PÁSCOA: A FESTA DA LIBERTAÇÃO

Para os cristãos a Páscoa é uma festa de libertação. Cristo, com sua morte e ressurreição, libertou todos os homens para a liberdade, para a verdade, pois, Ele mesmo diz: “a verdade vos libertará”. E esta liberdade é bem mais profunda do que apenas uma libertação da escravidão física. Cristo liberta os homens de suas fraquezas, de seus pecados, de seu medo da morte. Pois, se Cristo ressuscitou, nós também teremos uma ressurreição. Com a morte, nossa vida não se acaba. Continuaremos a viver. Os cristãos não entendem a Páscoa penas como a libertação de um povo. Na Páscoa cristã se manifesta o verdadeiro sentido da vida humana. A vida que se prolonga para além da morte; a comunhão com Deus, a saúde espiritual que o Salvador, Jesus Cristo, nos oferece. Todos estes sentidos espirituais da Páscoa são relembrados e revividos nos rituais da Semana Santa. Os aspectos de nossa escravidão, confusão, angústias, pecados, humilhações, fraquezas, tristezas e erros são lembrados nos rituais até a sexta-feira santa. No sábado santo e no domingo de páscoa se supera a tristeza e se celebra a presença de Deus em nossa vida. A alegria de termos Deus conosco se manifesta na arte, na música, nos rituais litúrgicos, nas festas populares por diversos símbolos. Os ovos simbolizam vida nova; os coelhinhos, fertilidade abundante de vida; a memória da ceia, com o pão repartido e o vinho bebido por todos, lembram a fraternidade universal, em que todos somos filhos do mesmo Pai, salvos pelo mesmo Salvador. Desta forma, celebrando a Páscoa todos os anos, somos lembrados e incentivados a vivermos e promovermos a verdadeira liberdade, a fraternidade universal, o amor ao próximo e a solidariedade. Exalta-se a vida e não a morte. E a humanidade é convidada a valorizar tudo o que favorece a vida. Assim, a Páscoa é uma festa com um poderoso apelo ao engajamento por tudo o que é nobre e engrandece o ser humano; por tudo o que nos liberta para uma vida feliz no mundo de Deus. E os sinais desta vida feliz já devem se manifestar aqui e agora.

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Inácio Strieder é professor de filosofia - Recife