Vamos Protestar!

Se a moda é protestar, vamos lá! Observem como o patrimônio ferroviario do País está abandonado! Trilhos e vagões enferrujados, estações abandonadas e caindo aos pedaços, pontes sem uso, tudo construído com recursos públicos e agora se deteriorando sem qualquer providências das autoridades. Vejam o Parlamento Federal com suas mordomias: deputados e senadores com legiões de assessores, equipe médica exclusiva, auxílio paletó, auxílio moradia, passagens de avião, gráfica à disposição, correios, carros; uma série de benefícios custeados com recursos públicos, inclusive viagens internacionais. Se é para protestar, observem as prefeituras lotadas de funcionários despreprados, grande parte deles nomeados apenas por interesses eleitorais, todos recebendo bons salários oriundos dos recursos do povo . Atentem para uma pesquisa recente de um instituto paulista, que indicou que mais de 90 por cento dos brasileiros querem a redução da maioridade penal, enquanto uma minoria de políticos e intelectuais privilegados discusam contra, contra a vontade do povo. S ao os nossos democratas...

Não é a Copa do Mundo, mesmo com o possível superfaturamente das obras dos estádios, que impede há muitos anos a melhoria da saúde, da educação, da cultura, de todo o serviço público. Todos estes serviços já não prestam há muito tempo, não é de agora. Não há dinheiro para melhorá-los porque os recursos escorrem há muito pelos ralos da mordomia e da corrupção. Por que não há protestos contra os salarios pagos aos vices (prefeitos, govenradores) que ganham para não fazer nada? Você já se imaginou ganhando bom salário apenas para ficar na expectativa de assumir um cargo?

Para milhões de brasileiros, o futebol é a única diversão posível nos fins de semana. Mesmo para aqueles que não dispôem de recursos para ir aos estádios, mas que se sentam diante da televisão para acompanhar os jogos e torcer pelo seu time. As obras foram superfaturadas? Mas só as dos estádios? E as demais? Há dinheiro para tudo neste país. Podemos sim ter futebol e boa educação, boa saúde, bons serviços públicos pagos com os nossos impostos. Não são incompatíveis.