PROFESSORES EM ASSEMBLEIA NA PAULISTA DECIDEM ENTRAR DE GREVE

Nesta sexta-feira, a partir das milhares de professores se reuniram embaixo do MASP, na avenida Paulista, o coração financeiro de São Paulo e em votação unânime decretaram greve. O calendário apresentado pela categoria é o seguinte:

• Segunda-feira: conversar com os professores e alunos para conscientização.

• Terça-feira: conversar com os pais, informando sobre a greve e a necessidade da mesma, e os por quês.

Duas horas antes eu já estava na Paulista. A pista estava vazia, e o MASP não tinha ninguém, exceto um grupo de alunos que foram visitar o museu. Mas, algumas horas depois...

A PAULISTA E O MASP FICARAM ASSIM: cinco mil professores!

A GREVE É NOSSA. A CULPA É SUA, SENHOR GOVERNADOR!

No dia 19 último os professores se manifestaram na Avenida Paulista contra a política de sucateamento de Alckmin. Veja bem, ninguém se manifesta sem alguma razão, ninguém deixa a sala de aula por acaso, mas quem está fora da educação ou fica com o traseiro numa poltrona macia não sabe da realidade das escolas públicas, muito menos da sala de aula e da precariedade que vivem os professores. Só pessoas medíocres assim poderiam defender um governo medíocre.

Os professores paulistas entram em greve por:

1. Reposição salarial de 36,74% e complementação do reajuste referente a 2012;

2. Pelo cumprimento da lei do piso: no mínimo 33% da jornada de trabalho para atividades de formação e preparação de aulas;

3. Dignidade na contratação, condi¬ções de trabalho e atendimento no IAMSPE para os professores da categoria O;

4. Fim da remoção ex-officio e da de¬signação de professores das Escolas de Tempo Integral;

5. Regime de dedicação exclusiva para todos, por opção de cada professor(a);

6. Melhores condições de trabalho e políticas de prevenção do adoecimento dos professores;

7. Fim da lei das faltas médicas;

8. Fim dos descontos de faltas e licen¬ças médicas para efeito de aposentadoria especial;

9. Fim das provinhas e avaliações ex¬cludentes;

10. Por um plano de carreira que atenda às necessidades do magistério.

11. Não à privatização do Hospital do Servidor Público Estadual e do IAMSPE.

Vários jornais e até a Rede Globo tiveram que se curvar à grande manifestação. Veja um trecho de jornal:

“Aluta por reajuste salarial, contra a precarização do trabalho, contra priva¬tização do HSPE e outros setores do IAMSPE, por melhores condições de trabalho e outras reivindicações unificam os interesses de todo o funcionalismo estadual. Por isto, a APEOESP, por meio do Fórum do Funcionalismo da CUT/SP, está se articulando com outras entidades de servidores estaduais. Também já ini¬ciou articulação com as demais entidades da educação para exigir do Governo que realize negociações. Conforme decisão da assembleia, a APEOESP proporá um ato unificado de todo o funcionalismo no dia 19 de abril. Os servidores da saúde já decidiram pela greve a partir de 1º de abril. Outras categorias poderão entrar em greve”.

HÁ QUANTO TEMPO A EDUCAÇÃO ESTÁ PADECENDO?

Há muito tempo estamos sob a ditadura do PSDB? Observe o quadro abaixo e irá ver que estamos nas mãos dessa ditadura por duas décadas, ou seja, 20 anos. Veja:

- Primeiro Governo tucano 4 anos- Mário Covas- Exerceu o Primeiro Mandato de 1º de Janeiro de 1995 a 1º de Janeiro de 1999.

- Segundo Governo tucano 2 anos- Mario Covas- 1º de Janeiro de 1999 a 6 de março de 2001: Covas se afasta por causa do câncer, Alckmin fica em seu lugar...

Alckmin- 2 manos de 6 de março de 2001 a 1º de janeiro de 2013.

- Terceiro Governo tucano- 3 anos- Alckmin de 1º de janeiro de 2003 a 30 de março de 2006. Seu vice fica em seu lugar para que concorresse as eleições para presidente... Tomou um pau!

- Claudio Lembo do PFL fica no lugar de Alckmin de 30 de março de 2006 a 1º de janeiro de 2010.

- Quarto Governo tucano- José Serra governa de 1º de janeiro de 2007 a 2 de abril de 2010- professores fazem greve e são recebidos a bombas, cachorros e cavalos em frente ao Morumbí.

- Alberto Goldman- de 2 de abril de 2010 a 1º de janeiro de 2011 assume o lugar de Serra que deixa o cargo concorrer a presidência e tomar um pau da Dilma.

- Quinto Governo tucano- Geraldo Alckmin, o retorno, de 1º de janeiro de 2011 a... Só Deus sabe!

O CAOS DA EDUCAÇÂO

Quando Serra governou São Paulo e na área da educação foi o pior governo que já enfrentamos. Gastou dinheiro público com remessas de livros com cenas impróprias para os adolescentes, livros com figuras de mulheres seminuas e palavras obsenas, tendo que recolhê-los por conta das denúncias. Gastou dinheiro para publicar apostilas que ele e seu secretário de educação chamaram de "CURRÍCULO", porém, de péssima qualidade. Além de substituir os LIVROS, as apostilas apresentaram vários problemas, desde erros ortográficos a coisas bisarras. A apostila de Inglês trazia a palavra ENSINO com "C" repetidas vezes. A apostila de GEOGRAFIA trazia três vezes o PARAGUAI e exclia a Bolívia do mapa. A Bolívia foi tirada do mapa das apostilas de Geografia de Serra e de seu secretário na época. Assim que peguei a apostila de HISTÓRIA vi que no 3º ano do ensino médio havia o título equivocado NEOCLACISSISMO no lugar de Neocolonialismo. Bom, acostumado a debater tanto essa maldita forma de dominação que os tucanos adoram, visto que no governo de FHC a política econômica foi totalmente ABERTA aos produtos e capitais importados de fora redundando em desvalorização daquilo que é nacional, logo informei aos colegas que não poderia ser Neoclassicismo, mas Neocolonialismo que deveria estar escrito ali. Até disse na época: uai, professor de História também agora terá que ensinar Literatura aos alunos, porque, Neoclassicismo é da ária de Lingua Portuguesa e não de História!

Serra estava mal informado. Mal assessorado na educação, bom, o forte dele não é as matérias de humanidades, mas de exatas. Ele estudou para ser engenheiro. Bom, mas para um partido que substitui um médico por um engenheiro esso errar coisas básicas na educação não parece muito grave não é? Serra substituiu o médico formado Adib Jatene que tinha um plano ousado para conter a epidemia de dengue no Brasil, mas FHC achou inviável por conta dos gastos, e substituiu o médico pelo engenheiro. Mesmo como engengeiro, a qualidade de Serra deve ser ruim, pois em seu goveno vários incidentes envolvendo quedas de viadutos foram noticiados na televisão, viadutos desabavam encima de veículos que trafegavam. Quem não se lembra?

Esse é apenas um pouco do histórico de um governador desastroso. Tem o incidente de Paulo Preto, responsavel pelas obras superfaturadas dos rodoanéis. Esse cara sumiu com 200 milhões e ninguém foi punido, nem ele nem Serra. Nesse governo a mafia dos pedágios ficaram muito felizes com as praças de pedágios que foram criadas. O pedágio de Osasco começou com 1:30 e agora está em 3 reais e 30 centavos. A cada 30 quilômetros um pedágio!

Serra e suas leis educacionais perversas. Em 2010 os professores foram ocupar a Paulista, fizeram greve contra a PLC 1093, que dividia em diversas categorias os professores, eliminava direitos adquiridos e instituía provas a todos os novos concursados e os professores das outras categorias. Efetivo que não passasse numa prova após o curso não assumiria o cargo, e as outras categorias que não passassem na prova ao final do ano, ficariam fora da sala de aula. Os professores "reprovados" ficariam hibernando por 200 dias, só podendo concorrer novamente ano seguinte. Por tudo isso, fomos à greve!

Não sabemos o que vamos fazer, nem que rumo tomar. A violência que começa com o trato oferecido aos professores pelos governos tucanos continua em salas de aulas lotadas, falta de estrutura decente nas escolas e um ensino apostilado precário. A violência e a indisciplina estão tomando conta do espaço escolar, os governos irresponsáveis não entendem o sentido genuíno da palavra GESTÃO, e muito menos os diretores que precisam substituir o termo “especialista de educação” formados em Pedagogia pelo conceito de “gestores”, essas pessoas não aprenderam em seus cursos de pedagogia um princípio muito importante: o de preservar a cultura interna da escola ou instituição não permitindo que “culturas de fora” influencie e mude a cultura interna. Aprendi num curso de pós-graduação, que os gestores devem criar um clima ambiental agradável para todos, atrair os “líderes negativos” para o lado bom permitindo que se entrosem sem se sentir intrusos, trabalhando o sentido de “pertencer” ao grupo, mas não é isto que acontece nas escolas: a “cultura de fora” adentrou os muros da escola e trouxe consigo a violência, a droga e os desacatos. Assim a escola deixa de ser um espaço para formação cultural e torna-se um coliseu de lutas e gladiadores. A situação é tão caótica que ninguém mais está aguentando. Professores novos desistem do cargo e os velhos se afastam por problemas psicológicos. Professor hoje é...

Profissão de risco

Não há segurança nem proteção alguma para garantir a vida do professor que fica frente a frente com delinquentes encaminhados pelo juizado às escolas em nome de uma falsa inclusão. São pequenos delinquentes assistidos pelos Conselhos Tutelares e amparados pelo ECA, e ninguém pode repreendê-los se quiser sobrever depois.

O governo de Geraldo Alckmin continua com sua fala mansa, porém esse tucano, ao perceber a perda de espaço político com a derrota de Serra em São Paulo e com a vitória de um candidato sem muita expressão política na prefeitura Fernando Adad do PT, agora começa com aquele discurso moralista de REDUÇÃO DA IODADE PENAL PARA MENOR sendo que eles mesmos contribuíram para que a delinquência juvenil se alastrasse no estado mais rico da América Latina. Eles fecharam os olhos à violência nas escolas, fecharam escolas e construíram cadeias, disseram que educação é GASTO e não investimento, sucatearam o ensino, e vem gerando grande descontentamento profissional nos professores ao ponto de levar muitos a desistir da profissão. Se perguntar hoje dentro de uma classe que aluno ou aluna quer seguir à carreira do magistério, ninguém ousa dizer que este é um dos seus sonhos. Todos só querem escolas técnicas, SENAI, e muitos nem em universidade pensam, tal é a desvalorização intelectual. Fazer um SENAI ou um cursinho técnico por ai parece ser o sonho da maioria. Mas por que está acontecendo com essa geração? Sem perspectivas, abandonar a carreira de um curso superior parece ser a melhor saída, mas o problema é que ninguém percebe que a carreira universitária está se fechando para milhões de filhos de trabalhadores. A única esperança para muitos são as cotas e o ENEM, a Pró-uni, caso contrário, melhor mesmo fazer curso técnico para garantir o emprego. Ser mão de obra barata tornou-se mais lucrativo do que seguir uma carreira mais arrojada. É um contracenso, enquanto a política federal prega a universalização do ensino superior, em São Paulo o discurso do governo é de criar mais SENAIs e escolas técnicas. As FATECs e as ETECs são a menina dos olhos do PSDB em São Paulo. Esse discurso empobrecedor e barateador da mão de obra, feito pelos tucanos, rebaixa os trabalhadores e seus filhos, essa falácia tecnicista recai no inconsciente coletivo gerando um conformismo, e as pessoas entram nesse discurso medieval de que “filho de sapateiro, sapateiro será”, “filho de peixinho, peixinho é” e “uma vez servos, servo para sempre”, assim acabamos repetindo a velha ordem que imperava na França medieval, e criamos uma sociedade estamental de nobres, senhores, servos e um clero que manipula. Para ilustrar que tipo de sociedade estamos construindo, poderia dizer que estamos caminhando rumo à India da época de Gand: uma sociedade de castas!

O discurso tecnicista cria a ilusão da falsa ascensão social, por isso, entra na mente dos paulistanos, “faz a cabeça” dos alunos e até de professores desestimulados, e estes, acabam reproduzindo o mesmo discurso ideológico do governo neoliberal. Perdidos nesse marasmo confuso e difuso e nesse contexto neoliberal o governo sucateia as escolas públicas e os profissionais "perdidos" entre os discursos acabam mesmo pensando que a saída é "dar qualquer coisa" em sala de aula, e quem quiser aprende, os demais que se danem. A “vida cuida”, dizem. Estamos vivenciando o mito da “Raposa e as uvas”. Conta a mitologia grega, que a raposa, querendo saborear algumas uvas, parou debaixo de uma parreira, e vendo no alto as uvas, pulava para tentar alcançá-las. Mas os cachos bonitos e viçosos estavam muito altos, longe de seu alcance. O que faz então a raposa?

A pobre raposa pulou o dia todo, sem sucesso. E quando se cansou disse: "Ah, estão verdes mesmo"! Qual a moral da história? Não verdade, que as uvas estavam verdes. A verdade, é que a raposa, havia se cansado de pular, e por isso parou, desistiu.

O discurso de que "as uvas estão verdes" se repete não mais em professores velhos, mas também nos novos. Estou cansado de ouvir na sala dos professores pessoas inteligentes com esse discurso: "Hoje dou qualquer coisa na sala, os alunos não vão conseguir muito mesmo".

Outro discurso muito comum tem sido: "Ah, na vida é assim mesmo, os que querem vão conseguir, outros não vão conseguir ir muito além mesmo. Na sala de aula é a mesma coisa, quem quiser irá para frente com notas boas, e quem fizer qualquer coisa, mesmo errado, vale uma média cinco rasa”, pensam. Semana passada na sala dos professores ouvi: "Desde que não atrapalhem a minha aula, já conscientizei os alunos que quem fizer as atividades, mesmo com todas as deficiências, terá “um cinco” como média. Ninguém vai ficar com nota vermelha. Claro, quem tem o mérito de tirar notas mais altas teão suas notas elevas, mas há aqueles que pelo próprio mérito poderão tirar 7, 8, 9 e até dez de média, mas deixei bem claro que é pelo próprio mérito deles". O curioso é que a pessoa completou: "Bom, o aluno passa por todas as séries empurrado por conta da progressão continuada para depois repetir na 8ª ou na 3ª série, final de ciclo II, claro, deixar esse aluno repetir é bobeira". O duro é que o professor tem suas razões. Porque essa política de não reprovar o aluno nas séries intermediárias criadas pelo governo tucano é a pior das idiotices.

O discurso facilitador entrou na educação paulista, e com isso, a ideia de que “qualquer coisa vale” nivelou o ensino por baixo. A escola “democratizou-se” e facilitou a entrada de qualquer um, inclusive alunos com problema na justiça. Mas e os professores, que segurança tem? E os outros alunos que nunca se envolveram com crimes e drogas, e os que querem conseguir realizar seus sonhos a partir de uma escola decente? Muitas mães, se pudessem tiravam seus filhos de determinadas escolas por conta dessas situações criadas pela “política de portas abertas” do governo tucano, mas sem saida, seus filhos continuarão expostos. Hoje ouvi o seguinte depoimento na casa de um cunhado meu: “Meu filho viveu a seguinte situação: um garoto maior que ele pegou umas cascas de bananas que outros colegas tinham comido na hora da merenda obrigou o meu filho a jogar aquelas cascas no lixo, sob ameaças. Meu filho, intimidado, foi, e jogou as cascas no lixo. Isso é uma humilhação, e é buling”. Eu logo disse: é verdade, e a gestão escolar precisaria tomar uma medida coercitiva nessa escola, porém, logo me lembrei de outras escolas onde trabalho, então eu disse a ele, que nós os professores, vivenciamos essa violência todos os dias nas escolas, e a impunidade se repete em todas. Ninguém toma uma providência mais séria, às vezes as reclamações nem são registradas pelos gestores ou responsáveis, tudo acaba em pizzas como no Congresso e a culpa recai nas costas dos professores. Acuados, se tornaram vítimas diretas dessa violência escolar. Pessoas de alta periculosidade estão à nossa frente todos os dias, em sala de aula estamos teti a teti com o perigo, porém, não se sabe o quê e quem iremos enfrentar, no momento em que chamarmos a atenção de um aluno ou aluna indisciplinados, já temos que ficar preparados, não sabemos que tipo de reação ele ou ela terá, e chamar a mãe para conversar também se tornou uma incógnita. Tem mãe ou pai que é pior que o aluno. Podemos chamar uma mãe e ela mesma agredir o professor ou outros alunos, e no lugar de apagar o fogo podemos estar jogando ainda mais combustível na fogueira, no final todos acabam numa delegacia. A delegacia, o Boletim de Ocorrências tornou-se a última instância a se recorrer. Depois que se espancou e até matou que se chama a polícia, tudo isso porque existem os especialistas que estão distantes desses problemas defendendo a tese de que aluno não é caso de polícia. Mesmo os que estão em liberdade assistida? Mesmo quem já tem algum crime nas costas e voltou para a escola por ordem de quem está nos gabinetes longe do perigo?

Professoras estão morrendo, sendo assassinadas em salas de aulas, vítimas de retaliações de delinquentes que em algum momento sentiu-se contrariados em sala de aula. Alunos disputam territórios, peitam professores e os desafiam para mostrar quem pode mais. E o professor?

Este, nada pode...

Viva a delinquência juvenil

Vamos celebrar a impunidade

Vamos celebrar o vandalismo e as depredações de patrimônio público

Vamos celebrar os desacatos e o desrespeito aos nossos mestres

Vamos celebrar a violência

Estendam tapetes vermelhos para receber aqueles que matam e espancam

Vamos oferecer nossos espaços aos “porcos”, alimentemo-los com pérolas

Desperdicemos nossas preciosas palavras, como João que gritava no deserto

Arrependam-se pecadores, que é chegado o reino

Que reino? Retrucam: porque o nosso é o da bagunça e o da patifaria!

Quem deu crédito à nossa pregação! Exclamaria Isaias...

É como disse no Apocalipse: “Quem está sujo, suje-se mais...”.

É assim que muitos preferem...

Então qual será a atitude dos que ainda se encontram limpos?

Recuar seria o melhor caminho?

Seria a melhor atitude celebrar a sujeira? Não creio...

Seria a melhor atitude fechar os olhos à violência?

A tecnologia avança, o meu celular é de última geração

Sou inteligentíssimo, pois consigo apertar um botão e acionar o blutoof

“Dá pra passar aquele vídeo para mim fazer uma média com as minas

Ops, a concordância verbal está horrível, disse a professora

Para mim, para eu, num importa, porque aqui é nóis na fita”

Ops, não é mais “fita” mano, agora é DVD, pendrive, cartão de memória etc.

Professora, posso pegar o meu tablet: “Não, agora é hora de pegar o livro”!

A senhora está atrasada professora, que livro? A moda agora é tablet, Ipod...

Professora, posso puxar o trabalho da internet? “Não, quero um resumo manuscrito...”, responde a professora.

Precisa fazer conclusão?

O que é bibliografia, professora?

É como diz uma música sertaneja: “a coisa tá feia, a coisa tá preta...”.

Professor já nem mais consegue sorrir: faz careta!

Paulo Freire tinha razão quando parafraseou Ruben Alves: “Ninguém ensina ninguém...”, só faltou complementar: “quando não se quer aprender”!

Só aprende quem quer, só ensina quem pode

Professor hoje não pode nada, então como poderá este ensinar se lhe tiraram o poder?

Como pode ensinar, se lhe roubaram os direitos?

Como podem gritar se lhes silenciam e lhes amordaçam as leis?

Como falar, se os gestores e governos não querem ouvir?

Não há debates, há burocratas que limitam as falas nas escolas e diretorias

Não há prazer no ambiente escolar, apenas indisciplina

Não há hospitalidade nem para professores e nem para os alunos

Instalaram câmaras nos corredores, mas quem está sendo vigiado é o professor

A escola é hoje um BigBrother, um realit, mas o show é dos alunos

Vamos celebrar a impunidade...

Celebremos a mentira da inclusão e a falsidade da democracia

Vamos celebrar a alienação daqueles que desistiram e não vão mais à luta

Vamos celebrar a omissão e a covardia dos que sofrem e se calam

Bem-aventurados são aqueles que ainda não perderam o poder da indignação

Felizes os que acreditaram e lutaram, porque poderão dizer se o barco afundar...

“Eu lutei...

Eu estava lá.

Poucos poderão dizer um dia: Eu caminhei pela Avenida Paulista!

Cruzei a Consolação e gritei frente à Secretaria de Educação!

Enquanto muitos se arrependerão no futuro por não terem lutado, outros dirão:

- “Eu estava lá!”.

Muitos se calarão nessa hora envergonhados, por não terem o que dizer...

Não se envergonham aqueles que lutam, mas aqueles que se acomodam perante o vitupério, estes sim, terão com que se envergonhar.

Envergonhados serão aqueles que negam a luta

Postergam a felicidade e abrem mão de um prato de comida em detrimento do celeiro

Melhor deixar de comer um pão hoje que perder a padaria inteira amanhã

Lembrem-se os mais velhos: professor só sabe dar aulas, mas escola não é bico para quem ama a profissão.

Escola só é bico para quem não precisa de salário para sobreviver, para quem tem outra fonte de renda a escola é bico.

Escola é bico para quem não luta, por isso o discurso é o de que a educação vai acabar

É mais fácil pensar como no mito grego da Raposa e as uvas...

Ah, estão verdes mesmo!

Vamos celebrar a covardia...

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