O PÃO NOSSO DE CADA DIA

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR

Você sabia que o pão presente em todos os lares do mundo é ainda hoje motivo de polêmica, apesar de ser citado em várias passagens bíblicas, inclusive sendo usado por Nosso Senhor Jesus Cristo, que simbolicamente disse isso é o meu corpo tomai e comei... na última Ceia. A humanidade e seus pesquisadores, antropólogos e historiadores, de fato não se sabe a origem de quando o pão começou a ser feito no mundo primitivo ou na antiguidade. Portanto, a curiosidade nos leva a perguntar e então, como era o pão na antiguidade e quem o inventou? A história nos revela que é bem possível de que o pão surgiu há aproximadamente 12 (doze) mil anos na Mesopotâmia, como uma conseqüência do cultivo do trigo naquela região. Inicialmente o pão era feito com farinha misturada com o fruto do carvalho. Sabe-se, porém, de que os primeiros pães eram bem achatados, secos, duros e muito amargos. Inclusive a Bíblica Sagrada fala em “pão ázimo ou asmo, matzo (ídiche) matzá (hebraico), como sendo um tipo de pão assado e sem fermento, feito somente de farinha de trigo (ou de outros cereais como aveia, cevada e centeio) e água. E que a preparação da massa tem um ritual próprio de no máximo 18 (dezoito) minutos para garantir que a massa não fermente. E segundo a tradição judaico-cristã, o pão ázimo foi feito primitivamente pelos israelitas antes da fuga para o Antigo Egito, por que não houve tempo para esperar até a massa fermentar, propriamente dito.

Os relatos informam de que o pão antes de ser ingerido era lavado várias vezes em água fervente, para depois ser assado sobre as pedras ou embaixo de cinzas.

Se tem noticia de que o primeiro pão assado em forno de barro, semelhante ao forno atual, data de 7.000 a. C., no Egito. Foram os egípcios que posteriormente descobriram também o fermento. O Continente Europeu a partir de 250 a. C., introduziu em sua culinária o pão, através de preparação feita em padarias, porém, as padarias fecharam suas portas com a queda do Império Romano, portanto, daí por diante o pão voltou a ser feito em casa como nos tempos primitivos de sua origem. A França no século XII começou a melhorar sua fabricação de pães, e no século XVII foi destaque, sendo considerado centro mundial de fabricação de pães e seus derivados.

Na América do Sul e principalmente no Brasil, o pão começou a ser item obrigatório e popular na culinária de cada casa no século XIX, não obstante de já ser conhecido desde os colonizadores e exploradores nos séculos XVI, XVII e XVIII. Os pães feitos no Brasil eram escuros e os feitos na França eram de miolo branco e casca dourada. A denominação pão francês usado no Brasil nada tem a haver com o verdadeiro pão francês, uma vez que a receita do pão francês brasileiro só surgiu na primeira década do século XX e é totalmente diferente do pão europeu, tendo em vista o uso de açúcar e gordura na massa, embora em pequena quantidade.

E em Santa Rita “o primeiro estabelecimento de panificação foi fundado em 1879 pelo senhor Amarro Ferraz” (trata-se do Coronel Amaro Gomes Ferraz, primeiro Vice e segundo Presidente do Conselho Municipal de Intendência em 09/03/1890, tendo em vista a renuncia de Antônio Gomes Cordeiro de Melo em julho de 1890, o cargo de Intendente equivale ao de Prefeito atualmente), enquanto que “o segundo foi fundado pelo senhor Miguel Julião (fechou suas portas em 1931) e o terceiro em 1905 pelo senhor José Gonçalves do Nascimento”, segundo consta do Anuário Informativo de Santa Rita (1937). Vale lembrar de que a primeira padaria “denominou-se de Padaria Santa Rosa” e fechou suas portas em 1912. No final do século XIX Santa Rita tinha a “fabrica de bolachas e massas doces” (Idem, 1937), de propriedade de José Cabeludo. A terceira denominou-se de “Padaria Santa Rita”, que provavelmente é o mesmo estabelecimento comercial com esse nome localizado à Rua Juarez Távora e pertencente aos herdeiros de Antônio Gomes Pereira, de saudosa memória e que se encontra prestando serviços à sua clientela em pleno inicio do século XXI.

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 25/04/2013
Reeditado em 25/04/2013
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