Japão: Do desconhecido ao notável

A história da nação japonesa só é de conhecimento do mundo ocidental há apenas 500 anos. Voltando a este tempo, as grandes potências europeias dominavam o mundo até então desconhecido. Grandes nações do velho continente deixavam sua marca cultural, religiosa e linguística em vários lugares da África e Ásia. A revolução mecânica conquistada por estes povos de língua latina cedeu a ideia de predominância intelectual e a inatividade de conhecimento por parte do restante do globo. Países como Alemanha, Inglaterra, Holanda entre outros, digladiavam para expandir e manter suas posses por países africanos e consequentemente asiáticos, rechaçando seus povos e os tratando como matéria prima.

A partir do século XVI surge uma nação desconhecida aos olhos dos europeus, o Japão. Basicamente o povo japonês descende dos mongóis e sua cultura, escrita, apresenta traços chineses. O Japão recebeu muitas influências, porém colaborou pouco com as mudanças que ocorreram no percurso da humanidade até então. Sua história é apresentada com um sistema feudal romântico, composta por nobres, samurais e suas famílias, que tiranizavam sem restrições o restante da população. Com a presença dos jesuítas portugueses no ano de 1542, vista inicialmente com bons olhos, a Europa começa participar de suas vidas.

Protestantes ingleses e os dominicanos espanhóis, cada um com seus projetos políticos e religiosos perante o povo do Japão vieram em seguida. Os jesuítas em ascensão insultaram a cultura budista, irritando os japoneses que disseram que esta presença em solo nipônico era de interesse de Roma e nada de bom iria trazer ao seu povo. Expulsaram a todos e se fecharam para o mundo por mais de 200 anos. Foi como se Japão fosse outro planeta. Nenhum europeu poderia pisar em seu solo, consequentemente nenhum japonês poderia sair do país. Da colônia holandesa na ilha de Dejima, única porta para o mundo exterior, veio o alerta que o Japão estava ficando para trás perante as superpotências mundiais.

No ano de 1837, um navio de bandeira estadunidense apareceu na baía de Edo, logo foi expulso a tiros de canhão. Já no ano de 1853, quatro navios de guerra com a mesma bandeira, comandados pelo general Perry, reapareceram em suas águas, deitando âncoras e se recusando serem abatidos. No ano seguinte ele voltou com mais dez poderosos navios movidos a vapor e apresentou proposta de relacionamento e comércio para os dois governantes que dividiam o poder no Japão, que nada puderam fazer e resistir. O general desembarcou com 500 homens em suas ruas levando o tratado para ser assinado.

Multidões olhavam incrédulas o desfile desta frota, mais tarde reforçada por russos, alemães e ingleses. A humilhação sofrida fez com o povo japonês elevasse seu sistema feudal e sua cultura a níveis de potências desenvolvidas em menos de 30 anos (1866 – 1899). Foi reconhecida pela Grã-Bretanha e Estados Unidos como sendo estado europeu, e seu desenvolvimento recusado por outros países do continente. A Rússia foi um destes que ignorou o aparecimento do Japão para o mundo. Recusa que lhe custou muito, pois por subestimar a nova frota de guerra japonesa, foi logo estraçalhada e vergonhosamente derrotada no Estreito de Tsushima. Teve de evacuar a Manchúria, território conquistado tempos antes, e ceder à Coreia, obrigando o Czar acabar com a guerra em 1905. Enfim, o Japão desatou os nós do domínio europeu sobre o continente asiático, e fincou de vez a bandeira da participação oriental na breve história do mundo.

Chronus
Enviado por Chronus em 13/01/2012
Reeditado em 14/04/2012
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