1- No meio dos protestos totalmente pacíficos, atos de vandalismo e ações criminosas estão acontecendo.
 
Seriam infiltrados querendo macular a proposta do movimento?
 
Provavelmente há pessoas cometendo tais atos com esse objetivo, no entanto é importante ressaltar que isso nada tem a ver com as manifestações que já conquistaram a admiração de todos.
 
É preciso não confundir os pilantras com os verdadeiros manifestantes.
 
2- Na segunda os protestos deixaram uma impressão deslumbrante.
 
Ontem, quinta-feira, com a adesão de diversos grupos, a onda não foi menos deslumbrante, no entanto as atitudes contra a lei e a ordem apareceram mais.
 
A minoria começa a atrapalhar o grito popular transformador.
 
Torçamos para que as manifestações não sejam prejudicadas!
 
3- Refletindo sobre as manifestações, algumas pessoas querem muito saber quem comanda o movimento.
 
Quem são os líderes?
Onde estão os líderes?
 
Considero fantástica a dificuldade de identificar os líderes.
 
Na verdade o movimento não possui líderes ou cabeças.
Que maravilha!
 
4- Talvez essa constatação perturbe o governo.
 
Sem líderes, não há condições de bloquear a fonte dos protestos.
Não é possível também o esforço para tentá-los corromper.
 
Além disso, não ter um líder elimina o caráter individual do clamor.
 
Sem um foco específico, o espírito coletivo sai ganhando.
 
Surge, então, a pergunta que não quer calar:
 
O que eles querem?
 
5- Alguém dirá que os protestos não começaram do nada.
Um grupo pensou, bolou, organizou as reivindicações.
 
É óbvio que houve organização (com bastante eficiência).
Citar uma organização, porém, não garante uma liderança.
 
Todos logo perceberam a grande característica das manifestações.
Hoje ninguém observa os partidos oportunistas almejando fama.
 
O gostoso e o bacana tem sido exatamente esse aspecto.
Não há uma doutrina, uma teoria ou filosofia guiando a juventude.
 
6- Essa peculiaridade tão especial já foi compreendida pelos próprios governantes e pela imprensa.
 
Emocionou escutar idosos que acompanhavam os manifestantes.
Motoristas parados declararam concordar com as passeatas avançando.
Os prédios e as repartições públicas sinalizaram aprovação.
 
Eis a cor ofuscante desse movimento que tanto vem deslumbrando.
 
7- Vamos retomar a pergunta que fiz acima.
 
Afinal de contas, o que eles querem?
 
No início o Movimento Passe Livre organizou um protesto exigindo anular o aumento de vinte centavos da tarifa dos ônibus.
 
Tudo nasceu apoiando essa “bandeira”, porém o movimento conquistou os lugares e as multidões, adquirindo uma força arrasadora.
 
Agora pedem muito mais.
 
8- Começaram a destacar os gastos absurdos destinados à Copa.
 
Reclamaram solicitando uma excelente educação, uma saúde decente, serviços públicos de qualidade, enfim, começaram a pedir apenas que o povo brasileiro seja respeitado.
 
Estão pedindo demais?
Há alguma incoerência nessas solicitações?
 
9- Penso que, se havia grupos com interesses pessoais e mesquinhos no início, eles foram sufocados por um grito que aumentou, virou berro, cresceu e se transformou num clamor o qual não será contido com argumentos levianos ou mentiras.
 
O doce conquistou o paladar da nação.
 
Vale a pena pegar a onda e ver aonde ela vai chegar!
 
10- Já podemos notar o sucesso dos protestos.
 
Os prepotentes que nunca reduziriam a tarifa de ônibus cederam.
Mais de doze cidades reduziram a tarifa de ônibus.
 
As manifestações já são vitoriosas.
 
11- Para encerrar o texto, eu tive um sonho interessante.
 
As manifestações pediram a redução da tarifa, conseguiram.
 
Vamos imaginar que as manifestações peçam:
 
Fora, Renan!
Dirceu na cadeia!
Mensaleiros presos!
Honrem suas promessas, políticos!
 
Saúde digna!
Moradia para todos!
Mais empregos!
Educação de ponta!
 
Nós conseguiremos!
 
12- Creio que as manifestações podem ser o primeiro passo instigando uma “revolução democrática”.
 
Chegou a hora de tornar o Brasil um país o qual valoriza o que ele possui de mais precioso, até hoje ignorado e maltratado.
Chegou a hora de beneficiar a população alegre, otimista, solidária, inteligente e consciente conforme os protestos evidenciam.
 
13- O recado enfático e contagiante das ruas diz que nós cansamos de ficar “na porta estacionando os carros”.
 
Os jovens querem muito mais, merecem o melhor e podem bastante.
 
Mil aplausos!
 
Um abraço!
Ilmar
Enviado por Ilmar em 21/06/2013
Reeditado em 21/06/2013
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