AS VELHINHAS E O GOVERNO (Aleixenko Oitavo)

AS VELHINHAS E O GOVERNO

Gorobixaba é onde a vida é lenta, chega a ser lerda de tartaruga, ás vezes parece que vai morrer num suspiro de última morte morrida. Não tem endereço; é estéril, oca de vida, até vazia como o zero.

As velhinhas asmáticas davam de mamar (em mamadeiras) os fedelhos, filhos do governo, que na realidade morreu de morte morrida, própria; o governo e não os fedelhos. Esta morte não foi suicídio, foi paulada na moleira, dos fedelhos, não do governo.

A aparência do cadáver não era nada daquilo que se falava entre os súditos; parecia um ganso vivo assado em fogueira de gravetos de pau Brasil; ganso este alimento das bruxas; bruxas estas que são o próprio governo, nenhuma relação com os fedelhos.

Mas a ternura é viva, cheia feito balão de São João. E incoerentemente é o que é Gorobixaba, uma vida de ternura. Vivendo alheias aos melindres e fuxicos... ás vezes as rezas não têm valor, mas o governo, na figura de todo séquito do reino faz das velhinhas as rimas dos seus sonetos. Como pipoca na panela, pulam sem sair do chão... como caramelo em boca banguela, vão de um lado a outro sem definição plausível da utilidade deste ato... e tome ferro nelas; nas velhinhas e não nas gengivas.

Se pensarmos em termos práticos as velhinhas “em Gorobixaba” são as ministras, sem exceção; também são o governo, pois os ministros (velhinhos) nem figurativamente mandam, mal obedecem... quem? O governo: representado pelas velhinhas... as ministras.

E Gorobixaba segue adiante, até porque num governo matriarcal, os impolutos ministros são os fantoches das velhinhas... de onde não se espera é que não sai fedelho nenhum. Onde o tempo e a lógica não existem o que esperar?...

Já dizia Raul Seixas: ...com a boca aberta esperando a morte chegar...