E OS VALORES IDEOLOGICOS DOS PARTIDOS?

por Robson Joaquim

Eu acredito que os partidos políticos pecaram em seu papel de agrupadores ideológicos. Não é mais possível ingressar em alguma agremiação por seus discursos e ideias. Em busca de destaques e relevância, os partidos hoje aceitam filiados tão adversos, que nenhum princípio se sustenta.

Penso que, depois dos dois grandes partidos de bases nacionais PT e PSDB terem governado o país, o papel dos partidos em modo geral se tornou irrelevante na instalação dos projetos nacionais. A população passou a ver a política de forma mais realista, dolorosa e a acreditar mais em pessoas do que em partidos.

Olhando em modo geral, soa bastante ingênuo se ter acreditado que uma agremiação abrigaria somente pessoas éticas e capacitadas. Os partidos são recortes de uma sociedade, dessa forma eles carregam suas características. O episódio da Ficha Limpa mostrou a irrelevância dos partidos como representantes da sociedade porque não surgiu dentro dos partidos, mas de organizações entre a sociedade e o poder judiciário.

A vontade de mudar a sociedade se manifesta na população através do seu conservadorismo, que partem dos antigos cidadãos da cidade, o desejo de resgatar a dignidade e a honestidade que antes era confiada a fio do bigode, onde se bastava apenas sua palavra, um compromisso era firmado e sua honra estava em jogo, nada de contratos ou testemunhas, e também pela nossa juventude que cresceu acompanhando as reclamações sobre o modo político de governar deste país.

Ligando a vontade de mudanças com a percepção de que a politica atual não cumpre o que promete, filiam-se a um dos vários partidos políticos existentes, ou se criam novos grupos partidários.

A democracia prega o respeito à diversidade, logo agrupamentos que visem impor ideias próprias estarão indo de encontro com esse preceito democrático. Por isso, se tornam cada vez mais inúmeros os partidos.

O que muda? Apenas as siglas, que por sua vez deixou a essência de poder e respeito nas suas insígnias como antigamente, que traziam as iniciais de uma causa. Hoje, não passam de marketing, belas cores representativas com seus candidatos, rostos que levarão à população filosofias propostas por seus partidos.

Percebemos que no horário político, são sempre as mesmas promessas e mesmos temas, porque de haver tantos partidos políticos? Não bastariam de dois a cinco partidos no máximo para que fossem mais práticas as eleições e menos cansativas?

Hoje, os partidos para serem representativos, aceitam a filiação de qualquer interessado, independentemente de ele ter ou não afinidade ideológica com o grupo. E os princípios ideológicos? Assim, os partidos tornam-se cada vez mais semelhantes e acabam perdendo forças políticas na sociedade.

Robson Joaquim
Enviado por Robson Joaquim em 26/03/2013
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