso não interessa ao brasileiro. Interessa lotar estádios de futebol, mas não interessa discutir a política. Interessa admirar ídolos estrangeiros e desmaiar diante deles, mas não interessa repensar a má distribuição de renda do país, não interessa a fome e a miséria que afligem milhares de brasileiros. Não interessa que 10 por cento mais ricos controlam a maior parta das terras brasileiras, e não interessa que 30% das riquezas fiquem nas mãos de menos de 5% da população.

Com tudo isso, o senhor Ali Kamel analisou o livro História Critica do Brasil e exigiu que o MEC e o governo, ainda na época de Fernando Henrique censurasse e banisse a obra das escolas públicas. Dizem que não há censura no Brasil. O interessante é que, que ao ler sobre a censura do jornal Estado de São Paulo, vi tantos jornalistas criticando a censura desse jornaleco que despertou-me a curiosidade de descobrir se alguém lembrou de criticar a censura do livro de Mario Shimith, porém, poucos foram os que se manifestaram contra a proibição do livro. Mais de 50 mil professores indicaram o livro, e é utilizado até em escolas particulares, porém, bastou um único indivíduo manifestar sua analise superficial do livro para que fosse proibido: viva a Rede Globo. Viva o seu a Ali Kamel e vivam os canalhas que o apoia. Querem que continuemos ensinando as nossas crianças que os heróis brasileiros são realmente os verdadeiros heróis do povo. Vão continuar sendo ignorados Zumbi de Palmares, Olga Benário, Lampião, Antônio Conselheiro, José Maria, e outros. O comunismo continuará a ser visto como um regime perigoso e o capitalismo é a única via para a salvação e felicidade, o socialismo não passou de um sonho, e nem vale a pena lutar por ele. Enquanto isso, a miséria vai se perpetuando juntamente com a injustiça gerada com as graves feridas que se abrem a cada na sociedade capitalista. Falar em igualdade, só perante as leis, nada de igualdade material, nem econômica, nada de distribuição equitativa de terra, nem de bens e serviços, nem de acesso à cultura e nem de conhecimento, nada de acesso equitativo à saúde, nem ao lazer. Muitas coisas ainda são restritas aos filhos das elites, aos filhos dos trabalhadores restam às ruas, aos postos de saúde caindo aos pedaços, às escolas mal estruturadas e pichadas, às paisagens avermelhadas pelas casas e casebres de tijolos à vista e sem rebocar que se encontram dando um tom avermelhado ou alaranjado à paisagem das encostas e morros, enfim, resta aos pobres um televisão colorida na sala e os programas medíocres de fim de semana para distraí-los enquanto isso, a realidade não muda.

O jornal censurado não é mais importante que o livro de História que está censurado desde Fernando Henrique, há mais de 8 anos estamos sem o livro História Critica do Brasil, e agora esses idiotas que fizeram um curso de jornalismo, filhinhos de papai defendem esse jornaleco e esquecem de defender o livro? Como? 50 mil professores não bastaram, mas apenas o senhor Ali Kamel para julgar um autor e ainda dar a sentença. Os anos do AI-5 acabaram, a ditadura foi derrubada, mas os censores ainda continuam trabalhando na Globo e com o aval dessa emissora. Se o senhor Ali Kamel é contra uma ideologia, saibam que não se pode censurar nenhum tipo de ideologia, nem credo religioso, nem aspiração política, nem defesa de alguma bandeira. Não se pode censurar ideias, nem as convicções sejam elas quais forem. Há livros que foram aprovados no governo de José Serra com palavrões, mas disseram que para determinada faixa de idade estavam liberados, nisso ninguém falou. Se vindo de um governo direitista pode, porque não se pode divulgar ideias de esquerda? Por que vai contra os interesses capitalistas? Qual é, estamos no século XXI, não há mais espaço para nenhum tipo de ditadura, então por que o senhor Ali Kamel tem tanto medo? Seá que tem algo a perder? Qual o volume de sua riqueza? Qual o valor de seu patrimônio? Deve ser mesmo muito rico...

Somos livres!

Não à censura do livro História Crítica do Brasil!

FONTES

http://topicos.estadao.com.br/censura

http://www.conversaafiada.com.br/pig/2011/01/30/secretario-da-justica-da-bahia-associa-ali-kamel-a-racismo/

http://oglobo.globo.com/educacao/mat/2007/09/19/297788650.asp

http://www.revistadehistoria.com.br/secao/reportagem/livro-didatico