Mulheres

A questão é a seguinte, nós mulheres, com exceções é claro, temos a jornada duplicada, o trabalho de alguma profissão que escolhemos e o trabalho doméstico que continuou sendo nosso. Tem alguns maridos que dividem o serviço da casa, mas acreditem, não se trata da maioria não. Nem da metade, porque a maior parte das mulheres que conheço são detentoras dos serviços da casa.

Quando não, alguns ajudam a lavar a louça, fazer algum prato culinário, etc. Mas ainda é da mulher essa função desgastante. Sei de inúmeras mulheres que o final de semana é um delicioso descanso no tanque e na pia da cozinha. Digo delicioso porque estamos acostumadas com isso que, como o ser humano é adaptável, achamos que se trata do nosso hobby. Caberia aqui um kkkkkkk. Mas é tão sério e realista que acabamos rindo mesmo. Agora então, com as novas leis das empregadas domésticas, algumas mulheres que não estavam nessa estatística do hobby de final de semana, com certeza entrarão.

Eu desenvolvi algumas técnicas para facilitar esse meu hobby e quero compartilhar com algumas amigas. Algumas coisas não podemos abrir mão, tipo uma boa diarista que pelo menos mantém nossa casa limpa e fica para nós a função de todo o restante dos serviços domésticos. Por isso eu recomendo a ter alguns eletrodomésticos que são essenciais. E fazer uso deles, pois estão aí para nos facilitar a vida. Graças a esses eletrodomésticos foi viável a emancipação feminina. Imaginem por exemplo, não existir a máquina de lavar roupa. Seria um dia inteiro lavando as roupas que nós separamos e colocamos nessa maravilhosa máquina e depois ela entrega para nós limpas e prontas para estendermos. São horas que economizamos no dia. Dias que economizamos no mês, semanas no ano. Enfim, anos em nossas vidas que estamos livres para fazer outras coisas que não seja lavar uma roupa que logo estará suja de novo. Um processo que me faz lembrar uma história, onde Sísifo, uma personagem da mitologia grega, condenado a repetir sempre a mesma tarefa de empurrar uma pedra de uma montanha até o topo, só para vê-la rolar para baixo novamente. Lavarmos uma roupa para vê-la sujar, podemos comparar sim à condenação de Sísifo. Não vou falar mais para não deprimir as mulheres. Porém, ao contrário de Sísifo, fomos libertas pelo menos dessa condenação fútil e pesarosa e devemos olhar para nossas máquinas de lavar com grande consideração, pois foram lavados nossos pecados nela, literalmente falando. E ela fica lá no cantinho do cômodo gelado e úmido esperando que alguém um dia a reconheça como importante que é. Mulheres, um brinde então às nossas máquinas de lavar, quase santas.

Raquel Delvaje
Enviado por Raquel Delvaje em 08/04/2013
Reeditado em 10/04/2013
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