IDIOTICE CRÔNICA

Eu me sinto cercado por idiotas! Opa, acabo de cometer um exagero. A situação não é tão dramática assim. Só há um caso de idiotice crônica neste exato momento. Porém, falta-me talento aritmético para calcular, possivelmente até mesmo em notação científica, o grau de estupidez do indivíduo que cruzou meu caminho. Eu simplesmente não consigo compreender como pode alguém ser tão ignorante. Seu quociente de imbecilidade é tão elevado que talvez valha por um gugol de pessoas desprovidas de massa encefálica (gugol é o número 1 seguido de cem zeros, cujo nome inspirou o Google).

Antes de correr o risco de ser mal interpretado, gostaria de deixar bem claro que minha intenção não é me colocar como um modelo inexpugnável de intelectualidade e sabedoria. Estou ciente de que, como todos os seres humanos, sou falho e tenho muito a aprender – do contrário, não seria mais necessário viver! Por exemplo, por vezes eu sou presunçoso e vaidoso. E seletivo em relação às críticas. Isso não significa, colegas do Recanto, que eu não as deseje. A crítica deve ser construtiva – e já recebi algumas bem valiosas aqui mesmo em nossa comunidade e muitas mais ao longo dos quatro anos universitários.

Árduo, caríssimos, é ser criticado por uma pessoa que claramente não entende do nosso riscado, que é escrever. Quero aproveitar o ensejo e retomar o dito no parágrafo anterior: eu não sou um padrão a ser seguido por todos que apreciam a nobre arte da escrita. Eu tenho o meu estilo, assim como meus queridos leitores, muitos deles creio eu escritores também e que têm suas próprias orientações a cada vez que abrem um arquivo de Microsoft Word - ou qualquer outro software de edição de textos, máquina de escrever, caneta, pena, o escambau.

Estou preso na teia da aranha da necedade. Porém, o aracnídeo que me rodeia é bocó demais para chegar até mim, pois permanece enrolado em sua tola trama, com uma bovina e elástica baba pendendo de seus palpos. Essa “aranha”, escrevendo, assemelha-se mais a uma galinha tentando voar: não alcança grandes distâncias. Não sabe o que fazer com vírgulas, desconhece o recurso da crase, faz combinações esdrúxulas de tempos verbais e abusa de frases desconexas. Para piorar o dantesco roteiro, trata-se de alguém com formação acadêmica superior à minha! E que, talvez por isso mesmo, se sinta no direito de apontar o dedo em minha direção. Suas observações em meus textos, entretanto, não vão muito além do conceitual, fato possivelmente derivado da sua incapacidade crônica de lidar com os recursos gramaticais do idioma pátrio. Explico. Em vez de observar os aspectos relativos à concordância, pontuação e acentuação, tal espécime prefere direcionar suas atenções ao estilo do texto de forma totalmente subjetiva. Isto significa julgá-lo, a partir de critérios opinativos, se ele está muito “dramático”, “pesado”, “romântico” ou se as palavras de minha escolha não agradam. Que jeito mais antiprofissional de avaliar o trabalho dos outros!

Eu acredito que forma textual é algo muito pessoal e, portanto, merecedor de respeito. Gosto não se discute. Para mim, tentar “consertar” a escrita alheia com métodos oriundos do próprio juízo de valor é oprobrioso demais para ser digno de atenção. Por isso, não mais tentarei compreender os tresloucados atinos desta limitadíssima pessoa. Desculpem-me, mas desabafar era preciso.

Andre Mengo
Enviado por Andre Mengo em 11/05/2012
Reeditado em 12/05/2012
Código do texto: T3662208
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