Sexo! Eu quero sexo!

Sinto doer a cabeça desde cedo. Analgésico não resolve, já tentei. É sério! E me vem à mente que essa dor muitas vezes, entre tantos casais, é a desculpa pra se evitar o ato. Quase não dá pra entender, mas do que já vivi, aprendi que para muitas pessoas sexo é algo diferente de prazer. No meu caso a dor é exatamente pela sua falta.

Sei que mentes me julgarão, mas pouco me importa. O que quero é simples, é o que todo mundo quer. Penso em ser feliz, realizada. Desejo me perder de amor por um par que me mereça, sem reservas, sem medo das línguas que adormecem de cansaço, gastando-se em julgar a vida alheia. Minha cama tem espaço sobrando, essa é a verdade. As noites longas me trazem a solidão e não posso fugir dessa vontade de me dar. Eu preciso disso!

Não me refiro a qualquer coisa que se chame sexo. Falo do envolvimento que empolga, que faz renascer; o instante mágico em que o mundo parece girar e a vida se torna mais simples. Refiro-me ao sexo que apraz, faz repousar mente e corpo. Esse, que poucas vezes tive. Com amor, com zelo, com carinho. Sexo afetivo, acompanhado de mimos e carícias, mas que ultrapasse os limites de um quarto, afinal, pense comigo: nem só de cama vive uma mulher. Há também que se viver a emoção de um sofá ou de uma cadeira, ou do chão (sim, chão!). O amor sem lugar certo pra acontecer é um sonho! Banco do carro, pia, mesa, ou uma boa parede servindo de apoio para os movimentos... E, havendo oportunidade, uma visitação a ambientes inusitados não faz mal a ninguém.

Eu bem queria ser amada assim, hoje, agora. Meu pensamento viaja em tantas carícias que eu podia estar recebendo nesse instante, ao invés de estar escrevendo. Que droga! Por que não é simples amar e ser amado? Por que o par ideal não chega? Ou, se chega, por que vai embora?

Estou cansada, sem ânimo pra coisa alguma, a não ser escrever, escrever, escrever. Meu corpo dói, como se molestado por algum mal. Sinto que uma enfermidade qualquer pode se apossar de mim se eu não me cuidar. Preciso resolver isso logo.

E penso, sim, em sexo. A vida é feita dele. Se estiver em dia nesse aspecto, o mundo me parece melhor. Sou capaz de tolerar bobagens e tudo. E meu sorriso é mais evidente. O ruim desse tormento, dessa falta, é que as propostas não atendem à minha necessidade. E também, eu comigo mesma, não adianta. Falta vida, falta beijo na boca, falta alguém do lado, entende?

Pode ser que algum desprovido de capacidade de me entender, se proponha a resolver meu problema, mas é inútil. Não é assim. Sem a sensibilidade para entender que falo de sexo e não de “sexo”, ninguém poderá me ajudar. Estou frita! Sem paciência, mal-humorada, e o teclado sozinho não está me ajudando. Posso escrever livros inteiros e isso não me fará esquecer essa vontade explodindo dentro de mim.

Maria Celça
Enviado por Maria Celça em 21/08/2012
Reeditado em 22/08/2012
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