SANTA RITA E OS 77 ANOS DA CAIXA RURAL

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR

O capital é como água. Sempre flui por onde encontra menos obstáculos.

Delfim Netto

A história de Santa Rita menciona de que no dia 6 de maio de 1936 (completa 77 anos neste 6 de maio de 2013), foi fundada a Caixa Rural de Santa Rita/PB, uma espécie de sociedade cooperativa de responsabilidade limitada, tinha sede à Praça Pedro II, atual Praça Getúlio Vargas e que foi instalada e começou a atender o público do seguimento rural santaritense no dia 15 de julho de 1936 (Anuário Informativo do Município de Santa Rita.J.Pessoa: A Imprensa. 1937). É importante mencionar de que do dia de sua instalação até 31 de dezembro daquele ano foram grandes os benefícios para a classe ruralista, foram verificados 85 (oitenta e cinco) empréstimos no valor de mais de sessenta e três mil contos de reis, inclusive teve um movimento global na ordem de mais de trezentos e trinta e três mil contos de reis, no período de apenas cinco meses e quinze dias de funcionamento pleno.

A diretoria da Caixa Rural de Santa Rita era constituída pelo Presidente: Dr. Flávio Maroja Filho; Vice Presidente: Dr. Adalberto Gomes da Silva; e Gerente: João Quirino Filho. E o Conselho Fiscal era composto (titulares) por: Joaquim Gomes da Silveira; Dr. Edson de Queiroz Melo; e Abiatar de Vasconcelos; e tinha como suplentes: Américo Falcone; Humberto Resende Maia; e Alcides Cordeiro de Lima. O contador da referida caixa rural era Ângelo Batista de Souza. Todos os componentes da referida diretoria, conselho fiscal (titulares e suplentes) e o contador da já referida Caixa Rural, eram pessoas idôneas e com brilhantes serviços prestados ao Município de Santa Rita, tendo em vista que na década de 30 do século XX, aqui não existia a rede bancária que atende os nossos munícipes na atualidade, justamente 77 (setenta e sete) anos depois de sua fundação e instalação em solo da Várzea do Paraíba, paraíso das águas minerais, da cerâmica, do abacaxi, dos coqueirais, do caranguejo e rainha sem coroa dos canaviais, onde “o povo contempla o rio Tibiri, que passa, tangendo felizes salmos, pois bebem dele raízes, desse meu verde pomar, e me enche mais uma taça, das águas doces da fonte, antes que o céu santaritense as aponte e elas prefiram sonhar [...]” (AGUIAR, Francisco de Paula Melo. 2007, p.124. Poesia: Tibiriliras, publicada in.: Antologia Del’Secchi - Antologia Literária Internacional - V. XVII . Rio de Janeiro). E a Caixa de Crédito Rural de Santa Rita por si só, tinha a confiança plena da população atendida e da sociedade como um todo, durante décadas foi na realidade a única casa de transação financeira e de crédito na cidade. Ela funcionou muito bem até o inicio da década de 70 do século passado, tendo em vista que com a chegada da rede bancária (primeiro o extinto Banco do Estado da Paraíba; segundo o Banco do Brasil; terceiro a Caixa Econômica Federal; quarto o Bradesco, quinto o HSBC e por último o Banco do Nordeste do Brasil, dentre outras casas de crédito do tipo franquias e casas lotéricas) ela aos poucos foi perdendo seus objetivos e a finalidade de sua fundação. A caixa rural aqui tinha crédito, recebia depósitos, fazia empréstimos aos seus clientes, tinha conceito invejável para a época, era um banco em miniatura em nossa terra e não se tem noticias de que alguém dentre seus clientes tenha sido lesado em suas transações e numa época de nossa história de que não existia no Brasil e muito menos em Santa Rita o chamado Código do Consumidor e muito menos os Procons da atualidade para patrocinar sua defesa. É a Santa Rita que fica no passado recente de nossa gente.

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 05/05/2013
Reeditado em 09/09/2015
Código do texto: T4275025
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