ANÁLISE DO POEMA DE MANUEL BANDEIRA - PNEUMOTÓRAX

O poema Pneumotórax de Manuel Bandeira traz características fortes do modernismo. Há nele uma desorganização consciente da arte e percebe-se um rompimento com a escrita tradicional Parnasiano - Simbolista.

No poema de Manuel Bandeira sentimos a valorização à vida cotidiana. Há uma incorporação em sua poética, da cultura popular, palavras do dia-a-dia e versos livres. Possui um estilo simples e direto onde pode- se confundir o que diz e o que se quer dizer.

Ele consegue demonstrar de maneira suave a sua preocupação com os pulmões, sofria de tuberculose e possuía certa melancolia associada a um sentimento de angústia que perneia sua obra e que fica clara nessa sua desconstrução poética e modernista que caracteriza o Dadaísmo, pois nega radicalmente a lógica quando se diz no último verso - Não, a única coisa a fazer é tocar um tango argentino - Diante de tantos problemas pulmonares, tocar um tango

argentino foi a forma de eufemismo para se dizer que não havia nada a se fazer.

Toca-se um tango argentino, curta o que ainda puder curtir da vida. Mas, considerando uma lógica dentro do que vem se lendo anteriormente, fica algo vago, necessitando uma interpretação.

Pneumotórax é um poema moderno despreocupado com a métrica e com as rimas. Despreocupado com o próprio conteúdo em ser agradável ou não, mas ainda assim trazendo a poesia em suas entrelinhas - Não, a única coisa a fazer é

tocar um tango argentino - E esqueça os dissabores: talvez se ele desejasse continuar, o que não quis, diria ao final exatamente isso, e esqueça os dissabores.

Raquel Delvaje
Enviado por Raquel Delvaje em 20/05/2013
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