TECNOCRACIA, O POVO FORA DO PODER

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR

O meu ideal político é a democracia, para que todo o homem seja respeitado como indivíduo e nenhum venerado.

Albert Einstein

A palavra tecnocracia vem do grego “technos”, significa arte, técnica, enquanto que “kratos”, quer dizer, poder. Assim sendo, tecnocracia é um regime no qual o poder é justamente controlado por cientistas e técnicos estruturantes de alto gabarito.

É importante enfocar de que a tecnocracia tem como fundamento específico a ideia de que o ato de governar e/ou gestar, como administrar, é friamente uma simples questão técnica, pura e simples ao pé da letra. Daí porque basta conhecer cientificamente os conceitos teóricos e/ou os mecanismos que determinam o funcionamento dos processos sociais propriamente ditos, para exercer sobre eles um controle preciso. Portanto, a ideia tecnocrata surgiu no mundo em geral diante da decepção ante tantos desacertos administrativos perpetrados nos três níveis da administração pública: federal, estadual e municipal, tantas vezes por políticos profissionais e demagogos, uma vez que sem nenhuma preparação especializada para o exercício de suas funções públicas de fazer e de executar leis, segundo suas esferas de governos. Ressaltamos de que a tecnocracia de licitações com cartas marcadas, a gestão de governar via propinas de todos os níveis, principalmente através do instituto do superfaturamento em obras e serviços de todo o naipe relacionado a corrupção ativa e passiva, esquece que os fenômenos próprios dos seres humanos, ricos, pobre e ou miseráveis, não obedecem a nenhum tipo de determinismos administrativos, sociais e/ou políticos rígidos, o que vale dizer que são assim trabalhados por fatores imprevisíveis das infinitas composições até então possíveis das forças de liberdade que lhes são imanentes, como por exemplos: as forças políticas, sociais, históricas, étnicas, etc, que compõem a sociedade em si falando.

Assim sendo, o que chamamos de tecnocrata nos três níveis de governos: federal, estadual e municipal, em termos de Brasil, evoca e enfoca queira e/ou não a ideia de um homem e ou pessoa insensível às chamadas implicações sociais e humanas de suas medidas administrativas rigorosas com alegação de que são técnicos e/ou científicos no que fazem. E até porque tem eleitores e políticos profissionais que dizem não gostarem de política “[...] não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce à prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais”, ex-vi a visão do analfabeto político de Eugen Berthold Friedrich Brecht, destacado dramaturgo, poeta e encenador alemão do século XX.

Em síntese, é certo que os governos nos três níveis de administração e ou da gestão pública brasileira e ou em qualquer outro país do mundo, podem e devem se beneficiar da colaboração de peritos e ou técnicos, mas na decisão de cunha meramente política sempre deve entrar o elemento de intuição, do censo comum, de experiência e de sensibilidade humana, política e social, tendo em vista que nenhuma técnica científica e/ou não jamais pode preparar um verdadeiro e autentico administrador, gestor e ou líder político sem ter sensibilidade para governar e governar bem, uma vez que Friedrich Nietzsche enfoca que “um político divide os seres humanos em duas classes: instrumentos e inimigos”.

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 23/06/2013
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