Não é sensacionalismo!
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Há alguns dias vi um retrato da sociedade que muito me chocou.

Fiquei remoendo aquela cena assistida, porque passávamos na rua e o acontecimento estava em público.

Ouvia expressões tão dolorosas que fiquei revoltada com tudo que ouvi.

Ao mesmo tempo um filme se passou pela minha cabeça.

 Não é assunto só de televisão sensacionalista, de padrastos ou madrastas maltratando.

A cena que vi e ouvi era mais difícil, era uma mãe que havia espancado um bebê e um pai aparentemente solteiro, com o bebê no colo, indignado com marcas do corpo da criança.

Fiquei triste, pensei em chamar o conselho tutelar, avisar à polícia...

Mas, infelizmente já me deparei muitas vezes com o descaso do Conselho Tutelar quando fui profissional da área educacional.

Aquilo doeu em mim demais.

Hoje, deparei-me com a jovem senhora do episódio, com duas crianças saindo daquele prédio com o bebê no carrinho e uma outra criança.

O que me chamou atenção e que me marcou hoje foi algo espetacular.

Aquela criança do carrinho quando me viu, sorria lindamente para mim. Deu-me tchau, jogou beijo... assim “do nada”.

Mais uma vez fiquei com essa marca dentro de mim.

Será que ela sorria pedindo ajuda porque dias atrás vi aquela situação constrangedora e ela queria ficar minha amiguinha?

Seria uma maneira de me aproximar e aumentar as provas com relação aos maus tratos?

É justo tirar de uma mãe um filho?

Que culpa tem um bebê? Será porque a mãe não soube se preservar?

E eu que não tenho nada haver com a história, estou aqui com a consciência doendo...