OÍLDO, O POLÍTICO E O MÉDICO

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR

A medicina é o remédio para todas as dores humanas, apenas o amor é um mal que não tem cura.

Propércio

Santa Rita deve muito a Oíldo Soares como político e como profissional médico. Ele amava o povo de Santa Rita de coração, visitava seus amigos e clientes a domicilio, de praticar futebol quando jovem, assim como gostava de brincar carnaval e de freqüentava a universidade do Guarany, mesmo no auge dos mandatos de vereador e de deputado estadual. Ontem 13 de maio de 2013 a sua família e a terra que lhe adotou quando da sua chegada em de sua terra natal o vizinho Estado do Rio Grande do Norte, juntamente com seus pais: Aderbal Soares e Francisca Linhares Soares, dona Chiquinha, profissional do ramo de costura de primeira qualidade, residente na época à rua São João, em casa alugada aos irmãos Pedro e Paulo de Mendonça Furtado, trata-se de uma das casas que fora derrubada juntamente com o prédio da antiga Igreja Presbiteriana e atual encontra-se o imóvel onde funciona uma loja de colchões.

O seu primeiro emprego público foi na Prefeitura Municipal de Santa Rita, admitido na administração Heraldo Gadelha, no setor elétrico, naquele tempo a eletricidade pública e domiciliar em Santa Rita era de propriedade da edilidade, somente a partir dos anos 70 do século passado foi que o setor elétrico municipal foi vendido para a extinta Saelpa , que posteriormente vendeu para a Energisa.

A trajetória política de Oíldo Soares começou em 15 de novembro de 1968, foi eleito vereador à Câmara Municipal de Santa Rita, a primeira vez, obtendo 454 (quatrocentos e cinqüenta e quatro) votos pelo partido MDB, o partido comandado pelo lider oposicionista Heraldo da Costa Gadelha. Foi igualmente reeleito para vereador em 15 de novembro de 1972, com 319 (trezentos e dezenove) votos, agora pela Arena, comandada em Santa Rita pelo então prefeito Antônio Teixeira e pelo deputado estadual Egidio Madruga. Foi a partir da legislatura de 1973 que comecei a conviver mais de perto com o então estudante de medicina e vereador, tendo em vista que fui eleito Vereador pelo MDB e Presidente da Câmara Municipal de Santa Rita naquele mesmo período. Fomos igualmente companheiros de legislaturas outras na municipal em Santa Rita. Ele foi reeleito vereador pela terceira com 691 (seiscentos e noventa e um votos) na eleição de 15 de novembro de 1976, bem como novamente reeleito vereador com 878 (oitocentos e setenta e oito) votos no pleito de 15 de novembro de 1982. Foi Presidente da Câmara Municipal de Santa Rita no período/legislatura de 1983/88. Foi candidato a deputado estadual nas eleições de 1986, obtendo 6.456 (seis mil, quatrocentos e cinqüenta e seis) votos, ficou como suplente. Nas eleições municipais de 1988, foi candidato a prefeito de Santa Rita, obteve 6.682 (seis mil, seiscentos e oitenta e dois) votos, tendo como candidato a vice o saúdo físico médico Anibal Limeira, perdeu a eleição para Marcus Odilon naquele pleito. Ele gostava muito de político assim como da medicina, o sangue fervia pela política local, de modo que nas eleições de 1990, candidatou-se novamente a deputado estadual, obtendo 4.389 (quatro mil, trezentos e oitenta e nove) votos, ficou novamente na suplência, tudo porque o eleitorado de Santa Rita em eleições estaduais gosta de escolher gente de fora, não existe aquele apego a coisa da terra como em Campina Grande, Patos, Guarabira, Araruna, Souza e outras cidades igualmente importantes da Paraíba. Ele assumiu o cargo de Deputado Estadual na condição de suplente e foi assim legislador constituinte em 1989 na Assembléia Legislativa da Paraíba. Nas eleições de 1992, foi novamente candidato a Prefeito de Santa Rita, saindo-se vitorioso com 17.277 (dezessete mil, duzentos e setenta e sete) votos venceu o pleito, tendo como concorrente principal a ex-primeira dama Estafania Pedrosa Maroja, esposa do ex-prefeito Severino Maroja. Fez uma administração voltada para os mais carentes e filhos de Adão e Eva. Saiu-se prejudicado politicamente porque seus auxiliares durante sua administração desmancharam o Oíldo, liderança popular, a única esperança do povo carente que foi para o meio da rua enfrentar as oligarquias tradicionais da política santarintese. Tudo que era planejamento pelo então prefeito com o coração voltado para o progresso da cidade e de seu povo, não era realizado na prática para satisfazer a opinião pública por seus mais auxiliares diretos e de sua confiança. De modo que ao concluir o mandato de prefeito de Santa Rita, tentou voltar a vida pública na condição de deputado estadual em 1998, obteve apenas 4.186 (quatro mil,cento e oitenta e seis) votos, ficou em sua suplência muito longe de assumir novamente a cadeira na Casa de Epitácio Pessoa. Não desanimou da política partidária, foi candidato a vereador pelo PDSB/PFL nas eleições de 2000 em Santa Rita, obteve apenas 594 (quinhentos e noventa e quatro) votos, ficou como suplente. E disputou ainda sua última eleição à Casa de Antonio Teixeira em2004, obtendo 581 (quinhentos e oitenta e um) sufrágios, ficou como suplente de vereador.

Finalmente, Oíldo Soares é um líder popular na política e na medicina, zeloso no tratamento com seus amigos e clientes, simples e caladão, tinha hora que parecia ser orgulhoso pessoalmente, porém, não era, que digam seus colegas de trabalho nas casas legislativas onde exerceu funções de vereador e de deputado estadual, bem como nos hospitais e postos médicos de Santa Rita (especialmente quando foi diretor do Hospital e Maternidade Flávio Ribeiro), Marí, Gurinhém etc. A mim na condição de um sobrevivente do seu tempo na Câmara Municipal de Santa Rita, resta-me apenas oferecer minha solidariedade humana e cristã a sua querida esposa a médica Salomé Mendonça e filhos. Morreu o médico e o político popular mais procurado pelos pobres para resolver os mais complexos e simples problemas, pois, ele distribuía o tempo todo remédios e dinheiro aos carentes em sua residência quando do exercício de suas funções políticas, é verdade, ele dava a receita e dava também o dinheiro para comprar o remédio. Morre o homem e fica a fama do que ele fez de bom. Adeus Oíldo Soares!

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 14/05/2013
Código do texto: T4289950
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