LAVAGEM CEREBRAL, MORAL RELIGIOSA CONDICIONAMENTO PSICOLÓGICO

Você nunca vai acreditar que é ou que pode ser vítima de uma lavagem cerebral ou de um condicionamento psicológico intencionais, tenho certeza.

Não você, logo você, alguém que é autor, escritor, instruído, dono de si e de suas ideias... Não é?

Eu também não acreditava, antes de perceber que várias das ideias que eu trazia comigo na infância e adolescência não correspondiam à realidade.

Pois faça um favor a si mesmo: pare, pense, questione tudo o que você sabe, acredita, pensa sobre o mundo, as pessoas, os comportamentos, valores morais e até mesmo seus hábitos de consumo, de moda ou musicais.

Só se pode lutar contra o preconceito quando se reconhece que se é preconceituoso.

Como eu vou mudar se não reconhecer que tenho ideias preconceituosas que não se sustentam diante da variedade imensa do pensamento e do comportamento humano?

O canibalismo já foi moral.

Assim como o sacrifíco animal e humano para honra e glória de algum deus.

Assim também as orgias ou bacanais (em honra de Baco, deus do vinho, não nos esqueçamos de que o vinho é divulgado pelos cristãos como sendo o sangue de Cristo).

Você é constantemente bombardeado por ideias.

Desde o dia em que você começou a pensar.

E isto ocorre, segundo os psicólogos e estudiosos da área, a partir, geralmente, dos dois anos de idade, quando a linha do pensamento e da linguagem se cruzam.

As primeiras dessas ideias são despejadas sobre você pela sua família, mas, fique atento: não apenas!

Algumas destas ideias são cuidadosamente disseminadas para moldar seu pensamento desde cedo e condicionar você para introjetar conceitos e repetir hábitos sem questionar.

A lavagem cerebral consiste em substituir ideias e crenças de alguém por outras.

O condicionamento refere-se à conexão entre uma situação e a sensação emocional negativa ou positiva.

Todas as vezes em que se julga alguém ou alguma situação sem conhecimento de causa, estamos catalogando pessoas e situações a partir de conceitos predefinidos que trazemos concosco e que não correspondem à total realidade da coisa.

Sim, refiro-me a tudo o que você pensa, acredita e sente sobre algo ou alguém de quem você não sabe nada, ou sabe pouquíssimo.

Estes pensamentos, ideias e crenças sobre algo ou alguém de quem ou do que você não sabe nada ou sabe pouquíssimo lhe foram incutidos por outras pessoas ou instituições a quem interessa que você continue na ignorância daquilo ou daquele ser humano.

Por exemplo (Sim, eu vou falar de religião, e se você não suporta ler sobre quem discorda de você neste tema, pare agora e vá ler meu sonetos):

Ateus.

Há ateus praticantes, militantes que tentam convencer a sociedade de que as religiões são um mal e aos crentes de que estão errados ao trocar sua vida plena aqui na Terra por outra misteriosa após a morte a partir da lógica, da argumentação; outros são mal educados, ofensivos e abusados, é claro.

Mal educados existem em qualquer seguimento social.

Assim como há religiosos idem.

Na verdade, há muito mais religiosos tentando convencer as pessoas de suas crenças do que ateus fazendo o mesmo, duvida?

É esta a principal ordem do Cristianismo: Espalhar sua boa nova, conseguir mais adeptos.

Daí a classificar todos os ateus (ou todos os religiosos) assim ou assado é um passo para a ignorância e a intolerância.

Homossexuais e pedofilia, outro exemplo.

Claro, há os homossexuais pedófilos.

Tanto quanto heterossexuais pedófilos.

Não dá para dizer que todo hetero o é, assim como não dá para dizer que todo homo o é.

E por aí vai.

Quando você se refere a um grupo humano como se ele fosse homogêneo ideologicamente tanto quanto no comportamento apenas por terem um aspecto em comum, você está generalizando.

E não me venha dizer que todos os caras "daquele tipo" que você conheceu eram deste ou daquele modo e por isso você sabe que todos os do mundo são iguais.

Tenha a certeza: Todas as pessoas que você conheceu daquele tipo não são uma amostragem válida para rotular todos os daquele tipo no mundo inteiro!

A lavagem cerebral também pode se dar quando o indivíduo entra para algum grupo ou instituição que advoga uma verdade absoluta.

E há várias técnicas para realizar a lavagem.

Geralmente, os membros de instituições detentoras da Verdade são encarregados de tantas tarefas que não têm tempo para pensar realmente sobre os conceitos que estão lhe sendo repassados como verdade absoluta.

Conceitos que são repetidos à exaustão, corroborados por exemplos individuais e generalizantes.

É o caso das Forças Armadas, quando se vive defendendo a ideia de que há um inimigo lá fora que precisa ser combatido e por isso você tem que sofrer nas mãos dos oficiais para aprender a suportar todo tipo de atrocidades que o inimigo possa fazer com você.

O inimigo é um filho da puta, ele é capaz de pensar nas piores torturas, nos piores castigos e atrocidades!

Cuidado com o inimigo! Você tem que ser mais filho da puta do que ele para sobreviver e defender as ideias do seu país.

Assim também em religiões como a Cristã ou a Muçulmana (você ainda está lendo?) onde o mundo é dividido entre os que estão certos e no caminho da salvação e os que estão no caminho errado da perdição.

Seja que religião for, para a religião, o mundo é dividido entre os certos e os errados.

Não há meio termo possível.

O condicionamento psicológico dentro de algumas religiões passa pela manipulação das suas emoções, quando deliberadamente te induzem a uma descarga de endorfina através de cânticos, incensos, gritos e danças desvairadas, e você passará a associar as emoções do bem-estar 'endorfinótico' às ideias que seus líderes religiosos desejam.

Seu cérebro tem um funcionamento específico em cada situação, e, para quem conhece um pouco deste funcionamento, não é difícil induzir sensações de bem-estar ou mal-estar, que serão para sempre associadas aos dogmas que estas instituições desejam.

Não estou dizendo que tudo o que você sente quando grita "Aleluia!" é endorfina (mas é) mas que cabe a você separar o que é uma escolha sua e o que lhe foi induzido.

Não confie em quem divide o mundo entre "nós" e "eles".

Nós somos eles, iguaizinhos, sem tirar nem pôr.

Seres humanos com a mesma aparelhagem biológica e mental, que, salvo pessoas com necessidades especiais, reagimos aos estímulos externos e internos mais ou menos de uma forma química padronizada.

É claro que cada um introjeta uma experiência (de sacrificar um animal ao deus do trovão e banhar-se com o sangue ou de passar meia hora gritando a mesma palavra) de uma forma diferente, mas o cérebro de todos nós possui mecanismos idênticos que reagirão de uma forma mais ou menos previsível a estas situações.

Tudo depende de você perceber se está intencionalmente sendo ou não manipulado.

A forma de perceber isto é se apoderar da informação.

Não existe outro caminho possível!

Vá em busca da informação.

Escolha suas ideias.

Duvide delas até que as tenha examinado a fundo, comparado com os fatos e evidências.

Não aceite tudo o que lhe dizem como sendo verdades absolutas apenas por que quem diz é um cara legal, instruído, autor famoso ou bem sucedido.

Se o seu líder (religioso ou militar ou político) lhe diz algo, investigue.

Não que não vá, em princípio, acreditar na santa palavra daquele líder, mas não custa nada pensar sobre elas e, mais importante, pensar por si próprio e, até quem sabe, comprovar que o seu líder está certo.

Antes de dizer que o inimigo merece morrer, procure informações sobre ele; você descobrirá que ele é tão ser humano quanto você, apenas pensa diferente.

Muito possivelmente ele pensa diferente por que nasceu sob outra cultura, em outro país.

Pode ser que o inimigo seja diferente de você por ter nascido em outro Estado do Brasil, onde a influência cultural da colonização portuguesa não foi mais forte do que as influências africanas, ou holandesas, ou francesas, ou indígenas.

Se você tivesse nascido na China Comunista, pensaria diferente de tudo o que você pensa hoje.

Provavelmente não acreditaria tão rapidamente em Deus, para começar.

Que culpa teria você de ter nascido num país que prega a não existência de Deus?

Seria motivo para queimar eternamente, por ter quebrado as regras de um deus no qual você sequer acredita ou conhece?

Não se esqueça: A Moral é contextual, não absoluta!

A moral cristã é apenas isso: A MORAL CRISTÃ.

Nem mais nem menos respeitável ou execrável do que a moral das outras religiões, em qualquer tempo que seja, apenas por ser uma moralidade religiosa.

Ser respeitável ou execrável não será definido pela religião em si, mas pelo que as autoridades religiosas fazem com ela.

Pois a moral religiosa é fluida, maleável e sujeita aos ditames e interpretações de suas autoridades.

A moral religiosa é pessoal e intransferível, como cartões de crédito.

Não se pode exigir que outros seres humanos vivam e se deixem reger pela moral religiosa de outros.

Isto só é condizente com Estados Teístas Totalitários.

Isso é estupro.

Violência.

Agressão direta, dirigida e consciente.

Se você julga, será julgado.

Se você condena, será condenado.

Se você pode divulgar aos quatro ventos sua moral, então, por que eu não?

A liberdade de pensamento ainda não é crime no Brasil.

Mas o preconceito é.

Cuide-se!

Meu advogado está louco para processar alguém.

Jacqueline K
Enviado por Jacqueline K em 09/03/2012
Reeditado em 04/05/2013
Código do texto: T3545410
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